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Agents of S.H.I.E.L.D – 3×09 Closure

Por: em 3 de dezembro de 2015

Agents of S.H.I.E.L.D – 3×09 Closure

Por: em

Spoiler Alert!

Este texto contém spoilers pesados,

siga por sua conta e risco.

“Its because he feels too much.”

Um mergulho na psique e nas motivações de Grant Ward.

De uma maneira geral, é disso que se trata Closure, o 9º episódio de uma temporada que começou estranha, mas que já mostrou ter domínio da história que quer contar e tem unido com maestria diversos pontos que, a uma primeira vista, pareciam desconexos. Vejam bem: Quando a temporada se iniciou, tínhamos o arco dos inumanos, Jemma presa, as desconfianças de Coulson para com Roz e o sentimento de vingança de Ward. Agora, tudo convergiu na mesma direção e o foco é, mais uma vez, S.H.I.E.L.D x Hydra.

Quando o episódio já começou com a morte de Roz, diante de um impotente Coulson que nada podia fazer, deu pra sentir que o clima ia ser pesado. É verdade que eu nunca gostei da personagem. Suas motivações sempre me pareceram fracas, sua história com Phill me irritava e a atriz é fraca. Contudo, ela finalmente estava se tornando interessante, com toda essa história de investigar a nova configuração da Hydra e seu interesse em inumanos. Sua morte, de uma maneira tão crua e surpreendente, vem para girar a chave na cabeça de Coulson e transformá-lo totalmente. O agente que vimos neste episódio não é o diretor da S.H.I.E.L.D. É um homem obcecado por vingança, que quer destruir a qualquer custo aquele que não só foi responsável pela morte de sua atual… como chamamos, crush?. O ódio de Phil por Ward, que parecia guardado em algum lugar, saiu com tudo. E em sua cruzada, o diretor excedeu limites – de ocupação e psicológicos. Coulson está longe de ser um dos meus personagens favoritos e, por isso mesmo, seu breakdown foi bastante interessante. É bom para nos lembramos que, apesar de parecer de aço, no fim do dia, Coulson é só um humano comum, como a maioria de nós.

ward-shield

Grant Ward é um monstro. Não há outra forma de colocar. Você pode achá-lo bonito, eu também acho. Você pode achá-lo sexy, eu também acho. Mas, desde que se revelou um agente infiltrado, todas as suas ações são baseadas em prejudicar gente inocente. Ward desconhece limites éticos e morais e, não, sua história sofrida de infância e nem mesmo o seu amor pelo o irmão, a única pessoa no mundo com quem ele parece se importar, não justificam nada. Quando Daisy diz que suas atitudes são baseadas em sentir muito, ao invés de não sentir nada, pode ficar a falsa impressão de que Ward é uma vítima de um passado sofrido e tudo o que ele fez desde então ganha aval. Não é bem assim, e a presença de Thomas Ward no episódio vem para mostrar isso.

O irmão de Ward também teve uma infância complicada. Sofreu com os pais abusivos, com o irmão doentio, passou por toda a história do poço. Nem por isso, ele se tornou um monstro, capaz de queimar seus próprios pais e matar seu irmão. Sua presença no episódio é interessante por mostrar que, lá no fundo, ainda existe algum sentimento em Ward que o faz se importar genuinamente com alguém, mas em nenhum momento, justifica suas ações. Ações estas que, como esperado, o levaram ao comando: Ward agora é um dos cabeças da Hydra e guiou a expedição rumo a trazer de volta o tal inumado poderoso – o propósito para o qual a organização foi criada e existe.

fitz-shield

Nessa confusão toda e nessa guerra declarada entre Coulson e Ward, acabou sobrando, mais uma vez, para Fitz e Jemma. É sórdido o quanto sofrimento os roteiristas conseguem infligir ao não-casal. Dessa vez, sequestrados por Ward, os dois tiveram novamente que enfrentar a realidade de que são “azarados”. “Eu sempre soube que Fitz daria o mundo por você”, diz Ward. E ele está certo. Fitz daria o mundo por Jemma. A recíproca é verdadeira? Pouco importa. O que importa é que ele aceitou ir até o outro planeta guiar Ward e resgatar a tal grande ameaça inumana só pra que Jemma não fosse torturada. É complicado prever quais serão os desdobramentos dessa operação. Se o inumano vai ser libertado, fico com minhas dúvidas. Mas Will certamente deverá conseguir sair e o fantasma que pairava sobre Fitz e Simmons deixará de ser fantasma para ser algo corpóreo. 

Com um Coulson impulsivo também conseguindo adentrar no planeta, o cenário para um fall finale arrasador está montado. Façam suas apostas!

Outras observações:

– Uma das melhores sequências do episódio foi a que envolveu Coulson interrogando todos os membros do original team sobre Ward. O desconforto estampado no rosto de cada um, especialmente de May e Daisy, era notório. É engraçado também ver quanto eles carregam de mágoa e ódio do ex-companheiro. Acho que tudo pode ser resumido nas palavras de Daisy: “Eu nunca vou perdoá-lo.” Assim esperamos.

– Lincoln e Joe finalmente entraram pra equipe? Tomara! O Pikachu é um dos meus personagens favoritos e Joe tem potencial para ser bem interessante.

– Essa semana, substitui a Lívia na tarefa de comentar o episódio com vocês. Semana que vem, ela tá de volta. Espero que meu texto tenha sido tão digno quanto, embora eu não seja nem de longe a “Máquina Marvel” que ela é, de análise e referências.

– É muito pedir que o Ward morra ou fique pra sempre em Maveth?


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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