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The Vampire Diaries – 4×19 Pictures of You

Por: em 21 de abril de 2013

The Vampire Diaries – 4×19 Pictures of You

Por: em

“Yeah, well, hindsight is almost a bigger bitch than you.” (Damon para Elena)

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Vou começar essa review deixando, mais uma vez, meu pensamento bem claro: vejam bem, eu não odeio The Vampire Diaries, só que como alguém que vê muitas séries, eu sou um pouco mais crítico com o que vejo, e esse quarto ano tem apresentado tramas bem rasas, que não atiçam nem um pouco meu interesse. Ou pelo menos não atiçavam. Esse episódio tinha tudo para ser uma daqueles episódios memoráveis da série. Bailes sempre foram o cenário perfeito para as grandes ações do seriado. A trilha sonora estava impecável, de verdade – nunca ouvi tanta música boa em um único episódios. Mas ainda faltou um roteiro melhor. E vejam, eu acho que esse foi um dos melhores episódios da temporada, de longe. Os personagens interagiram de uma maneira incrível e, pela primeira vez, Silas funcionou. Até que enfim o artifício dele tomar o corpo de outras pessoas para fazer suas aparições foi usado de uma maneira inteligente e um pouco menos previsível em alguns momentos. Enfim, um episódio melhor, porém não espetacular. Vamos destrinchar um pouco melhor então?

Quero começar dessa vez pela parte que mais me agradou: Rebekah (mais uma vez). Não só ela, como também todo o núcleo dos Originais, que vem sendo o que segura a trama, ao meu ver. A vontade da garota de se transformar em humana tomou grandes proporções perante ao embate com seu irmão Klaus, que pretende destruir de uma vez por todas Silas. E numa decisão acertada, Elijah colocou as cartas na mesa e deu a vantagem para a sua caçula: um dia como humana. Sem poder, sem feitiços, sem nada. Uma vidinha normal e pacata. E ai que entra o charme de tudo isso, porque nos acostumamos com Rebekah e seu poder a todo momento. Apesar dessa vontade absurda que ela tem de voltar a sentir os sentimentos humanos, o que nos aparenta é que é quase impossível isso acontecer, porque tudo em volta dela pede que isso seja usado. Ela não sabe mais lidar com os outros sem os obrigar a fazer determinadas coisas.

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E o contraponto mais perfeito que a série arrumou foi Matt, não podendo se encaixar melhor. Ele é o humano perfeito. Ele é o modelo que todos deveriam seguir. E até mesmo Rebekah, no cume das suas maldades, enxerga e deseja alcançar isso, o que torna o casal sensacional. Queria muito que isso fosse trabalhado de verdade, mas acho um pouco difícil principalmente com The Originals chegando. O que é uma pena, tanto para Rebekah e Matt, quanto para Caroline e Klaus – na verdade, ainda não entendi muito bem porque Plec insiste em aproximá-los tanto só para separá-los depois. Já que chegamos a Klaus, acho que o personagem, apesar da evolução sentimental que vem tendo com Caroline, ainda é um dos que mais apresenta suas características primárias. Seu egoísmo perante aos desejos de Elijah e Rebekah são incompreensíveis e mesmo sabendo que era uma guerra tosca a se comprar, ele acaba sempre insistindo em buscar o que quer – determinação que acaba o levando a determinadas situações desnecessárias. O pior é que no meio desse fuzuê todo, os três originais se deram mal. Elijah caiu no joguinho de Silas (que tomou forma de Rebekah – o que me surpreendeu no momento da cena, pensei que estavam rolando flashs) e ele e Rebekah  ficaram sem a cura. Klaus também nada ganhou, a não ser a carta de Katerina, que é a deixa para o vampiro partir para Nova Orleans e começar a contar uma nova história (o próximo episódio – The Originals – servirá como pilot para o spin-off que vem sendo programado pela The CW).

