Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Vikings – 4×18 Revenge

Por: em 21 de janeiro de 2017

Vikings – 4×18 Revenge

Por: em

Bjorn: O que é “Águia de Sangue?”

Ragnar: “Águia de Sangue” é uma punição muito especial. Reservada àqueles que irritaram os deuses de forma especial. O infrator fica de joelhos e suas costas são abertas com facas. Depois, com machados, suas costelas são arrancadas de sua coluna. Depois, seus pulmões são retirados dessas grandes e sangrentas feridas e apoiado em seus ombros, parecendo assim asas dobradas de uma grande águia. E ele deve ficar assim, sofrendo, até morrer. Se ele sofrer em silêncio, poderá entrar em Valhalla. Mas, se ele gritar, nunca passará pelos portais.

Vikings – 2×07 Blood Eagle.

Depois de preparar cada personagem para o futuro, Vikings seguiu para a tão esperada vingança, nos mostrando a importância de Ragnar Lothbrok e, sobretudo, a sua influência no povo nórdico.

Depois de tanto tempo em batalhas, agora Lagertha se encontra em uma nova posição. Não é a primeira vez que ela se torna a Rainha, mas a primeira em que exerce a missão sem um Rei. Todas as decisões e consequências das mesmas agora recaem sobre ela. Por essa pressão, é possível notar o cuidado que a mesma toma com cada decisão. O ato de fortificar Kattegat não foi apenas esperado, como sábio. Afinal, por ter se tornando o maior centro comercial da Noruega, sua importância é extrema e atraí cada vez mais a atenção de outros líderes. Ao convocar todos para a guerra e chamá-los para dentro dos portões, acabou criando-se a oportunidade de todos os inimigos conhecerem melhor as fraquezas do Reino. Com a fortificação em andamento, Rei Harald e seu irmão Halfdan viram nisso a chance de planejar a invasão já mencionada anteriormente. E, como vimos, eles já tem o apoio do bastardo Egil, com a promessa de que se tornará o novo Earl. Mas, vendo por essa união, será possível que outros apoiem Harald em sua invasão? Por maior que fosse sua fama, era Ragnar que as pessoas temiam, não Lagertha. Ainda, sem o apoio dos filhos dele, a Rainha está praticamente sozinha nessa situação. Ao que tudo indica, a hora da invasão será a hora em que as cartas serão colocadas na mesa, sendo onde veremos a verdadeira ambição de cada um.

Após a morte do marido, Lagertha se entregou ainda mais em seu relacionamento com Astrid. A garota, por sua vez, acabou se entregando cada vez mais para Bjorn. Não é possível saber se essa relação será trabalhada, mas é possível ver o potencial que a mesma demonstra. Afinal, para insistirem tanto nela, a mesma deve ter alguma importância no futuro. Será que Lagertha ficará revoltada quando descobrir? Será que ela se desentenderá com Bjorn? Contrariando todas as expectativas, será possível que Bjorn se torne o filho de Ragnar que irá matar a Rainha? Ainda não é possível saber, mas é importante notar como o roteiro está criando novas tramas para trabalhar no seu próximo ano, que já está garantido. Assim como a possível invasão, os personagens já trilharam caminhos inesperados, preparando terreno para novas interações no futuro. Com um forte relacionamento paterno com Ivar, será que Floki ficará do lado dele ou de Lagertha? E, analisando o relacionamento de Margrethe com os jovens Lothbrok, será possível que isso seja o início de um desentendimento entre eles? Sigurd e Hvitserk não demonstram tanta vontade de vingança pela morte da mãe como Ubbe e Ivar, principalmente. Será esse o começo de uma futura divisão?

