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Maratona Friday Night Lights – 4ª temporada

Por: em 24 de novembro de 2015

Maratona Friday Night Lights – 4ª temporada

Por: em

Sem dúvidas, essa quarta temporada foi bastante diferente.

Apesar de já saber que parte do elenco seria renovado, foi uma sensação estranha deixar de lado a história de personagens tão queridos como Jason Street, Lyla Garrity e afins, por pessoas que eu sequer me importava. Só que tudo é um processo. Lembram quando One Tree Hill fez isso? Todo mundo chiou, chiou e depois amou. Acredito que o processo aqui tenha sido exatamente igual, na época devida.

E mesmo abordando alguns clichês e até tramas um pouco parecidas com algumas já exploradas na série, os novatos dominaram o espaço e mais do que nos fazer gostar deles, fizeram-nos esquecer o amor pelos Panthers. Somos Lions agora, certo?

Vamos dar uma passada pela temporada no geral. Vem comigo!

 

Do lado de lá

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Um dos maiores acertos da série nesse rompimento de temporadas/elenco foi a mudança de cenário. Seria muito difícil de comprar novatos dentro do Panthers ou então os esforços do coach Taylor para levá-los ao campeonato. E apesar da trama de East Dillon já ter sido levantada na terceira temporada, eu, pelo menos, não tinha pegado que seria esse o caminho a ser traçado por Eric.

Por contrariar as vontades de McCoy (que todos nós odiamos, estejam cientes), Eric ganhou como prêmio de consolação o comando do time da East Dillon – que não tinha absolutamente nada, muito menos jogadores. Foi realmente um recomeço, bastante tortuoso. Um dos momentos mais dolorosos foi ver nosso coach desistindo de uma partida – uma coisa que jamais esperei acontecer. E foi porrada atrás de porrada, derrota atrás de derrota. Tirando o time do nada a existência de uma equipe de fato, a maior glória do nosso técnico foi poder jogar na cara da sua antiga casa uma vitória inesperada (a qual comemoramos como se fosse o campeonato estadual).

Ainda sobre Eric, o vimos em um estado de estresse completamente novo. Sendo levado ao limite a quase todo momento, o coach precisou deixar um pouco de seus orgulhos de lado e procurar ajuda em pessoas inesperadas – talvez essa tenha sido uma das poucas vezes que Garrity se tornou uma pessoa tolerável. Seu casamento também passou por alguns momentos complicados, principalmente quando os dois enfrentavam situações sérias na sua carreira profissional – alguém mais ficou admirado com a maneira como ele lidou com o beijo do professor de História? O saldo final foi um técnico mais forte, menos orgulhoso e ainda mais apegado aos seus meninos.

 

Apedrejamentos em vão

Vamos falar uma coisa série agora: esse povo de Dillon não tem uma louça para lavar mesmo, né?

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Tudo que acontece naquela cidade, absolutamente tudo, vira motivo desse povo pichar o carro da pessoa, começar a gritar no meio da rua com cartaz na mão, passar trote para a casa dos outros. Sério, parem. Vocês estão pior que coxinha em dia de pronunciamento da Presidente. E para quem já amava Tami e sua postura, essa temporada foi determinante para fundamentar esse amor. Ela foi uma mulher de pulso do início ao fim, se mantendo fiel aos seus princípios e ao que acreditava ser certo.

Primeiro, quando aconteceu a divisão das escolas, que já causou furdúncio suficiente na cidade. Até aqui, o barulho era um pouco justificável – afinal, não podemos falar que o nível das duas era exatamente igual. Só que Tami era a menor das culpadas. Um comitê julgou que esse era o momento da separação e ela só foi quem fez valer. A consequência direta disso: os Panthers já começaram a pensar em como burlar o sistema para não perder seus jogadores. Pois achei é bem feito quando perderam o Luke – vale aqui citar que um dos grandes momentos de Matt Lauria na temporada foi seu pedido de perdão a Tami por ter mentido para continuar jogando. Mais linchamento. Tami passou de diretora do ano para a mulher mais odiada pelos adoradores de futebol – AFINAL ISSO É A ÚNICA COISA QUE ELES SE IMPORTAM NAQUELA CIDADE!!

Mas a gota d’água foi com relação ao aborto de Becky. Em um ato nobre, Tami atendeu a garota a pedido de Tim Riggins e mostrou o leque de opções que ela tinha para lidar com aquela situação inesperada na sua vida. Becky tomou sua decisão junto com sua mãe. Daí vem aquela mãe de Luke (quem é essa mulher na fila do pão minha gente!!), grita que Tami mandou a menina fazer aborto e TODO MUNDO ACREDITA. Eu fiquei tão nervoso com essa trama, que eu não conseguia acreditar no conservadorismo daquela sociedade. Uma profissional que tinha transformado tudo no ensino da cidade sendo colocada de lado pela culpa de uma mãe que não conseguiu controlar os atos dos filhos. É aquela velha história: as vezes, tudo que a gente precisa é achar um culpado, para não precisar se culpar.

Dos males, o menor. Tami não se rebaixou as vontades dos pais e conservadores. Manteve sua palavra, acreditou que fez o certo (e fez!) e saiu de cabeça erguida. Um novo desafio chega a vida dela agora e sua passagem pela West Dillon chega ao fim, dando vez a sua chegada a East Dillon, onde sua presença poderá ser determinante no futuro daqueles garotos, aparentemente tão perdidos. Grandes expectativas para quinta temporada.

