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Game of Silence

Por: em 16 de abril de 2016

Game of Silence

Por: em

Spoiler Alert!

Este texto contém spoilers leves,

nada que estrague a série ou a sua experiência.

A NCB exibiu, no último dia 12, a estreia de Game of Silence, drama centrado nos segredos do passado de um grupo de amigos. O elenco tem nomes como David Lyons (Revolution), Michael Raymond James (Once Upon a Time) e  Larenz Tate (House of Lies).

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Em 1988, cinco adolescentes sem muita coisa na cabeça além de um baita vício em adrenalina roubam um carro para evitar que a mãe da colega, Jessie, a leve para a igreja. Entre muitas risadas, música alta e pé no acelerador, eles acabam se envolvendo em um acidente e ferindo gravemente uma mulher. Os quatro meninos concordam em fingir que a amiga não estava no carro, mas não conseguem escapar da punição: são enviados para uma prisão juvenil.

No piloto, a trama passeou o tempo inteiro entre passado e presente, mostrando como a violência a que eles foram expostos na prisão afetou quem eles se tornaram nos dias atuais. Jackson é o líder do grupo, o único que conseguiu construir uma carreira de sucesso e também é o narrador da história. Ele tentou enterrar o que viveu para seguir em frente, mas se vê cada vez mais envolvido com seus velhos companheiros. Gil  e Shawn continuaram próximos, mas nunca saíram completamente do mundo do crime, e Boots, o elo mais fraco, se envolveu em outro problema com a justiça que acabou reunindo o grupo novamente e trazendo à tona tudo o que eles gostariam de esquecer.

Pode ser que com o tempo a série encontre o seu tom, mas o piloto não funcionou. Eles apostaram em elementos que não souberam desenvolver. A base de Game of Silence é a amizade e a lealdade que aquelas pessoas compartilham, exceto pelo fato que… isso não existe. Cada um foi para um lado tocar a vida, eles mentem uns para os outros e, apesar de já terem lá pelos seus trinta e muitos anos, continuam agindo como adolescentes inconsequentes. Tentam forçar uma imagem de sofrência para os meninos, mas é difícil torcer por eles depois que eles racham o crânio de uma mulher inocente no trânsito, mesmo que sem querer. Por fim, colocam um proto-triângulo amoroso mal construído e sem química que dá uma preguiça danada só de pensar.

O elenco é fraco, e Jackson e Gil parecem releituras do General Monroe e do Neal, antigos personagens interpretados pelos protagonistas em outras séries. Além disso, a fórmula de ficar escondendo segredos do público e colocando o tempo inteiro nos diálogos coisas como “não podemos esquecer AQUILO, que é muito importante e sigiloso” e “Você contou pra alguém AQUELE NEGÓCIO ultra secreto e cabuloso?” já está mais que desgastada. É um recurso que se usa quando não se tem uma boa história, então prendem a audiência pela curiosidade.

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A premissa poderia funcionar se tivesse uma abordagem mais delicada, mais humana, mais cuidadosa. O tema é amplo, é atual e seria importante ter um produto na TV aberta colocando o dedo na ferida e mostrando como o sistema carcerário em geral é problemático e como prender adolescentes pode ser muito mais nocivo que útil. Mas não, o lado humano é o que menos importa em Game of Silence. Eles preferem falar de conspirações, gangues, grandes corporações influenciando a política e brincar de esconder informações importantes do público.

Sendo a NBC a rainha dos cancelamentos, duvido que a série tenha vida longa, o que nesse caso é um ótimo sinal. E você, leitor? Vai dar uma chance para a série? Já assistiu? Não costumo fazer críticas tão duras, mas dessa vez não consegui escapar. Tem uma visão diferente? Deixe seu comentário!


Laís Rangel

Jornalistatriz, viajante, feminista e apaixonada por séries, pole dance e musicais.

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita: Homeland

Não assiste de jeito nenhum: Two and a Half Men

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