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Scoundrels

Por: em 24 de junho de 2010

Scoundrels

Por: em


Nada como descobrir uma boa série durante as férias das suas séries favoritas. Foi assim que eu me senti ao final de Scoundrels, com a certeza de que nas próximas semanas eu terei ao menos uma série inédita de qualidade para conferir.

Pra você que nunca ouviu falar de Scoundrels, a série narra a vida da família West.  E se nesse momento você pode estiver pensando “Ah, mas uma história de família?”, é aí que você se engana.  Os West nao são uma família exatamente comum, embora o núcleo familiar seja o mesmo ao qual já somos acostumados, mãe, pai, filhos e até mesmo avô; é a dinâmica da família e principalmente a forma como ela encara o mundo que muda completamente. Basta lhe dizer que no código de honra dos West há apenas duas regras bastante claras:

1° Não invadimos as casas das pessoas, pelo menos não quando elas estão lá.

2° Nunca usamos violência.

No elenco, algumas caras conhecidas, mas nenhum grande nome. Virginia Madsen é o grande destaque do elenco como Cheryl, a matriarca West, o mais sensato e cativante membro do clã. Embora Virginia tenha participado nos últimos anos de séries como Monk e Justice League, seu maior destaque ainda é um cultuado road movie de 2004, Sideways, que protagonizou ao lado da até então desconhecida Sandra Oh, e que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de melhor atriz coadjuvante.

Já os filhos dessa família são velhos conhecidos dos fãs de séries. O intérprete dos gêmeos Cal e  Logan é Patrick John Flueger,  de The 4400.  E pelo que podemos ver no primeiro episódio, a ABC não tem a menor pretensão de gastar um centavo extra sequer para que os personagens possam contracentar na mesma cena. Os dois não só não apareceram juntos em um único frame da estréia, como a aparência suja de Cal (cabelo grande, seboso, e barba por fazer) parece ter sido pensada justamente para facilitar o uso de um eventual dublê. Fã das produções da ABC como sou, só me resta dizer que estou decepcionada. Afinal, se a Globo fazia isso todo dia, com tamanha perfeicão, em pleno horário nobre, não deve ser tão difícil assim pra rede norte-americana.

As duas filhas do casal praticamente reprisam seus papéis anteriores em outras séries. Leven Rambin encarna a mesma loira burra que já fazia em Grey’s Anatomy, onde era a filha perdida de Mark Sloan. E Vanessa Marano repete o papel de cdf ligeiramente desajustada que vem representando desde o tempo em que era a filha (também perdida) de Luke Danes em Gilmore Girls (tendo passado por Trust Me e Dexter desde então).


O papel aparentemente mais desinteressante é o de David James Elliott, o pai da família West, conhecido como “Wolf”. David não é nenhuma maravilha de ator (tanto que não há nada de mencionável em sua carreira) e Wolf parece ser um personagem dúbio, que ama mulher e filhos, mas não lhes dá o crédito que merecem; e que, para funcionar, talvez precisasse de um ator mais experiente (e tarimbado). É realmente uma pena que Neal McDonough (Desperate Housewives) tenha sido substituído após se recusar a filmar cenas de sexo com sua esposa na série.  Uma pena para nós, claro, já que Neal é melhor ator. Mas bem feito pra ele, afinal onde já se viu um ator respeitando mais sua religião do que o seu ganha pão, sua profissão?

Completa o elenco, no papel do Sargento Mack, Carlos Bernard, o Tony Almeida de 24 Horas. Embora sua participação no piloto tenha sido relativamente pequena, sua importância na série de Jack Bauer nos leva a crer que veremos muito mais do Sgto. Mack pela frente. Também desconfio que a insatisfação de Cheryl com o seu marido possa fazê-la se aproximar mais de homens da lei como Mack.

Nesse primeiro episódio, em que acompanhamos o mais recente encarceramento de Wolf (será mesmo que ele vai ficar atrás das grades pelos próximos cinco anos?), a cerimônia de diplomação na Ordem de Logan (será que ele é mesmo tão correto?),  a saída pela tangente de Heather (será que ela é tão burra como sua irmã afirma?), o “jeitinho” de Hope se livrar da escola (de onde será que veio todo o seu dinheiro guardado?); nos deixou muito mais dúvidas do que respostas. Mas, claro, Scoundrels não é Lost, e questionamentos como esses são mais do que normais num primeiro episódio.


Mas a dúvida maior que paira sobre a série é se Cheryl vai mesmo conseguir colocar em prática o seu tão falível plano de “honestização” da família West? E eu sei, a palavra “honestização” não existe, mas você consegue imaginar palavra que melhor defina essa situação em que Cheryl está se metendo?

Scoundrels pode não ser a última coca-cola do deserto, mas com certeza é a melhor aposta da midseason até agora. Uma comédia inteligente que vale o ingresso, ops, o download!

Satisfeita com a série como estou, pretendo acompanhar a tentativa de reabilitação dos Welt com reviews semanais. E você, nos acompanha?


Cristal Bittencourt

Soteropolitana, blogueira, social media, advogada, apaixonada por séries, cinéfila, geek, nerd e feminista com muito orgulho. Fundadora do Apaixonados por Séries.

Salvador / BA

Série Favorita: Anos Incríveis

Não assiste de jeito nenhum: Procedurais

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