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Wicked City

Por: em 31 de outubro de 2015

Wicked City

Por: em

Ambientado na Los Angeles dos anos 80, Wicked City, o novo drama da ABC, é um prato cheio para quem gosta de histórias de serial-killers. Para os veteranos no gênero, o piloto pode incomodar pela quantidade de características familiares: um serial-killer que mata mulheres, caçado por um detetive adúltero, rude e com problemas psicológicos. Falta algo? Ah, claro, o detetive e seu parceiro não são exatamente grandes amigos. No entanto, apesar dos clichês, ainda há novidades bastante interessantes nessa estreia.

Criada por Steven Baigelman (roteirista de duas cinebiografias recentes, Miles Ahead e Get on Up), a primeira temporada de Wicked City conta a história real do detetive Jack Roth (Jeremy Sisto, o Billy Chenowith, de Six Feet Under) e sua busca por um casal de serial-killers, Kent Grainger (interpretado por Ed Westwick, o Chuck Bass, de Gossip Girl) e Betty Beaumontaigne (Erika Christensen/Parenthood), que matavam mulheres para estuprá-las, e em seguida decapitavam a vítima e jogavam o corpo em um beco, para que a polícia encontrasse. Os nomes dos personagens envolvidos foram alterados, provavelmente para que se pudesse ter mais liberdade criativa.

 

Kent

A produção segue o formato de True Detective, American Crime Story e Fargo: uma antologia em que cada temporada focará em um caso diferente. Os casos em questão são baseados em histórias reais (Wicked City abordará apenas crimes que ocorreram em Los Angeles), e mostrarão os bastidores da investigação, alternando entre conflitos internos da polícia e alianças ilícitas e a rotina e o modus-operandi do homicida.

O piloto apresenta o Kent e sua forma de agir e o Jack e seus problemas pessoais e profissionais: ele se desentende com o parceiro e trai a esposa com uma colega de trabalho, que para completar está infiltrada no caso. Enquanto isso, Kent conhece uma jornalista, que mais tarde ajuda o detetive Roth na captura do assassino em série. Poucos elementos novos, que não são referências e clichês do gênero. Até que o Kent conhece Betty, uma Arlequina para chamar de sua e manipular como quiser. E essa dinâmica é o que tem de mais diferente durante todo o episódio.

hassahsah

O roteiro tem altos e baixos, a fotografia tem pouca ou nenhuma pretensão, as atuações são competentes, no máximo (a única digna de nota é a Erika Christensen). O ritmo é ágil, no entanto: não mete o pé no acelerador, mas também não caminha a passos muito lentos. E a trilha sonora se destaca.

Pontuado por grandes clássicos oitentistas, a trilha é afiada e ambienta perfeitamente a produção em um contexto de sexo, drogas e rock’n roll característico da época: Billy Idol, Foreigner, Iggy Pop, Joan Jett & The Blackhearts, Pat Benatar, Blondie. O showrunner Steven já provou seu amor pela música recentemente, roteirizando duas cinebiografias de músicos consagrados (Miles Davis e James Brown), e dá sinais de que estenderá sua marca nessa série.

O grande ponto alto do episódio (e possivelmente de toda a série) é o relacionamento entre Kent e Betty, uma mulher que o atraiu de uma forma especial (o que acabou salvando a vida dela). Betty é uma enfermeira, mãe de dois filhos, que aceita qualquer sugestão de seu novo interesse. Kent se aproveita de sua submissão para sugerir uma brincadeira sexual bizarra, a fim de superar sua impotência, e ela não hesita em aceitar. Essa dinâmica promete os momentos mais grotescos da série. E o que mais se espera de uma história de serial killer do que algumas bizarrices?


Lucas Ferreira

Petrolina - PE

Série Favorita: Sherlock

Não assiste de jeito nenhum: Elementary

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