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Empire – 3×10 Sound & Fury / 3×11 Play On

Por: em 2 de abril de 2017

Empire – 3×10 Sound & Fury / 3×11 Play On

Por: em

É hora de acender o sinal de alerta. Por muitos episódios, Empire foi celebrada por ter uma narrativa sucinta e coesa, que ao mesmo chegava ao ponto de interesse sem enrolar e criava e destruía relações de afeto significativas no universo da série e em relação ao espectador. Porém, muito disso parece estar se perdendo. É chover no molhado dizer que a série não é mais a mesma desde a metade da segunda temporada, e os plots estão cada vez mais prolixos e sem significado. Na primeira metade dessa terceira temporada, tivemos sinais de que a coisa iria mudar de figura, com tramas que começaram cambaleando – tudo relativo a Angelo, a dependência de Jamal, etc., – mas tiveram bons momentos e encerraram 2016 em alta. Só que ano novo, vida nova… vida nova? Depende de quem está falando.

Depois de ceder seu slot na grade da Fox para a caçulinha de Lee Daniels, Star (que não teve lá uma repercussão tão boa, mas isso é assunto pra outro post), Empire voltou em 2017 com dois episódios deveras parecidos. Ambos se basearam no modelo grito-berro-tiro (literalmente) para satisfazer a falta de tramas interessantes de fato. O 3×10, inteligentemente nomeado Sound & Fury, foi basicamente um episódio de conflitos. Fulano versus beltrano. Andre versus Hakeem na tomada de decisões sobre o evento, Tiana versus Nessa na briga pelo papel de ultimate diva, e, claro, a luta final, Cookie versus Lucious. A história toda do casal Lyon me pareceu muito desproporcional e sem justificativa, em particular porque o que vimos dos Originais do Rap no episódio final da primeira parte da temporada – a revelação do crime de Angelo – não justifica, em si, uma briga daquele tamanho. E as tensões não foram sendo construídas ao longo do episódio, como teria sido melhor, ela só estavam lá, até que BOOM. Essa explosão, engatilhada pela escolha de Anika para o cargo desejado por mais ou menos 80% dos funcionários da Empire, foi um momento que fez o episódio valer a pena, principalmente porque ver Taraji quebrando tudo é uma daquelas coisas que faz chorar de emoção. Mas, se não fosse pelo momento Emmy Tape de Cookie, teria sido um desperdício.

Além disso, fomos apresentados a várias subtramas ao longo dos dois episódios, algumas com mais prioridade que outras. O começo da relação entre Tiana e Bella, por exemplo, ficou nebuloso, mas o fato de que Anika meteu o pé pode ser um ponto de virada e Tiana deve sair do ostracismo onde botaram ela desde, sei lá, sempre. A outra subtrama importante e significativa veio com Jamal. Nenhum dos dois romances emplacou até agora, e o sidekick atual pode ser mais interessante agora que não tem mais o triângulo. Tory, a amiga de rehab, trouxe uma acidez que estava em falta nos textos de Jamal, torçamos para que isso se mantenha. Tivemos um desenvolvimento importante no plot da investigação criminal de Tariq, com a delação (?) de Anika, mas é um pouco irritante porque está tudo se arrastando há 11 episódios (!) e nenhuma evolução de fato.

De modo geral, a série não está engrenando. O brilho e a extravagância de sempre não são suficientes se o suporte narrativo está cambaleando e não é firme. Não à toa, a audiência vem reagindo. Os números não são nada assustadores e, se eles se manterem, a série está renovada até 2085, mas também não são nada espetaculares. This is Us é agora a série mais assistida da temporada, inclusive, título que foi de Empire por um período considerável, então seria bom Lee Daniels e Turma™ sentarem e pensarem “que que tá acontecendo bixo?” se a série quiser manter o status de hit.

Amém?

Bônus E No Terceiro Dia A Pedra Rolou: amei o comeback de Remy Ma no anúncio do Inferno. Pisa menos Remy Ma eu imploro.

Bônus Nem Entendi Um Pouco Direito: que que foi aquele barraco Tiana x Nessa minha gente? Qual que era a necessidade?

Bônus Nem Entendi Um Pouco Direito 2: Qual? É? A? Questão? Com? A? Mãe? Do? Lucious? Minha? Gente???????????

Bônus Adriana Bombom: o plot de Andre sendo gângster e resolvendo os BO com Shine eu vou admitir que não me importei. Cansado de tramas nada a ver que saem de lugar nenhum e ficam enrolando e gastando tempo de tela sem criar coerência com o resto. Nesse sentido ainda, tivemos a trama de Becky e Thirsty incriminando o branquelo ladrão de ideia pelo approach de Lucious, mas esse valeu só pelo entretenimento barato mesmo (amo inclusive).

 


Gustavo Soares

Estudante de Cinema, fanboy de televisão, apaixonado por realities musicais, novelões cheios de diálogos e planos sequência. Filho ilegítimo da família Carter-Knowles

São Paulo - SP

Série Favorita: Glee

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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