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Stranger Things – 1×05 Chapter Five: The Flea and the Acrobat

Por: em 16 de julho de 2016

Stranger Things – 1×05 Chapter Five: The Flea and the Acrobat

Por: em

Uma pulga, um acrobata e o mundo invertido.

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Avançando na segunda metade da sua temporada, Stranger Things não perde tempo com trama secundárias e começa a colocar seus personagens mais perto do que jamais estiveram do que chamamos de perigo, mesmo que não tenhamos a menor noção do que ele seja de fato. Depois de descobrirmos que o corpo de Will não passava de um boneco de espumas, a tensão aumentou consideravelmente ao vermos Hooper entrando no laboratório do governo e dando de cara com aquela espécie de portal, do qual ninguém é capaz de retornar. A explicação, ao que tudo indica, esta diretamente relacionada com dimensões paralelas e a existência de um multiverso que coexiste em frequências distintas – o que seria uma explicação para Eleven conseguir contato com Will através dos aparelhos de walkie talk e do transmissor da escola. Fato é que, ao ver tudo que viu e descobrir que muito do que está acontecendo é parte de uma teia de mentiras contada pelos Federais, Hooper se colocou na linha de tiro de pessoas muito perigosas.

Por isso que se torna tão estranho vê-lo acordar em sua casa, sem dano nenhum. Mesmo encontrando a escuta na luminária, isso parece pequeno demais para pessoas que já vimos matar por muito menos. Ao meu ver, algo muito maior pode ter acometido o policial do que podemos imaginar – afinal, tudo tem se mostrado bastante imprevisível até aqui. Um ponto que vem levantando minha curiosidade é o passado mal contado de Hooper. Soubemos que sua filha morreu e que, por consequência, seu relacionamento acabou indo para o mesmo caminho, mas até então, poucos detalhes nos foram concedidos. Nesse episódio, pudemos ver um breve contato dele com a ex, que claramente já o superou e vive uma outra realidade, em um lugar muito menos assombroso do que Hawkins. Mas, uma ideia me surgiu: e se a filha deles nunca morreu de verdade? E se ela foi mais uma vítima dessa trama conspiratória que cerca a cidade? E mais, será que não conhecemos essa garota pelo nome de Eleven? Sei lá, fica a viagem aí para vocês pensarem um pouco sobre.

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E como saber a realidade é uma responsabilidade, Hooper e Joyce devem unir seus esforços agora que ele finalmente entende que ela não está tão louca assim – não vou perder meu tempo falando sobre o pai de Will, porque aquele ali não vale a água que bebe e eu não sou obrigado a tratar gente desse nível em minha review. Apoiando os depoimentos de Joyce, temos agora Nancy, que também viu o monstro sem rosto que assombra aquela região da cidade (ou, como chamo carinhosamente, dementador genérico). Eu não sei se gosto de Nancy ou  tenho pena dela. A personagem é um claro retrato da adolescente que, apesar de não se encaixar nos padrões do esteriótipo popular, faz de tudo para isso – inclusive deixando amizades duradouras de lado. A questão é: ela está procurando Barb porque se preocupa com a garota ou porque se sente culpada de tudo que aconteceu? Talvez seja um pouco dos dois, mas, seja como for, isso acabou contribuindo para que ela e Jonathan se aproximasse, o que vem se mostrando muito interessante.

Os dois se contrapõe de uma maneira tão pura, que acabam se complementando. A série de verdades que jogam um na cara do outro no meio da selva só corrobora com isso, sendo superada logo em seguida, como se cada um deles, deixando o orgulho de lado, fosse capaz de assumir os próprios erros. Toda a sequência na floresta depois de encontrar o cervo é bizarra demais. Primeiro que a gente não se enfia em uma floresta que tem um mostro sem cara no meio da noite – mesmo com uma arma na mão. Segundo que você não vê uma árvore pingando sangue e acha uma boa ideia colocar a cabeça dentro para saber o que está acontecendo.

Ao que me parece, o tamanho da energia utilizada para abertura de um portal entre as dimensões pode ter reverberado para locais próximos, criando janelas onde seja possível essa passagem – o que também explicaria como o monstro transita pela floresta, se o portal se encontra dentro do laboratório do governo. Na outra dimensão, Nancy teve um encontro não muito agradável e parece ter se tornado mais uma das vítimas do dementador genérico – coitado do menino Jonathan, mais uma decepção na sua vida. Queria só usar um espacinho dessa review para ponderar o quão inútil Steve é para o desenvolvimento da trama ou de qualquer personagem. Acho que ele só está ali para cumprir a cota de adolescente escroto que toda série ambientada nos anos 80 precisa ter – só isso explica.

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Na outra linha narrativa, vimos os meninos explorando a explicação de universos paralelos e se aproximarem muito do portal que os levaria até ela, o que acabou não acontecendo por influência dos poderes de Eleven. Com o retorno das memórias traumáticas do seu período de experimentos, ela fez absolutamente tudo para mantê-los longe daquele lugar, o que acabou levantando alguns questionamentos dentro do grupo. Lucas sempre foi o mais desconfiado e, por isso, acabou sendo o primeiro a surtar – o que é bastante compreensível quando colocamos na balança a idade dos garotos (por alguns momentos nos esquecemos disso). Tudo vem acontecendo muito rápido e, mesmo para uma criança onde o lúdico ainda está muito presente, é difícil assimilar alguém com poderes sobrenaturais e um amigo morto que, na verdade, nunca morreu. Essa cisão não deve se manter por muito tempo. Agora que estão se aproximando de respostas, os meninos que tem a curiosidade correndo nas veias devem se unir ainda mais, principalmente quando o desaparecimento de Eleven repercutir entre eles.

Difícil prever o que vem pela frente. Parece que tivemos acesso a uma quantidade absurda de informação, mas isso não é muito real. O laboratório segue inacessível e controlando a todos que chegam perto de conseguir respostas (além de saber, parcialmente, o paradeiro de Eleven). Sabemos os motivos da fuga de Eleven e os experimentos paranormais que foi envolvida por muito tempo, mas ainda não sabemos o porque de fazerem tudo aquilo. Quando falamos do monstro e da dimensão paralela então, as coisas são ainda mais nebulosas. Com muito ainda a explorar, vamos ver onde o novo drama da Netflix nos leva nessa jornada que tem se mostrado um tanto prazerosa. Assim, encerramos a quinta parte desse ato e ficamos na expectativas por respostas, muitas respostas.

 


Nossa maratona segue firme aqui no Apaixonados por Séries e, ainda hoje, você confere a review do sexto episódio! Tá gostando da série? Achando uma perda de tempo? Comenta com a gente, estamos querendo saber o que você está achando! Nos vemos em breve.

 

 

 


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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