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Suits – 6×01 To Trouble

Por: em 16 de julho de 2016

Suits – 6×01 To Trouble

Por: em

A 5ª temporada de Suits terminou com um acontecimento que já estava previsto desde a estréia da série: A prisão de Mike Ross pela prática ilegal da advocacia. Foram momentos tensos e emocionantes que culminaram em Harvey levando o pupilo para a prisão, deixando ali mais do que um amigo – uma pessoa da sua família. Família essa, formada pelos companheiros de escritórios, a quem ele poupou ao se entregar à justiça.

Para surpresa de alguns, To Trouble não mostrou nenhum salto temporal, desnudando as primeiras horas após os créditos aparecerem lá em março. Uma opção engenhosa, fugindo de uma possível zona de conforto, não deixando para nossa imaginação as primeiras horas dos protagonistas depois do furacão que os atingiu.

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Todo arco da prisão de Mike foi muito bem executado, desde os seus primeiros passos até a tensa virada no final do episódio. A sequência do corte de cabelo foi o momento que a sua nova realidade começou a se materializar, que apesar dos últimos anos vivendo uma controversa farsa, ele no fundo sempre soube que esse dia chegaria. Nós pudemos acompanhar a primeira noite dele na cadeia e como  as perspectivas dele ali dentro não são nada favoráveis.

Mike é inteligente. Sim, ele não estava apto para advocacia, mas sempre foi extramente capaz – então, a única explicação para ele acabar se abrindo daquela forma (amigável demais) com Frank talvez seja a compreensível vulnerabilidade e a falta de controle sobre o que acontece ao redor, em suma, por conta da dura realidade dentro de uma prisão. Por assistir tantos filmes, posso dizer que fiquei um pouco desapontada em ele nem ao menos desconfiar do bom samaritano que estava na cela com ele. Eu saquei que tinha alguma coisa ali, ora, nunca vi em nenhuma produção de Hollywood ou série onde um novato fosse bem recebido na detenção. À princípio, cogitei que fosse mais um teste psicológico de Malcolm, mas não.

Frank não era um bom companheiro, mas sim um homem que vai infernizar  vida dele ao ponto de atingir Harvey. Ainda não sabemos em quais termos, mas foi o ex-chefe de Mike que o colocou ali dentro. Além disso, Frank aparentemente tem não só o seu rancor, mas também apoio dos guardas e muito provavelmente outros detentos. Mike precisa se estabelecer de alguma forma ali dentro, pois é bem previsível que a sua sapiência não vá valer de nada ali

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Fora da prisão, a realidade é uma Pearson-Specter-Litt despedaçada. Louis, Jessica e Harvey pela primeira vez são confrontados por um desafio que não parece ter uma solução. Como juntar os cacos deixados depois do tsunami gerado pela exposição de Mike? Todos os advogados da firma se evadiram, tentando levar com eles a prestigiada carta de clientes da qual nossos protagonistas sempre se vangloriaram. Além dos corredores desertos, Jessica recebe a intimação em uma ação coletiva para minar todos as lides onde Mike trabalhou. Independentemente do meu carinho pelos personagens, assim como o jovem, eles também tinham que em algum momento pagar pelo conluio que sustentaram durante anos em prol de manter uma fraude trabalhando para eles.

Isto posto, Jessica -rainha como sempre – sabe que está do lado vencido da guerra e ver ela constatar que o trabalho de uma vida foi por água abaixo foi um momento bem comovente. Se no início ela era apenas uma chefe um tanto quanto arrogante, sua imagem foi sendo desconstruída, fazendo surgir uma mulher inteligente e admirável. Ela nunca deu um ponto sem nó – tirando Mike – e perceber que, apesar de ter aberto mão de tudo para sustentá-la, sua casa caiu de vez.

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Mais uma vez destaco, como em outras oportunidades, a relação dela com Rachel. A menina é a prova viva do lado mais humano de Jessica – não vejo um laço maternal, pois Rachel tem uma família muito bem constituída – mas sim duas mulheres que se conectam pela dura realidade que elas precisam enfrentar todos os dias quando acordam.Mas graças ao bom pai ela ainda tem a lealdade de Harvey e Louis, cada um deles genial ao seu próprio modo, para ajudá-la nesta nova fase. Louis, sendo ele como sempre, fica tomado pela ansiedade de tentar encontrar uma saída onde não há. Ainda bem que a picuinha entre ele e Harvey não durou muito, pois querendo ou não já tivemos o suficiente dela na última temporada e agora é hora deles conseguirem trabalhar juntos.

