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Agents of S.H.I.E.L.D – 4×04 Let Me Stand Next to Your Fire

Por: em 21 de outubro de 2016

Agents of S.H.I.E.L.D – 4×04 Let Me Stand Next to Your Fire

Por: em

Se ano passado, a temporada de Agents of S.H.I.E.L.D esperou quase 10 episódios para unir suas tramas paralelas em uma única frente, as coisas aparentemente serão mais rápidas agora. Let Me Stand Next to Your Fire pode não colocar todos apontando pro mesmo ponto ainda, mas já aproxima núcleos até então distintos e aponta para um horizonte empolgante.

robbie-reyes

Como “cola” entre as diversas frentes, essa temporada nos traz Lucy Bauer e o misterioso Darkhold, algo que conecta a agora novamente oficial S.H.I.E.L.D, Daisy e até mesmo Robbie. A ideia do roteiro de colocar o tio do Ghost Rider, Elias Morrow, no meio de toda a trama foi bem vinda e surpreendente. Não é o plot mais original do mundo essa história de gerador de partículas quânticas e criação de matéria do nada, mas funciona para explicar a aliança entre o time de Coulson, o Motorista Fantasma e Tremor e mostra que a questão do “Complexo de Deus” que permeia toda a história de Radcliffe e Aida é algo que vai estar presente em outros núcleos da temporada. Mesmo aparecendo pouco, Eli Morrow aparentou ser um personagem bem interessante. Deixar seu chefe em coma depois de uma surra não é nada legal, mas se se torna aceitável, ao menos se justifica no fato de Joseph ter “matado” (colocando entre aspas porque não sabemos quantos voltaram com Lucy) toda uma equipe graças ao desejo de construir algo que ninguém havia feito até então.

Aparentemente, o Darkhold é muito mais perigoso do que aparenta. Se ele deu a Joseph e Lucy o conhecimento necessário para construir uma máquina que basicamente funciona como um deus da criação, imagina o que mais pode sair dali? Esse tom mais mítico que S.H.I.E.L.D assumiu na temporada é ótimo, porque foge um pouco do padrão ao que estávamos acostumados e ainda faz uma excelente ponte com Doutor Estranho e o MCU. Acredito que, de alguma forma, o acordo que Robbie fez com o diabo e que acabou transformando-o no Ghost Rider vai também estar relacionado ao “acidente” na Momentum e ao Darkhold. Talvez Robbie o tenha feito no momento em que Eli foi preso, porque precisou salvar Gabe de alguma enrascada ou outra coisa do tipo. Mas não me parece que ele tenha escolhido esse caminho apenas porque achou interessante e sim porque não havia outra solução.

Agora, com todos (S.H.I.E.L.D, Robbie, Daisy e Eli) no mesmo barco, a temporada parece ganhar novos ares. Os inumanos sairão um pouco de foco para que a busca do Darkhold seja o ponto comum, enquanto também poderemos ver a reintegração de Daisy e a chegada de Robbie ao grupo. Pra ambos, o processo vai ser complicado. Daisy destruiu todas as pontes de contato que tinha estabelecido com a maioria da equipe quando foi embora depois da morte de Lincoln e não é da noite pro dia que tudo vai voltar a ser como era antes. Jemma até pode tê-la ajudado com a questão de James (já chegaremos a isso aqui no texto), mas duvido que Fitz ou Mack sejam tão compreensíveis e ela vai ter que se esforçar para que o clima em equipe não fique pesado. Já Robbie, bem. De cara, ele não tem quase nada a ver com a S.H.I.E.L.D, muito menos com trabalho em equipe. Seu objetivo é ser um vigilante, matar aqueles que acha que merecem e só, algo que também não vai encontrar espaço dentro da organização e vai gerar problemas.

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A interação entre Simmons e Daisy durante boa parte do episódio foi bacana e essa história veio para nos mostrar que, mesmo com o Darkhold entrando no centro das atenções, os inumanos e os WatchDogs continuarão orbitando pela temporada. É interessante observar o ódio que James sente por aqueles que são iguais a si e como boa parte disso é culpa de tudo que o Hive fez ano passado e que ainda deixou resquícios não apenas em Daisy, mas em todos os que ficaram ao menos um tempo em sua presença. A aliança do grupo de ódio com James já mostra que eles realmente não estão para brincadeira e que não vão parar até expurgar da Terra aqueles que consideram uma ameaça e uma aberração. O problema, aqui, é que tanto James quanto eles subestimaram Daisy, que mesmo sem suas manoplas, não tem medo de usar  seus poderes, mesmo que isso acabe destruindo seus ossos pouco a pouco. Vamos ver se agora, de volta à S.H.I.E.L.D, a garota para de ser tão irresponsável e autodestrutiva e comece a usar o equipamento.

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No outro núcleo, tivemos uma interação maior de May com Aida e de fato me surpreendeu que a agente, sempre tão inteligente, não captou algo de errado na androide ou na história que Radcliffe contou. Dou o desconto porque, afinal, ouvir que você morreu por 7 minutos e voltou não deve ser a coisa mais fácil do mundo para ninguém. Pelo menos Jemma não decepcionou em nenhum minuto. Não só percebeu que Aida era algum tipo de inteligência artificial, como manteve-se calada até ter a oportunidade de questionar Fitz quanto ao seu envolvimento naquilo tudo. Pra quem (como eu mesmo) estava apostando que a descoberta de que ele sabia das experiências de Radcliffe seria o estopim para a primeira briga do enfim casal, foi um alívio ver Jemma compreensiva e apenas preocupada com o fato de que no dia seguinte terá que passar por um detector de mentiras, construído por ela mesma. Onde essa história vai chegar, não dá pra ter ideia alguma. Aida até agora não apresentou perigo aparente, mas pequenas modificações feitas por Radcliffe, como sugerir a ela que não há problema em mentir podem ser o primeiro passo para tirar a androide do mar de inocência e verdade que se encontra até agora e começar a representar alguma ameaça. Só o tempo dirá.

Outras observações:

— Pode confessar que eu sei que você também ficou todo arrepiado ao ver o Ghost Rider usando as clássicas correntes na luta contra o James.

— Coulson brincando que, para ele, deuses costumam ser aliens. Impagável.

— Tão reconfortante saber que Jemma e Simmons estão procurando uma casa para morar juntos. Eles merecem um momento de felicidade, roteiristas, por favor.

— A confiança que Coulson tem em Daisy é impressionante. Libertar Robbie mesmo sabendo que ele poderia destruir tudo e todos ali, só porque ela confiava nele, é prova de que ela não tem limites.

— Joseph acordado muda muito as coisas. Só não sei se pro lado de Coulson ou pro de Lucy.

— Espero que mostrem mais sobre o experimento que estava sendo conduzido na Momentum. Criar matéria em prol de quê? De sentirem deuses? Não, acho que tem algo a mais por trás disso tudo.

— A audiência da série tá caindo cada vez mais… Acho que essa pode de fato ser a última temporada, ou no máximo, a penúltima.


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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