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Cult

Por: em 20 de fevereiro de 2013

Cult

Por: em

“Well, hey, these things just snap right off”

 

Nesta terça-feira dia 19 de fevereiro estreou a nova série da CW: Cult. Protagonizada por um velho conhecido do canal, Matt Davis – o saudoso Alaric de The Vampire Diaries, a série chamou a atenção dos aficionados por séries desde o seu anúncio devido a sua premissa curiosa: a investigação de um culto originado pela adoração a um programa de TV que, não por coincidência, também se chama “Culto”.

Davis interpreta um jornalista que perdeu um emprego importante e tem que lidar com um irmão ex-viciado em drogas. Após o desaparecimento do irmão, Jeff, o personagem de Davis, consegue a ajuda de Skye (Jessica Lucas),  uma das pesquisadoras da produção do programa de TV Cult, para conseguir pistas sobre o desaparecimento do irmão que era fã da série. Enquanto isso, na trama da série dentro da série, Kelly, que já fez parte do culto liderado por Billy Grimm, investiga o desaparecimento da irmã e do sobrinho, tendo que recorrer aos seus ex-companheiros de culto para encontrá-los. Durante todo o piloto somos levados a acreditar que estes paralelos entre a série de TV e o “mundo real” não são mera coincidência, e que o fãs podem ter perdido a noção da barreira entre o que é real e o que é ficção.

Desde o painel de Cult na Comic Con 2012, esta se tornou uma das estreias mais aguardadas por mim. Este tipo de trama intrincada normalmente não tem meio termo: ou dá muito certo, ou muito errado. Assim, foi com grandes expectativas que assisti a este piloto. E talvez este tenha sido o meu erro.

Ao esperar um piloto que me surpreendesse e instigasse, acabei me decepcionando. Não que ele tenha sido ruim, mas também não foi muito bom, ficando naquele tão raro meio termo que citei anteriormente. O que poderia ser o grande diferencial de Cult, o programa de TV dentro da série (o que acaba nos dando duas tramas e personagens diferentes que vão se interligando) acabou sendo o ponto fraco deste episódio.

Para um show com uma base tão grande e dedicada de fãs, ficou faltando entender qual é o apelo. A impressão que deu é que o programa tem baixo orçamento e baixa qualidade de produção. Não sei se foi proposital, mas a atuação canastrona da atriz principal do cultuado programa, a detetive de polícia Kelly (Alona Tal), me incomodou muito. Estaria ela interpretando um atriz ruim? (inspirada em Matt LeBlanc interpretando Joey Tribbiani, talvez) Ou será que ela simplesmente é uma má atriz? Caso seja a primeira opção, um Emmy já para essa mulher.

Outra coisa que me incomodou foi a forma que o roteiro subestima os telespectadores. Toda vez que algum objeto da série de TV aparecia no “mundo real”, tínhamos um pequeno lembrete de onde já tínhamos visto aquilo antes. Por exemplo, em um determinado momento Jeff encontra um CD no diário do irmão. Um CD idêntico ao que, apenas momentos antes, tínhamos visto sendo segurado por um dos personagens do programa. Qualquer pessoa que não tenha perda de memória recente lembraria da relação entre os dois. Mesmo assim, o diretor fez questão de nos mostrar mais uma vez, só por via das dúvidas. Esse tipo de ação faz parecer que a série não tem a intenção de nos desafiar, trazendo tudo já mastigado para nossa apreciação.

Esta impressão foi confirmada pelo resto do episódio. Muitas perguntas foram levantadas (a principal delas sendo o que significa a frase com a qual iniciei este texto), mas muito pouco nos foi fornecido para tentar respondê-las. Acho que foi realizado um esforço tão grande para manter o mistério que eles exageraram nos enigmas. A tal frase que foi repetida diversas vezes no episódio, por exemplo. Pra mim,ela não faz sentido de jeito nenhum. Nem em inglês, nem em português, nem em qualquer outra língua. Por que não formular algo que fosse aberto a especulações?

Mas alguma coisa deve ter dado certo pra ter merecido os dois controles e meio colocados acima, certo? Certo. Matt Davis é um bom e carismático ator, e fiquei muito satisfeita em vê-lo protagonizando sua própria série.  Robert Knepper, que interpreta o líder do culto e suposto vilão, Billy Grimm, também parece ter a competência necessária para segurar um papel deste tipo. Além disso, o tema da série faz com que exista um metalinguagem interessante que pode ser muito bem explorada pelos roteiristas. E neste episódio já tivemos alguns indícios de que eles não pretendem desperdiçar essa oportunidade, com várias cenas na produção do programa. Em uma delas vimos um executivo do canal fazendo referência a audiência do programa, o que não deve ser um tópico de conversa incomum em bastidores. Fiquei curiosa particularmente com o recluso produtor executivo.

No final das contas, não sei se estes aspectos sozinhos foram capazes de salvar o episódio, ou se é o meu grande desejo que Cult seja boa falando mais alto… Só sei que ela continuará no meu calendário de séries por algum tempo mais. Uma série tão diferente entre as suas irmãs de canal merece mais alguns votos de confiança antes do abandono. Mesmo que a temporada acabe se mostrando um pesadelo, pelo menos terá sido um pesadelo mais curto de 13 episódios.

Cult foi criada por Rockne S. O’Bannon e tem vários nomes veteranos envolvidos em sua produção, como Josh Schwartz (Gossip Girl), Stephanie Savage (Hart of Dixie) e Len Goldstein (The Carrie Diaries).

E vocês, o que acharam desta estreia? Suas expectativas foram atendidas ou frustradas? Deixem seus comentários!

P.S.1: Prestaram atenção no nome que aparece como produtor executivo no final do episódio? Pois é, amigos, não é de nenhum dos produtores reais da série. Mais uma das boas sacadas que me fazem acreditar que ainda há uma chance para Cult.

P.S.2: A trilha sonora é bem diferente, gostei principalmente de ter tocado The XX. Ótima oportunidade para quem não conhece procurar um pouco mais sobre a banda. Fica a dica.


Maura

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita:

Não assiste de jeito nenhum:

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