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Vikings – 4×17 The Great Army

Por: em 12 de janeiro de 2017

Vikings – 4×17 The Great Army

Por: em

Após o ápice da temporada, Vikings parece querer apostar apenas em episódios de transição até a grande batalha de seu quarto ano. Nessa semana, mesmo com um episódio em menor ritmo, foi possível notar informações que influenciarão diretamente na trama principal e nos núcleos secundários.

O problema da vingança é saber quando a mesma deve ser aplicada. Na maioria das vezes, a vingança acaba gerando dificuldades para quem a conduz e, em outras vezes, acaba causando o efeito contrário. Após a morte de Aslaug, era possível perceber que a vingança de seus filhos não chegaria tão cedo. Mesmo insistindo, eles ainda precisam de Lagertha para que a vingança pela morte do pai seja conduzida. Depois de tantos anos de evolução, Kattegat finalmente se tornou um dos Reinos mais importantes da Noruega e, por consequência, precisa de alguém forte para defendê-la. Ao contrário da afirmação de Ubbe, Lagertha tem muito mais conhecimento daquele lugar. Afinal, enquanto ele já nasceu em uma posição importante, ela precisou conquistá-la. É interessante notar que, mesmo querendo, a vingança por Aslaug não parece ser importante para todos os Lothbrok. Como o próprio Hvitserk lembrou o irmão, tanto eles quanto Sigurd foram negligenciados em diversos momentos por ela. O problema é Ivar que, mesmo não aceitando, foi o que teve a maior relação com a mãe. Em consequência, acaba tendo o maior desejo de vingança. E, por esse forte desejo, os irmãos acabam se sentindo pressionados a permanecer ao seu lado. Como os próprios disseram, a vingança pela morte do pai talvez seja a mais viável a conduzir no momento. Só resta esperar para ver se Ivar conseguirá aceitar essa realidade.

De longe, a relação de Ivar e Floki foi a mais interessante nesse episódio. Ivar vê Floki como um pai, do mesmo modo que Floki via Ragnar. Já se preparando para a batalha, é impossível não criar expectativas com a futura vingança. Afinal, se Ivar já é letal sem conseguir andar, qual será o potencial dele com a nova criação do construtor? Claro, esse relacionamento dos dois também foi colocado para ser testado no futuro. Quando chegar a hora de Ivar se vingar de Lagertha, de que lado Floki permanecerá? Será que ele ficará ao lado da ex-mulher do amigo e sua ex-companheira de invasões ou ao lado do filho do amigo? Mesmo sendo cedo para teorizar, é certo pensar que isso será explorado no decorrer dos episódios. E, no meio de tudo isso, outra futura trama já toma forma. Rei Harald e Halfdan, escondidos de todos, já começam a tramar a invasão de Kattegat. O problema de convocar os aliados nessa altura é, como percebemos, ver que todos poderão se situar sobre a situação do Reino. Ainda, com a fortificação em andamento, eles já podem começar a pensar como passar por tudo aquilo. É triste saber que Lagertha não irá vingar Ragnar, mas é bom saber que ela não ficará sem foco. Ela construiu sua fama de escudeira, mas agora precisa construir a sua como Rainha.

Rollo, que acabou não ganhando tanto destaque nessa segunda parte, também parece estar preparado para se despedir. Assim como está ocorrendo com os antigos personagens, sua história também parece estar chegando ao fim. A nova geração está chegando e, como o mesmo notou, está trazendo cada vez mais mudanças. Mesmo sabendo que não é o momento, acaba sendo triste ver o núcleo de Paris tão deslocado. Afinal, pela sua importância na primeira parte, acaba causando estranhamento a sensação de abandono que o núcleo projeta agora. Ainda não é possível saber se Rollo voltará para ajudar na vingança, principalmente com seu relacionamento complicado com a Princesa Gisla. Mesmo assim, é possível perceber que, apesar de terem sido difíceis, ele já aceitou suas escolhas e seus arrependimentos, da mesma forma que o irmão aceitou antes de morrer. A notícia da morte de Ragnar, mesmo dura, acabou sendo recebida por todos. Cada um lidou com ela da sua maneira, mas todos permanecem apenas com um desejo: vingança. No caso de Rollo e Lagertha, o papel deles será nos bastidores, onde o foco principal ficará com os filhos. Talvez, levando em conta toda a história, a reação de Floki não tenha sido satisfatória. Do mesmo modo que Ragnar se despediu de Aslaug com uma simples conversa, ele fez o mesmo com o amigo. Não vê-lo nem comentar sobre ela acabou causando um pequeno estranhamento. Parece que as coisas realmente mudaram.

Helga, que já não participava de uma trama importante há algum tempo, acabou ganhando seu próprio destaque. É nítido o vazio que a morte de Angrboda deixou, mas será que Tanaruz conseguirá preenchê-lo? Se para as pessoas adultas trazidas como escravos já era difícil se adaptarem, como será para uma criança? Mesmo parecendo algo que não será explorado tão cedo, talvez Floki seja o único a conseguir fazê-la não sentir medo. A conexão dele com aquele povo se tornou forte e, querendo ou não, a garota é uma parte dessa nova realidade. E, falando em novas realidades, Bjorn não apenas voltou tentando colocar as coisas em ordem, como também voltou tentando bagunçá-las. Era fácil perceber que Astrid ainda teria certa importância, mas era impossível imaginar o que seria. Esse relacionamento, mesmo que repentino, pode acabar influenciando diretamente no futuro de Lagertha. Afinal, como ela reagirá descobrindo isso? É engraçado notar que, enquanto ela levanta seu lar, sua vida começar a desmoronar. Seu momento de redenção já começou e, ao que tudo indica, será tão intenso quanto do ex-marido.

Seguindo para Wessex, todos já começam a se preparar para a invasão dos jovens Lothbrok. É interessante notar a relação de Ecbert com Alfred. Desde cedo, o Rei já começa a passar seus conhecimentos para o garoto. Aparentemente, ele também sente que seu fim já está chegando. Agora, ele começa a preparar o futuro que não verá. Judith, que agora vive uma vida livre, ainda demonstra preocupação com a família, mesmo com as constantes desavenças do passado. Rei Aelle pode achar que está preparado, mas algo muito grande está para vir e ninguém será poupado. Para começar novas aventuras, antes precisamos dar um grande adeus para as antigas. O futuro já chegou, agora só precisamos enfrentá-lo. Com todas as peças sendo posicionadas no tabuleiro, tudo que nos resta é apenas uma pergunta: como os porquinhos grunhirão quando souberem como o velho javali sofreu?

No geral, Vikings continua nos apresentando uma ótima temporada. Mesmo com um episódio mais calmo e com alguns diálogos dispensáveis, o futuro já começa a mostrar sua face. Agora, chegou a hora de vermos a evolução final de cada personagem antes da grande vingança. Tudo que acontecer não apenas definirá o futuro da guerra, como também o futuro de cada um. Que os deuses nos preparem para o que está vindo.

Observações:

Não satisfeitos com o “Casos de Família” de Wessex, resolveram criar um em Kattegat também.

Bjorn, como pai, é um ótimo guerreiro.

“Se matarmos Lagertha, teremos que matar Bjorn também”. Atá.

Xingar em francês é tão chique, né?

So you had your revenge?”. Ah, como eu amo a relação desses dois.

 


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Lucas de Siqueira

Apaixonado por Tom Holland, séries históricas, documentários sombrios e guerras. 19 anos de pura imersão em diferentes universos através da leitura e pronto para criar outros através da escrita.

Santa Branca/SP

Série Favorita: Game of Thrones

Não assiste de jeito nenhum: Revenge

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