As implicações desse spin-off podem ser dramáticas. Ainda não temos ideia dos rumos da quinta temporada, mas perder três grandes personagens assim (porque quem se importa de perder a Hayley) pode ser uma perda drástica para a série de vampiros que vem fazendo sucesso por anos. Plec terá que elaborar uma trama bem meticulosa para o quinto ano da sua série e rezar para que o Tio Kevin dê uma forcinha para ela, porque acho muito difícil – a não ser que a audiência seja uma catástrofe – a CW não produzir essa nova série. Mas voltando a TVD, ainda não engulo a fase bad girl da Elena. Eu tento entender a fase que a personagem está passando, o artifício que isso será para a trama no futuro, mas não dá. Não cola esse papel que deram para a personagem de simplesmente atormentar todo mundo. Quando você desliga seus sentimento, você fica frio, não sente nada – o que não quer dizer que você vira uma vagabunda que quer ferrar com a vida de todo mundo, certo? Isso que para mim vem sendo a pior parte da série.

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Não vejo a hora de Elena voltar ao normal e, em muito momentos desse episódio, eu quase pude ver isso. Foi perfeito o recurso das fotos no prom para tentar ativar os sentimentos da garota. E a música, a dança, seus Salvatore, tudo. Parecia que a qualquer momento ela ia voltar ao normal e essa esperança estava me motivando a ver o episódio até o final, porém isso não se concretizou. Elena foi a mesma mimada e insuportável dos últimos episódios, derrubou April – que só voltou para quase morrer- e depois tentou matar sua melhor amiga, só que se deu mal e quase acabou morrendo. Essa foi a melhor parte, ver Elena sofrendo. Foi naquele momento que eu entendi qual seria o plano C dos Salvatore. Elena se recusava a sentir qualquer coisa, mas no momento em que estava encarando a morte, Elena teve medo. E medo, meus caros, é um sentimento humano. Então se vamos ter que apelar, eis que chegou a hora. Quero que façam ela sofrer (tudo que estamos sofrendo para assistir suas cenas lamentáveis). E talvez isso seja a redenção de TVD dessa quarta temporada rasa: Elena voltar ao normal, aceitar seu vampirismo e, finalmente, conseguirmos focar em outra coisa que não seja isso.

Bonnie, que esteve bastante em foco, teve problemas com sua magia e, principalmente, com Silas. É ai que entra o problema, o Silas para mim vinha sendo uma das coisas que estava estragando a série por ser mal utilizado e até repetir determinados recursos já usados anteriormente. Mas, pela primeira vez, souberam usar o personagem. Eu, pelo menos, fui enganado muitas vezes com suas aparições nos corpos de outros personagens, o que cria um ar de mistério na série, fazendo com que nós desconfiemos de tudo que vemos a todo momento. Porém ainda não consigo vislumbrar como será daqui para frente. Depois de Bonnie finalmente aceitar ajudar o bruxo a se vingar de sua antiga mulher e se assustar com a cara dele (queria muito ver a cara dele também, pareceu meio desfigurada), parece que os mortos vão tudo voltar da tumba para atormentar Mystic Falls, o que promete ser o ápice dessa reta final – tô torcendo desde já para Alaric, Kol, Jenna, Jeremy e Lexi darem as caras nessa volta dos mortos.

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E os irmãos Salvatore, hein? Parece que essa coisa de tentar fazer Elena reativar seus sentimentos tem mexido mais com os dois do que com a própria vampira. Isso não podia estar mais claro do que em momentos como a dança entre Stefan e Elena ou a jogada de Silas contra Damon. Os dois ainda, por mais que neguem, estão apaixonados pela garota e é só uma questão de tempo até tudo explodir de novo. Pelo menos, eles tomaram uma atitude e decidiram fazer alguma coisa com Elena, porque não dava para continuar daquele jeito. Mas foi só. Assim como Caroline que pouco fez nesse episódio. Apesar da breve aparição de Tyler, achei a personagem bem apagada no episódio que tinha tudo para a ter como estrela (comentário aleatório: porque diachos a Bonnie foi eleita a rainha do baile?????). Enfim, muitas cartas na mesa, porém nenhuma delas foi virada até então.

Vampire Diaries promete, promete e não mostra para o que seu quarto ano veio, mas depois desse episódio, já tenho um pouco mais de esperanças nessa reta final – que não apagará todos os erros do ano, porém pode me animar para a próxima temporada. Semana que vem damos uma parada na trama central e nos deslocamos para Nova Orleans, para conhecer um pouco mais do passado de Klaus (e dos Originais e da Hayley). Novos personagens, novos cenários. Quem sabe esse frescor não seja bom até para TVD, não é mesmo? Te deixo com o vídeo promocional de The Originals e aguardo você nos comentários. Até a semana que vem!

 


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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