 

Alguns pontos finais na vida de Matt Saracen

Friday Night Lights

Sem dúvidas, não fora um ano muito tranquilo na vida de Matt Saracen. Depois da sua formatura na escola, o jovem garoto, pressionado pelas obrigações da vida com sua avó, acabou por escolher a permanência na cidade natal, abrindo mão do sonho da faculdade de artes. Só que isso o marcou muito mais do que ele mesmo poderia ter imaginado. Mesmo sem falar, Matt se sentia julgado por toda a cidade e, por não estar mais na escola, o afastamento natural daqueles que sempre conviveu, aconteceu.

Seu namoro com Julie também estremeceu. A menina que agora estava vivendo uma nova vida em uma nova escola, acabou tendo muito mais emoção para compartilhar do que ele, como entregador de pizza. Mas o grande catalisador de suas mudanças foi a morte do pai. Em um dos episódios mais emotivos de todas as temporadas (que também marcou a volta de Lyla), pudemos ver toda a ambiguidade de sentimentos que existia quando o antigo quarterback falava do pai. Como esquecer do menino bêbado pedindo para ver o corpo do pai ou quando ele decide pegar a pá e enterrar o caixão ele mesmo? Um episódio silencioso, porém muito forte.

Depois disso, tudo foi elevado a enésima potência e Matt estourou. Largou tudo e foi morar em outra cidade, viver outra realidade – só que esqueceu de dar um tchau para sua namorada, para seu amigo, basicamente para qualquer resquício da sua vida anterior. E claro que as consequências surgiram. Mesmo perdoando o (ex)namorado, Julie não quis mais ser o elo prendendo Matt a sua antiga vida – o término, que a gente sabe que não deve durar muito, vem em um momento acertado e permite que eles vivam suas vidas separadamente, para se encontrar no futuro mais completos.

 

A constante falta de opção (?) dos Riggings

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Vou falar que eu fico um pouco bravo com os rumos que Tim sempre acaba tomando. Quando a gente acha que ele está encontrando um caminho mais próximo a sua possível felicidade, alguma coisa estraga tudo drasticamente, levando ele a estaca zero. No começo deste quarto ano, vimos Riggins arrasado com a distância de Lyla/desistindo de tudo na faculdade por não acreditar que aquele era seu destino. Será que ele deveria ter feito essa escolha? Será que não valia ele ter insistido um pouco mais, forçado pelo menos esse resultado na vida? Não sei.

Logo depois, começa toda a problemática de voltar para a casa do irmão mais velho, que apesar de estar construindo uma família, é muito mais irresponsável que Tim. Não tinha a menor possibilidade do lance do desmanche de carros dar certo e, no fundo, sempre soubemos que era Tim quem ia assumir a responsabilidade por tudo – afinal tá difícil encontrar alguém mais altruísta/com vontade de fracassar na vida. Vimos também seu novo relacionamento com Becky e como, pelo menos nesse aspecto, Riggins não se deixou levar e tomou uma decisão mais sábia.

Agora preso, é difícil prever como será o desenvolvimento do personagem na próxima temporada, mas JC permita que ele tenha um final bacana depois de tudo isso que passou.

 

Rugido dos Leões X Arrogância dos Panteras

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Retomando a mudança de cenário, contrapomos os nossos antigos Panthers com os novatos (e destreinados) Lions. E é muito engraçado como se tornou fácil odiar o time de azul – talvez muito da culpa partindo das atitudes escrotas de McCoy. Sério, toda vez que ele aparecia, era um momento de irritação na minha vida. E poupem-me das justificativas de “ele tem um pai escroto” ou “os pais dele estavam se separando” ou “o poder tomou conta dele”. Não. Ele sempre teve atitude de merda e achei bem pouco seu castigo ser a derrota no episódio final. Nem vou começar a falar do seu pai, porque né.

Lá do outro lado tivemos Luke, um personagem complexo e bastante carismático. Filho de pais conservadores, o garoto protagonizou a trama da gravidez na adolescência junto com Becky, cujas implicações já vimos no tópico referente a Tami. O que gosto em Luke é sua dedicação e, principalmente, o respeito que tem pelo futebol. Vejam o quanto ele se sacrificou para continuar jogando, quando claramente não tinha condições nenhuma para isso. Conhecemos também Vince e sua personalidade destruidora. Fruto de um ambiente complicado, o garoto sofreu demais com os problemas de vício da mãe, além das amizades nada bacanas com quem circulava.

E mesmo com oportunidades, Vince se deixou levar. Acabou se envolvendo em crimes até que um colega seu é assassinado, o alertando do quão frágil era o caminho que tinha escolhido. Acho que isso demonstra que novos caminhos podem aparecer para ele na próxima temporada, ainda mais agora que Tess se aproxima da sua vida como um grande ponto de mudança. Coitado do Landry, que foi rejeitado de novo pela bonitinha da escola – mas eu não importo com ele, então, vida que segue.

Agora, comemoremos juntos, porque os Lions conseguiram ganhar!!!!!!!!!!!!!!!!!!

 


É isso meus caros. Dia 8 de dezembro voltamos e encerramos essa maratona. O que estão achando? Quais as impressões dessa quarta temporada? Conta pra mim e a gente se vê em breve!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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