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Beauty and the Beast – 4×01 Mousieur et Madame Bete

Por: em 5 de junho de 2016

Beauty and the Beast – 4×01 Mousieur et Madame Bete

Por: em

A mais nova (e última?) ameaça a vida de Vincent e Cat.

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Depois de um terceiro ano desastroso, com explicações mal dadas e um final extremamente corrido quanto aos desfechos que precisava pontuar, Beauty and the Beast inicia seu novo ano apresentando uma nova ameaça a vida do nosso querido casal, como não podia ser diferente. Ao que tudo indica, ao longo dos próximos 12 episódios, veremos uma caçada a recompensa a mando de alguém que ainda não conseguimos identificar e cujos propósitos soam controversos. Essa é uma maneira bem particular que a série tem de contar suas histórias, sempre iniciando de uma visão localizada para depois expandir num todo muito maior e mais abrangente. Quando a ameaça vinda de um blogueiro surge, temos o prenúncio de um deja vu, já que, mais uma vez, em meio a felicidade aparente, Vincent e Cat são jogados em meio a confusão que suas vidas cismam em entrar – confusão essa que já soa tão normal quanto a nossa rotina do dia a dia.

O roteiro parece entender isso e faz ressoar o assunto nos principais personagens. A caçada de JT e Heather por explicações/respostas na casa do blogueiro não passa de uma maneira de demonstrar como os dois foram afetados pela turbulência de viver “fugindo de algo”. Conseguimos ver isso muito mais na pele de JT, que sente a falta de significar algo para a sociedade, participar de alguma coisa que faça a diferença – numa cena extremamente bem pontuada por Tess, que mostra o quanto ele pode se fazer notar sendo um professor universitário, mesmo que isso seja inútil quando tudo que ele quer é se aproximar cada vez mais das investigações encaminhadas na série. Claramente esse será um conflito do casal neste quarto ano: enquanto Tess prefere analisar a situação através de uma perspectiva otimista, JT encara nisto tudo a maneira de brilhar para o mundo. Enquanto não existir um alinhamento, mesmo que não definitivo, dificilmente encontrarão um caminho para percorrerem lado a lado.

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A participação crescente de Heather é um grande acerto, como sempre pontuei por aqui na terceira temporada. Dispondo de um tom bastante único, ela traz a leveza que a série precisa em meio a tanta complicação que a vida de seus personagens trazem. Seu envolvimento com Kyle parece um ponto de partida bacana para uma trama neste quarto ano, principalmente se ele estiver diretamente envolvido com o tal caçador de recompensas que tanto ouvimos falar nessa premiere. O que me soou bastante estranho foi o interesse do moço na condição de Heather e no que ela tinha visto dentro do apartamento, já que seu trabalho nada tinha a ver com isso – claro que pode ter sido apenas uma curiosidade momentânea, mas como as novas personagens tem uma tendência a ser duas caras nesta série, é bom a gente já manter o pé atrás (também passei muito tempo tentando desvendar quem era o ator que interpretava o Kyle, até perceber que ele tem uma aparência absurdamente igual a do Rick Cosnett, o que causou essa confusão em mim).

Finalmente chegamos ao espaço desta review reservado ao casal principal, que merece toda a nossa atenção. Depois do casamento apressado no final de temporada passado, era esperado que o pontapé inicial do novo ano fosse uma lua de mel incrível, como aparentava ser. E, apesar de super compreensível, é impossível esconder completamente o passado. Mesmo com o apoio do governo para encobrir todos os rastros de Vincent, era óbvio que algo iria os atingir em algum momento. Nesse ponto, acho que Catherine peca demais nessa constante sensação de perseguição. Quando seu marido salva pessoas de um carro prestes a explodir, é uma bobagem pensar que aquele será o momento que definirá o resto de suas vidas, até porque uma pessoa que passa por um trauma como um acidente pode estar atordoada o suficiente para falar de coisas que nunca existiram.

Agora que aceitaram esse desafio de viverem uma vida juntos, os dois precisam estar preparados para os altos e baixos que estão por vir, porque, invariavelmente, eles irão acontecer. Vincent é um ser humano modificado, nada irá mudar isso. Cat escolheu ser a mulher que aceitava um homem assim e, por consequência, protegia ele de todo o mundo. Como a vida é feita de escolhas, hora ou outra ela cobra a sua fatura. Não acho que a série deveria insistir em uma trama tão batida e explorada nos três outros anos – afinal, todas as temporadas são sobre alguém querendo expor Vincent para o mundo -, mas esse é o mote da série: a história da bela e da fera sobrevivendo no mundo globalizado e sedento por estereotipagens para que se possa apontar os dedos. Claro que existe preocupação e medo, isso é normal. Mas que estes sentimentos não definam os personagens a todo momento e em todas as suas decisões. Aqui, gosto muito da maneira que o episódio se encerra mostrando como Vincent enxerga toda a situação: ele sabe que algo está por vir, mas não há nada que possa fazer agora para evitar isso, então evita sofrer antecipadamente.

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Com expectativas baixas, gostei bastante desses primeiros 40 minutos da temporada final. O que espero é um ano bem trabalhado e com um senso de desfecho implícito para cada um dos personagens que aprendemos a amar ao longo desses 4 últimos anos. Um vilão bem construído também é importante para que a trama se costure melhor. E claro, o romance mistura com pitadas de humor como a série já se presta a fazer muito bem. Que venha essa quarta temporada e que seja a melhor que vimos até aqui. Conto com vocês para me acompanhar nessa jornada de 13 episódios!

Ah, já ia esquecendo: tem vídeo promocional para os ansiosos pela semana que vem!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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