Elogiei os primeiros episódios dessa temporada de Once Upon a Time, mas ao assistir ao 4º e ao 5º capítulo (ainda não vi o 6º, exibido ontem, 02/11, mas logo menos ele também ganha review) do novo ano da série de fantasia da ABC, um problema salta claramente aos olhos: Os produtores parecem ter se esquecido do básico de se contar uma história seriada. Vejam vocês: Once Upon a Time nunca foi perfeita. Contudo, sempre teve um foco. Na 1ª temporada, tínhamos a maldição. Na 2ª, Rainha de Copas e a tentativa de acabar com a mágica. 3ª, Peter Pan e Bruxa Má do Oeste. E o que temos agora?

Temos o desaparecimento de Anna, temos o chapéu do Aprendiz de Feiticeiro, temos Marian e Robin, temos o objetivo de Regina de encontrar o escritor, temos a Snow Queen… E, sim, essa última tem ganho um destaque maior, o que leva a crer que sua trama (que provavelmente estará atrelada ao desaparecimento de Anna) será o fio condutor desta primeira metade da temporada. Ok. Vitória. Contudo, até aqui, o que parecemos ter uma colcha retalhada e uma série tentando contar várias histórias, quando, no fundo, nada está sendo bem desenvolvida. Torço, então, para que, como parece, Snow Queen entre no  foco e a série pise os seus pés no chão novamente.

4×04 – The Apprentice

The Apprentice trouxe Hook e Emma às voltas com um jantar romântico (finalmente, né?! Eu torcia pra que ela ficasse com o Neal, mas já que mataram o cara, espero que ela e o Hook se acertem mesmo), tentando entender em que pé o novo relacionamento estabelecido entre eles se encontra. E é exatamente por torcer pelos dois que acredito que o Killian foi meio babaca indo até o Gold pedir que colocasse a mão de volta. Primeiro, porque, se Emma o amar, vai ser do jeito que ele é – uma mão a mais não faria diferença. Segundo, porque TODO MUNDO conhece quem é o Gold e sabe que o cara não faz nada sem que ele também seja beneficiado. Era óbvio que algo ia acontecer.

No fim das contas, eu até gostei do fato de não ser a mão recolocada que fez com que o Hook agisse de maneira agressiva. Desconfiei que os rumos seriam esses, mas ainda assim, é interessante ver o quanto uma ideia, como a plantada por Gold, pode nos manipular. Hook agiu como o velho Capitão por achar que a culpa era da mão e não sua. Cair do cavalo vai ser bom para ele, especialmente agora que está disposto a ser uma nova pessoa para “merecer” Emma.

O que me irritou um pouco nessa história foi a maneira imatura com que tanto Hook quanto Gold agiram, sabendo que Belle e Emma jamais os perdoariam por tamanha regressão. Mas bem, no caso de Gold, isso não é novidade. Enquanto Regina se humaniza a cada episódio, Rumple parece mais disposto a ter todo e qualquer tipo de poder. Um acerto de The Apprentice (que na verdade já é um acerto da série) é a ligação entre passado e presente e, assim, podemos entender de onde veio a obsessão de Gold pelo chapéu do Aprendiz de Feiticeiro.

Era um pouco óbvio que Anna cairia em sua jogada (mas, diferente de Hook, em defesa da jovem pesa o fato dela não conhecer exatamente o caráter do homem), então me surpreendi pelo roteiro, de certa forma, alterar um pouco o esperado, colocando Anna para não sair nem tão por cima e nem tão por baixo na situação. A grande surpresa nessa história toda foi Anna voltar a Storybrook, aguçando ainda mais a curiosidade em cima de seu desaparecimento. Se antes parecia claro que Rumple tinha motivos  para estar envolvido, agora que vimos que ele apenas a usou para tentar conseguir o Chapéu, essa teoria cai um pouco por terra.

E, pelo final do episódio, parece claro que, cedo ou tarde, teremos Henry aprendendo magia. Já que Gold insinua que ele pode ser o aprendiz dele, será que veremos o rapaz como uma versão de Mickey Mouse? Isso reforça um pouco o coro de que o autor das histórias que Regina tanto procura pode ser, na verdade, Walt Disney. Esperemos pra ver!

E, antes de passarmos ao 4×05, queria destacar também o começo desse episódio, mostrando a magia, Zozo e o aprendiz, em uma sequência inicial curta, mas linda!

4×05 – Breaking Glass

Breaking Glass escolheu não falar do escritor, do aprendiz de feiticeiro e só tocou por alto na história da Marian, ainda congelada. O foco aqui – e aparentemente isso deve se estender pelos próximos episódios, assim espero – foi na Snow Queen, sua relação com Emma e Elsa e suas motivações. O episódio deu mais escopo à personagem e por mais que em muitos pontos ela ainda permanece um mistério, já é possível traçar ao menos um pouco do perfil da Rainha.

Um ponto positivo foi a virada de roteiro que colocou a Rainha ao lado de Sidney. Desde que o personagem voltou no começo da temporada, estava preocupado com o fato de sua trama (a busca pelo escritor) ter sido jogada para um segundo plano. Agora, ao lado da vilã dessa parte da temporada, ele tem mais chances de se desenvolver como merece. O que ainda não dá pra engolir direito é a Snow Queen fazendo tudo isso… porque quer uma família que a ame. Claro que ainda devemos conhecer, em breve, a backstory da personagem que deve explicar isso, mas que por enquanto é estranho, é.

Da mesma maneira, sua relação com Emma foi explicada parcialmente. Sabemos que ela foi uma das mães adotivas que a Salvadora teve em sua vida e a partir daí podemos especular: Quanto tempo Emma ficou com a Rainha? Como ela chegou ao nosso mundo? Pela maldição de Regina? Mas como, se ela estava fora de Storybrooke? Por que Emma não se lembra? São muitas perguntas, mas os prognósticos são promissores. Usando direitinho isso a seu favor, Once Upon a Time pode acrescentar uma coisa bem bacana à sua mitologia. Vamos esperar pra ver.

Por hora, aqui no episódio, a presença da Rainha serviu pra finalmente ensinar Elsa a aceitar e controlar seus poderes. Já não era sem tempo. Ok que a mocinha de Frozen foi um pouco ingênua em acreditar que ali era Anna, mas quem pode culpá-la? Ao menos, tivemos a recriação da clássica cena de Elsa construindo uma escada de gelo.

Os flashbacks, mesmo que pra mostrarem o motivo de Emma ser arredia, ficaram um pouco soltos. O tempo todo fiquei esperando a Snow Queen aparecer neles, então foi um pouco decepcionante ver que eles só estavam ali para dar suporte ao psicológico de Swan e, de certa forma, justificar a ótima aproximação dela com Regina, um dos pontos altos do episódio. Definitivamente, elas funcionam bem melhor amigas do que inimigas. Espero coisas boas da união que surgiu entre elas + Elsa, de agora em diante.

PS. Esperando boas tramas pra Charming e Snow.

PS². Ainda não entendi qual é a do Valete de Copas, mas ele tem servido como bom alívio cômico até então.

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E vocês, o que acharam desses episódios? Logo menos, o review do 4×06 estará por aqui! Solte o verbo aí embaixo até lá.