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Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Agents of S.H.I.E.L.D. – 4×15 Self Control

Por: em 23 de fevereiro de 2017

Agents of S.H.I.E.L.D. – 4×15 Self Control

Por: em

“Você diz que não sente mais dor. Mas essa dor. Esse arrependimento. É o que faz de você uma pessoa.” – MAY LMD

Mesmo com muita gente criticando, eu tenho defendido semanalmente aqui a qualidade da 4ª temporada de Agents of S.H.I.E.L.DMas agora, acho que depois de um episódio incrível como Self Control, isso não deve mais ser questionável. Alucinante, emocionante, cheio de viradas e com um final de explodir cabeças, a temporada atingiu seu ápice e preparou o terreno para entrar em um longo hiatus, retornando apenas em abril, com o último ato de seu 4º, e espero que não derradeiro, ano.

Parando pra pensar agora, acredito que o principal responsável pelo grande episódio que foi esse aqui é o roteiro. Um claro exemplo são os primeiros 10 minutos, onde não fica claro em nenhum momento, entre Fitz e Jemma, qual deles é o último androide infiltrado. O texto tenta a todo momento jogar a “culpa” de um para o outro, confundindo tanto a cabeça deles, quanto a nossa. Por um momento, eu até cheguei a cogitar que eles iriam pegar o caminho menos óbvio e fazer a Jemma ser o LMD, mas acabou que o Fitz assumiu esse papel, como esperado e cogitado por muitos. O drama de perceber que seu namorado era um robô e que ela precisava lutar contra ele tornou Simmons uma das estrelas do episódio e o momento em que ela o “mata” é, de longe, um dos mais emocionantes e dos melhores, já que por mais que ela tivesse noção de que seu corpo era apenas aço, ele ainda tinha o rosto, a voz, os olhos de Leo. E não foi fácil ignorar isso e seguir em frente.

“Isso não é um sacrifício. Sabe por quê? Porque vou acabar com eles. Escutou? Eu sei que vou. Por nenhuma outra razão além dessa… por todas as doideras que nós já passamos, a única que coisa que sei, sem dúvidas, o tempo todo… é que você e Fitz devem ficar juntos. Sua história não termina assim. Então vou desparafusar aquelas latas velhas, e nós vamos sair daqui.”

Sua parceria com Daisy, a única além dela que não havia sido substituída, também foi incrível. Parando pra pensar agora, é tão óbvio que um LMD não conseguiria reproduzir os poderes inumanos que eu não sei como não cogitei que Fitz era o quarto robô ao invés dela. O encontro com Simmons e o abraço forçado (que depois se tornou verdadeiro) para provar que não era um androide também é outro momento que entra pro hall dos grandes do episódio (que foram muitos essa semana) e a luta delas para fugir da base da S.H.I.E.L.D, mesmo com todos contra foi o que ditou o tom alucinante dos acontecimentos. Abro um parêntese aqui para elogiar tanto Chloe Bennet quanto Elizabeth Henstridge, que conseguiram construir com maestria o drama e agonia que as personagens viviam.

Até onde o plano delas de se plugar no Framework para resgatar os outros é uma boa ideia, eu não tenho a menor noção. Mas analisando a situação a sangue frio, existe realmente outra opção? Acho que não. Falando nele, a propósito, foi ótimo ver Radcliffe falando um pouco mais dele, explicando que criou um mundo sem dor, onde os arrependimentos são apagados, a vida é feliz e plena e a morte não existe. E, claro, era tão esperando que Aida se revoltasse contra o criador que não deu pra receber com surpresa o que aconteceu. O momento em que ela corta os pulsos de Holden e o insere a força no mundo criado por ele próprio é o clássico momento de obras de ficção científica, quando a criatura se revolta contra o seu criador. Será que ele sobrevive? E será que, em algum momento, vai se juntar aos antigos inimigos para derrotar Aida?

Agora, os objetivos dela não ficaram claros. Criar um corpo totalmente de metal para o Superior, controlado pela mente dele, para que no futuro ele possa ser o “protetor do Framework” mostra que os planos da androide são ousados. Conseguir emoções? Se tornar independente? Ter alegria? Sentir-se viva. Não dá nem pra cogitar para onde a série vai caminhar nesses últimos 8 episódios da temporada e isso é empolgante DEMAIS. E o Darkhold, a propósito? Onde anda? Está com ela? Outra coisa pra se especular, já que certamente ele ainda terá importância e deverá ser a chave para desativar a Matrix que Holden criou.

Mas até lá, é esse mundo novo que nós temos. Um mundo em que Daisy namora Ward (esse cara não vai sair dessa série nunca???), que May é algum tipo de agente da Hydra que é algum tipo de S.H.I.E.L.D, um Coulson professor que aparentemente não é tão favorável a inumanos, um Fitz rico, um Mack aparentemente perdido no mundo e uma Jemma… morta? Daisy manteve sua consciência ao ser ligada, mas e Jemma? O que significa aquela lápide? Outra coisa pra sofrermos debatendo até a volta do hiatus.

Porque, no fim das contas, tudo aquilo é uma ilusão, como a presença do LMD nesse episódio nos lembrou brilhantemente. Seu conflito com o Coulson LMD no começo do episódio devido a suas programações diferentes já apontava para o desfecho da explosão. Enquanto o Coulson de metal sabia que era androide e que estava ali com a missão de exterminar inumanos e etc, a May foi programada apenas para roubar o Darkhold e não tinha noção alguma de que era um robô. Suas memórias eram falsas, seus sentimentos foram implantados e tudo que ela acreditava ter vivido era uma mentira. Seu ganho de consciência foi também sua libertação e seu último diálogo com Coulson LMD antes de se explodir levando-o junto, sobre como a dor é o que nos torna humanos, é perfeito para fechar com chave de ouro sua história e mostrar como todos os conceitos que Radcliffe empregou na criação do seu admirável novo mundo são falácias. Mais uma vez, bato palmas para o roteiro, bem escrito, bem amarrado e sabendo surpreender e emocionar na medida certa.

Com apenas 8 episódios faltando, consigo afirmar sem medo algum agora que Agents of S.H.I.E.L.D caminha para fazer sua melhor temporada. Vai ser uma pena muito, mas muito grande se ela também for sua última.


Outras observações: 

— Daisy destruindo dois androides de uma vez. Que cena!!

— Jamais achei que esse plot da Aida seria tão bom. Acreditei que seria uma repetição de Ultron e fui prontamente enganado.

— É, amigos. Grant Ward de volta pra embelezar novamente a série, porque é só pra isso que esse traste serve.

— Que dor quando a Daisy pensou que o namorado dela era o Lincoln. 🙁

— A série entrou em um longo hiatus e volta apenas em abril. Até lá, dá uma olhada no trailer (que não mostra nada de novo) e deixe seu comentário! Também achou esse um dos melhores episódios da série?


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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