Se você acha que essa série já te surpreendeu, devo lhes dizer que cês estão completamente enganados. Pela nona vez consecutiva, This Is Us nos apresenta um excelente episódio, com direito a atuação excepcional do Sterling K. Brown, que mais uma vez provou o porquê de ter ganhado um Emmy.
Todas as preocupações relacionadas a roteiro e histórias vêm sendo refutadas ao longo desta temporada. Eu digo isso, pois em todos os episódios temos análises e debates profundos sobre a vida, crises existenciais, racismo, gordofobia, adoção e relacionamentos complicados. Essa série é muito mais do que uma simples família que tem problemas e amor paternal de sobra. Na verdade, essa série conta a história de uma família, que teve que enfrentar todos os dilemas morais e polêmicos sobre a vida e conseguiu, no final de tudo, seguir em frente e sorrindo. É disso que se trata, é sobre uma realidade mais próxima do que imaginamos e mais palpável do que muitas séries de drama por aí. E o interessante de se indagar isso, é que essa fórmula do auto questionamento e da auto análise dá mais do que certo, principalmente quando temos, nos dias atuais, diversas discussões na internet, roda de conversa, filmes, séries e documentários que possam explorar determinado assunto.
É justamente por conta dessa temática da adoção e das implicações que isso traz, que faz com que a série seja tão boa assim. Não só pela forma, como também pela preocupação em abordar esses temas e fazer a reflexão, o trabalho de base importante para as possíveis desconstruções na sociedade.
Rebecca decidiu, enquanto o Randall ainda era um bebê, que afastá-lo da vida paterna biológica era a melhor opção, sem pensar que essa decisão poderia mudar a vida do Randall pra sempre. E apesar de entender completamente o lado da Becca, eu também entendo o do Randall. E entendo que as duas versões, os dois lados não precisam divergir, não precisam ser rivais nas opções. Durante todo o episódio, Rebecca deixa claro que a sua maior preocupação é não ser suficiente pro seu filho, não conseguir dar a ele tudo do bom e do melhor e tudo que ele precisa. Infelizmente a gente consegue sentir na pele, ou no coração, a dor de uma mãe em deixar o seu filho ir embora. Ainda que seja para os pais biológicos, ainda que seja para o seu bem. Foi muito duro a forma como o Randall falou com ela, e mais duro ainda perceber que toda aquela dor, toda aquela raiva, chateação e frustração eram mais do que compreensíveis.
O medo foi o grande algoz da Rebecca, e isso foi o suficiente para atormentá-la por 36 anos escondendo de seu filho a verdade sobre seu pai biológico. Para um alívio maior, o Randall conseguiu passar do estágio da raiva absoluta a ponto de fazer uma lista para a mãe, ir na casa dela, jogar tudinho na cara, de um jeito mais canceriano possível e continuar sendo o mesmo personagem carismático de sempre. E agora, o que resta são feridas, que só com o tempo para cicatrizá-las. Feridas que a todo o instante vão ser lembradas, seja pelas memórias de uma relação diferente com o William, seja pela sua morte próxima ou pela mentira contada mesmo. Mas de toda forma fica o questionamento de como vai se dar a relação dos dois daqui pra frente. Porque apesar de muita mágoa, o amor parece que sempre prevalece, ainda que tenha ajudinha de forças externas.
E por falar nessas forças, o Jack provou de novo o porquê de ter sido escolhido como pai do ano. Numa sequência emocionante, com direito a interações entre dois tempos diferentes, passado e presente estiveram mais próximos do que nunca. A luta incansável do Jack em proporcionar ao Randall exemplos que o aproxime de suas origens e de suas raízes, foi o grande objeto dessas duas dimensões temporais. No passado vimos um Jack preocupado em confortar a Rebecca e se confortar ao mesmo tempo, pois da mesma forma que o medo a assustou, a mesma sensação de perda certamente o incomodou. O que acabou sendo motivo suficiente para a busca pelas origens e pelo pertencimento de seu filho. E no presente vimos a preocupação mais voltada para a pacificidade, mais preocupada em mostrar pro Randall o lado da Rebecca e fazê-lo entender as suas privações, anseios e escolhas.
Enquanto o Randall lidava com seus problemas pessoais, Kate aproveitava para curtir o que aparentava ser a última vez na casa de veraneio. Mas o que tinha tudo para ser um divertido passeio, ainda que com as controvérsias do Randall, se transformou num mar de provocações e tristeza. Se a gente tava contente e esperançoso sobre o futuro do Kevin com a Olivia, já não podemos dizer o mesmo da relação da Kate e Toby. Apesar de ter terminado com ele, a Kate me pareceu estar mais triste e preocupada com o futuro da sua cirurgia do que com o seu relacionamento. O medo de que tudo permaneça como está e que todo o seu sacrifício tenha sido em vão é a grande questão na vida da Kate, e por mais que seu irmão o aconselhe ou que a Olivia lhe diga algumas “verdades” essa decisão cabe única e exclusivamente a ela. É a sua decisão e nada melhor do que fazermos aquilo que queremos, né? E muito em decorrência da notícia sobre a perda de peso, acredito que a cirurgia é só uma questão de tempo até o fim da temporada.
The Big Five
P.S.: We need… To be… Enough for him.
P.S.: Achei sensacional os irmãos juntos. A química é ótima, a sintonia também! Acho que já podemos tornar isso recorrente, né?
P.S.: Infelizmente não sei dobrar a língua. Meus pais sabem. Fica a reflexão.
P.S.: Eu li um comentário que dizia o seguinte: “aposto que eles vão mostrar a morte do Jack e do William no mesmo episódio”, mas SERÁ GENTE?!!!!!
P.S.: Olivia desceu no conceito. Essa pegada de despreocupada, peixinho fora d’água, menina rebelde tá começando a me irritar real.
Antes de me despedir, mandar beijo e tal, eu só queria pedir sinceras desculpas sobre o atraso master dessa semana. Sei que não sou a das mais pontuais, mas as coisas complicaram muito nesse fim de semestre, então peço a compreensão de todos com os atrasos e mais ainda com esse aqui. Prometo melhorar e compensar vocês com reviews mais rápidas, ok?! Agora sim, a gente se vê semana que vem, beijos!!