Floki, por sua vez, está cada vez mais perdido em si mesmo. Depois do conturbado relacionamento com Ragnar, das estranhas alianças em batalhas passadas, da morte de sua filha e de sua interação com novos deuses, o velho carpinteiro está cada vez mais confuso com o que considera verdade, como o mesmo menciona. Do mesmo modo que acontece com Lagertha e Rollo, Floki também está trilhando seu caminho de redenção e aceitando suas escolhas, já se preparando para um futuro incerto. Pelo o que é possível analisar por esse e pelos episódios anteriores, os antigos personagens estão se distanciando cada vez mais de quem foram um dia, já se preparando para dizerem adeus. Está chegando a hora de abrir espaço para a nova geração, que traz cada vez mais mudanças. Se a invasão acontecer, qual será o destino de Kattegat? Ainda, após a confirmada morte de Lagertha, quem assumirá seu lugar? Qual filho de Ragnar terá poder suficiente para herdar o lugar do pai? Como foi possível ver, a disputa já começou. Ivar e Bjorn, mesmo com pouco tempo de relacionamento, já se mostraram totalmente opostos em convicções, mas iguais ao pai. Parece que essa disputa por poder irá muito mais além que essa batalha.

Inesperadamente, Rei Harald teve seu próprio momento no episódio, sendo uma possível trama para o próximo ano. Claro, seria melhor ver isso sendo trabalhado há alguns episódios, mas foi interessante saber mais sobre o que o motivou a ser o Rei de toda Noruega, ou melhor, quem. Com o chamado de aliados, surgiu a oportunidade de criar novos núcleos. Afinal, com o arco de Wessex e da Nortúmbria se fechando, outros lugares irão ganhar destaque. Ellisif, mesmo com sua rápida aparição, já mostra que a Dinamarca e a mencionada Suécia são possíveis núcleos futuros. Claro, isso baseado na relação apresentada, já que dificilmente ela será ignorada. Harald ama somente duas pessoas, mas o que acontecerá quando precisar escolher apenas uma? Será que ele trairia o irmão para ficar ao lado da amada? Mesmo sendo apenas teoria, fica nítido o potencial dessa relação. Mesmo sendo deixado de lado por ela, ele ainda continua com sua ambição. Será mesmo que ele espera reconquistá-la ou arrumou uma nova motivação? Será que sua aliança com Egil dará os frutos esperados ou desencadeará sua própria queda? Dificilmente veremos as respostas para essas perguntas tão cedo, mas já é possível notar o empenho do roteiro em respondê-las.

Em Wessex, o terreno também parece se preparar para uma grande despedida. Ou, ao que tudo indica, a despedida de seu líder. Rei Ecbert, que já demonstrou diversas faces ao longo desses anos, parece finalmente ter se cansado de sua posição. No episódio passado, o vimos passando seus ensinamentos para Alfred e, já nesse episódio, foi possível vê-lo colocando o Reino cada vez mais nas mãos do filho, que se torna líder do exército que enfrentará os filhos de Ragnar nos próximos episódios. Assim como Ragnar, ele também está aceitando suas escolhas e arrependimentos, já se preparando para o inevitável. Ainda, é interessante notar a relação dele com seu filho Aethelwulf, algo raramente trabalhado. É natural do pai amar o filho, o amor não pode ser forçado. Se não há amor, não é possível criá-lo do nada. Muitas vezes tentamos ser amados por certas pessoas, mas nos esquecemos que o amor não é um sentimento de que temos controle. Ele simplesmente acontece. Nesse caso, infelizmente as coisas não seguiram seu rumo natural, finalizando a relação dos dois como duas pessoas unidas pelo sangue, mas separados pela vida.

Assim como os filhos de Ragnar começam a ganhar poder, Aethelwulf passa pelo mesmo processo. Afinal, se Ecbert morrer e Wessex permanecer em pé, alguém precisará ser o novo Rei. Nesse momento, ele é o único apto para tal posição, já que é filho legítimo do Rei. Se isso acontecer, será interessante ver a mudança que o núcleo sofrerá. Além disso, teríamos uma relação ainda mais profunda entre ele e Judith, podendo ser o momento decisivo entre os dois. E, falando em Judith, como ela ficará com a morte do pai? Ainda não é possível saber se os outros familiares também serão mortos, mas já é possível imaginar. Sua relação familiar foi trabalhada apenas com o pai, mas agora abre espaço para se aprofundar ainda mais com outras pessoas. Do mesmo modo que o roteiro cria meios de inserir novos núcleos, ele também cria meios de permanecer com os antigos. Não é possível saber qual das duas opções ele escolherá, ou se escolherá as duas, mas já é possível saber que, querendo ou não, os próximos arcos da série terão cada vez mais mudanças, cabendo a nós aceitá-las. Assim como em nossa vida, nada dura para sempre. E, assim como na série, nós não temos controle sobre o caminho que as coisas irão tomar. Nós precisamos estar preparados para mudanças, não importa de que modo elas venham.