To Trouble conseguiu encaixar momentos cômicos, como há muito não víamos em Suits. Vocês imaginavam que Jessica tinha a sua própria reserva de maconha? Quando ela levantou a ideia, já me veio a cabeça aquela maravilhosa cena em que Mike e Harvey ficaram chapados na primeira temporada, porém o que veio a seguir foi melhor ainda por motivos de: Louis Litt – sério, o que foi aquilo? Rick Hoffman foi o destaque deste primeiro episódio, definitivamente!

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Jessica usando seus meios escusos conseguiu unir Louis e Harvey de uma forma espiritual, mágica e hilária. Depois de dividirem o singular efeito do entorpecente, Harvey pela primeira vez  pede desculpas por ter sido ele responsável por colocar Mike na vida de todos e Louis assume ter cogitado em entregar o amigo para tentar salvar o escritório. Estando todos os três na mesma página, eles conseguem encontrar uma certa esperança ao perceber que talvez – juntos – eles consigam de alguma forma reverter o péssimo quadro em que se encontram.

Suits deu um belo ponta pé inicial na sua sexta temporada. Os dois arcos principais – prisão e escritório – coexistiram muito bem, o que prova a genialidade dos roteirista em manter o ritmo depois de orquestrarem o que muitos achavam que seria uma eventual conclusão da série. A reviravolta na trama de Mike prova que é difícil prever o que vem a seguir e, mesmo que você consiga, as coisas se desdobram de maneira inteligente, mantendo o espectador (e a pessoa que vos fala) fisgados.  Há muita poeira suspensa ar e vai ser bem interessante ver como ela vai começar a se assentar (se isso for possível).

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Observações:

– Gostei bastante da Rachel no episódio. Eu tinha um pouco de implicância com a Meghan Markle no começo, mas ela conseguiu me cativar. A dor dela nas primeiras horas sem Mike foi palpável, deu para sentir a ânsia dela ao tentar amolecer a policial ao telefone. Essa moça vai sofrer mais do que Maria do Bairro esse ano!

– Rachel e Harvey também funcionam muito bem juntos, provando que há como sobreviver sem o Mike.

– Apesar de achar que Donna ficou um pouco de lado neste inicio de temporada, ela teve um momento bem emocionante junto de Rachel quando – pela primeira vez – ela não soube o que dizer.

– Um alívio de ver aquele cabelo horrível do Mike sendo raspado!

– Estava esperando uma vibe Orange is the New Black, mas o uniforme da cadeia em Suits é super cool!

– Creio que Malcon possa acabar sendo algum tipo de aliado para Mike dentro da prisão. Ele é carismático e inteligente, conseguiu ler direitinho o novo detento – um verdadeiro soco no ego de Mike.

– Nem tanto a maconha – definitivamente foram as cinzas de Norma já seriam suficientes para deixar o Louis doidão.

– “Holy shit, this is the best thing ever. I love both of you so much.”– Quem nunca?

– Adorei o fato de Louis surpreender seus sócios com o seu saldo. Bem queria saber quanto esses três juntaram durante a carreira – não custa sonhar, né?

– Vocês também tiveram a impressão de que o Gabriel Macht emagreceu?

– No Brasil nunca aconteceria de alguém ser citado daquela forma. Algumas coisas na justiça americana são bem loucas!

– Benjamin também é um gênio!

Fique agora com a promo de Accounts Payable, que vai ao ar dia 20 de julho:

E aí? Valeu a pena a espera? O que vocês acham que vem por aí? Quero ler a opinião de vocês!

 

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Lívia Zamith

Nascida em Recife, infância no interior de SP e criada no Rio. Vivo e respiro Séries, Filmes, Músicas, Livros... Meu gosto é eclético, indo do mais banal ao mais complexo, o que importa é ter conhecimento de causa.

Rio de Janeiro - RJ

Série Favorita: São muitas!

Não assiste de jeito nenhum: Friends (não gosto de sitcoms)

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