Helga, que está ganhando uma trama própria, começa a ter que aceitar a nova realidade. Mesmo insistindo, Tanaruz não está se adaptando, o que pode acabar complicando cada vez mais as coisas. Torvi, por sua vez, se mostra cada vez mais distante de Bjorn, mesmo com o intenso passado que tiveram. Não é possível saber se está ocorrendo de propósito, mas é interessante notar que todas as relações estão se desfazendo e tomando rumos inesperados. Ao que tudo indica, além das possíveis invasões, o quinto ano da série será responsável por se aprofundar ainda mais nos personagens e em suas relações. E, analisando, isso acaba se tornando uma boa escolha. Afinal, como vimos nesse episódio, são exatamente essas relações que definirão as futuras tramas, sendo também as que precisarão de mais destaque. Se antes víamos as batalhas que ocorriam por fora, agora veremos a batalha que acontece dentro de cada um, sem exceção. Chegou a hora de conhecer o lado mais humano do povo famoso por sua brutalidade e peculiaridade.

E, após tanto tempo de preparação, finalmente teve início a tão esperada vingança pela morte de Ragnar Lothbrok. Muitos se incomodaram com a decisão de deixar a batalha em off, mas isso foi totalmente aceitável. Houve diversas batalhas na primeira parte desse quarto ano, o que já usou boa parte do orçamento da série. E, entre a batalha contra o Rei Aelle e a batalha contra o Rei Ecbert, fica claro qual é a mais esperada. Apesar disso, o episódio conseguiu nos presentear com cenas incríveis de uma tortura já vista anteriormente, selando o destino de um dos homens mais desprezíveis da série, sendo fiel ao que dizem as lendas. Com a morte de Aelle, a Europa começa a ficar cada vez mais instável, algo que pode ser trabalhado mais futuramente, assim como outras possíveis tramas mencionadas anteriormente. Com esse desfecho, agora seguimos para a segunda parte dessa grande guerra. Será que finalmente veremos o Grande Exército Pagão em cena? Será que veremos Ivar como o líder mencionado nas histórias ou ele continuará na sombra de Bjorn? A vingança continua e promete ser ainda mais brutal. Estão preparados?

No geral, Vikings continua nos apresentando uma excelente temporada. Ganhando um ponto por trabalhar melhor seus personagens, a história parece seguir cada vez mais intensa. Ainda não é possível saber os rumos que o roteiro decidirá tomar, mas é possível imaginar que iremos nos surpreender. Com todas as peças em jogo, está chegando o momento decisivo na história de vários personagens. Que os deuses no deem forças para enfrentar o que o futuro nos preparou.

Observações:

Não sei qual cena foi mais triste não ter sido reproduzida: a grande batalha ou a noite de núpcias.

Na última “Águia de Sangue”, Bjorn ainda não tinha barba, Ragnar e Lagertha eram aliados, Siggy estava junto com Rollo e Athelstan estava vivo. Feel old yet?

É impressionante a intensidade que cenas de sacrifício passam. Valhalla nos espera!

Produção esquece núcleo de Paris em churrasco.

Solo de guitarra em batalhas é a minha religião.

O tempo passa, mas o atraso das reviews continua. Desculpa.

 


E você? O que achou do episódio? Não se esqueça de deixar sua opinião e continuar acompanhando as reviews aqui, no Apaixonados por Séries.


Lucas de Siqueira

Apaixonado por Tom Holland, séries históricas, documentários sombrios e guerras. 19 anos de pura imersão em diferentes universos através da leitura e pronto para criar outros através da escrita.

Santa Branca/SP

Série Favorita: Game of Thrones

Não assiste de jeito nenhum: Revenge

×