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Supergirl – 1×16 Falling

Por: em 18 de março de 2016

Supergirl – 1×16 Falling

Por: em

Depois de uma semana sem episódio novo de Supergirl, algo que mais me pareceu uma eternidade (mas talvez isso tenha algo a ver com meu final de período na faculdade), nossa atual série queridinha retorna com outro episódio desvinculado de toda sua história central da temporada, mas que executou sua tarefa enquanto filler de maneira maravilhosa. O episódio voltou para aquilo que os produtores sabem administrar muito bem e que ouso dizer, é o ponto forte de toda série, do drama à ação em cenas executadas cada vez melhores ainda.

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A princípio é necessário comentar sobre a atuação de Melissa Benoist enquanto nossa superheroína. Confesso que meses atrás quando divulgaram que a atriz seria a responsável por dar vida à kriptoniana fiquei dois pés atrás de um tanto quanto desconfiada. A atriz ganhou fama na série musical Glee e não conseguia vincular a imagem da sem-sal Marley a uma série de “ação”. Colocá-la numa aposta como foi Supergirl, pois, convenhamos, a indústria “nerd” ainda é um lugar muito injusto para protagonistas femininas, foi uma jogada de mestre aqui, ainda mais conforme a cada semana a produção fixa o caminho que pretende trilhar com a série com momentos únicos que há muito não vemos em outras produções partidas dos quadrinhos.

Melissa fez um excelente trabalho, e os  méritos não são apenas dela, mas do roteiro também, mostrando que até mesmo Kara Zor-El tem seu lado obscuro. Como ficou colocado no episódio, lidar com o poder é uma pressão diária que eventualmente torna-se impossível de suportar, e, ainda que, sob o efeito da kriptonita vermelha, Kara deixou de reprimir todos seus impulsos mais internalizados finalmente colocando umas verdades na mesa, que até nós algumas vezes desejamos que ela o fizesse, entretanto, no decorrer do episódio uma conclusão foi certa: esta definitivamente não é uma roupa que lhe serve. Das cenas de diálogo até mesmo as cenas de ação nos entregam uma personalidade completamente diferente da solidária Supergirl a quem estamos familiarizados.

É certo dizer que super heróis sendo contaminados ou até mesmo levados involuntariamente para um lado mais obscuro não apresenta novidade alguma neste universo, entretanto é como a série o faz que torna tudo completamente diferente. O grande acerto da produção é entender que possuem a capacidade de ser mais que uma série sobre vigilantes, sua inovação parte do momento que atingem o cerne da missão de todo e qualquer herói em um compromisso com a cidade que defendem: inspirar, e com uma sequencia brilhante de diálogos e interações entre os personagens, a cada semana assim o fazem. E nesta semana destituíram Supergirl desta missão e desfizeram a imagem que há muito vinha sendo construída, sendo este o ponto mais forte do episódio.

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Falling trouxe como nossa principal ameaça a própria heroína da série e todos os esforços voltados a derrubar alguém que além de tudo, é irmã e amiga de todos ali que se uniram para por abaixo a ameaça. Da estrutura do episódio ao drama que nos foi entregue, tudo foi sensacional, quando finalmente Kara Danvers retoma consciência de seus atos vemos qual é a maior jogada da produção da série, certamente eles poderiam apelar para os diálogos comuns e vazios para uma reconciliação, afinal, todos ali sabiam que a garota que eles de fato conheciam não estava presente durante suas atitudes, entretanto cada relação ali para ser recuperada vai precisar de um esforço e o principal de tudo, como a heroína irá recuperar a confiança perante a sociedade que a adorava e agora a teme.

A forma da reação da heroína foi algo brilhante que partiu da sala de roteiristas, eles não recorreram ao caminho mais fácil ou uma decisão óbvia, fizeram com que todos nós emocionássemos quando sua primeira fase ao tomar consciência após causar tanto dano é: “Eu matei algúem?”, encaixando perfeitamente até mesmo as cenas iniciais, onde a heroína de seus sonhos surge no pátio do colégio e a defendendo de um grupo de bullies, minutos antes de acabar infectada por algo que mudaria completamente seu rumo. Tudo encaixou-se para nos entregar um episódio com o tom necessário e causar arrepios a quem olhasse para a cena e entende-se tamanho simbolismo quando a pequena garota joga a fantasia da heroína fora.

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Conforme comentei mais acima, é impossível falar do emponderamento feminino na série sem falar em Cat Grant, um tornou-se quase sinônimo do outro no universo que aqui discutimos. Neste episódio a empresária desempenhou um papel fundamental sobre o que é poder. Partindo da premissa que ela é a pessoa mais poderosa de National City, cabe à Ms. Grant a tarefa de decidir quem será adorado ou crucificado pela população. Cat além de tudo criou Supergirl, estabeleceu a ponte entre a garota e os cidadãos de National City, e foi uma ironia gigantesca como a mesma pessoa que criou e defendeu a heroína coloca-se perante a essas mesmas pessoas para dizer que Supergirl não era mais confiável.

Mais que isso, a presidente da CatCo. enfrentou cara a cara a heroína, foi incrível ver essas duas figuras femininas dividindo a cena levantando o questionamento o que de fato significa ser poderoso num universo comandado por vigilantes bem treinados ou com poderes. Decidir quem vive e quem morre é sim uma tarefa também executada por aqueles com literalmente o poder em suas mãos, mas decidir quem será adorado ou odiado também cabe aos mais poderosos, e, bem, esta posição em National City pertence a Cat Grant.

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Para encerrar, apesar de não ter tido o menor desenvolvimento em torno do Myriad esta semana, em contraste ao último episódio que nos trouxe algumas menções, Falling não fica nem um pouco atrás e, arrisco dizer outra vez, que até aqui, marca seu espaço em um dos melhores da temporada, isso em razão, não somente das cenas de ação que se desenvolvem cada vez melhor, mas principalmente das atuações que foram sensacionais e como todos os núcleos da vida dupla de Kara uniram-se diante de um ponto em comum: proteger a cidade de seu própria protetora. Agora ficamos no aguardo para os próximos episódios e como Cat e Supergirl vão trabalhar para recuperar a imagem da heroína em National City, agora que todos a veem como inconfiável e como a jovem será capaz de restaurar suas relações que foram intensamente abaladas.

E você? Me conta o que achou deste episódio abaixo e retorno semana que vem com mais uma review fresquinha para vocês. Mil desculpas pelo meu atraso com a postagem, cheguei no final do período agora e minha vida se tornou uma loucura, mas finalmente acabou e prometo voltar à pontualidade quase de sempre.

Alguns eater-eggs que possam ter perdido e devaneios meus

  • A dispensa que Kara flagra Winn e Siobhan: lembram do Superman quase se escondia em uma também para trocar de roupa no trabalho de transformar-se de Clark para Superman ou vice-versa? Então, foi uma bela referência ao “vestiário” no Planeta Diário do primo de Supergirl.
  • Kriptonita vermelha: o artefato tem um grande histórico nas histórias de Superman, aparecendo na pré-crise, pós-crise e até mesmo na série Smallville, afetando Clark de uma forma semelhante à sua prima, ambos bem emocionalmente.
  • K’Hund: o vilão que teve uma aparição bem breve, entretanto nos quadrinhos possuem um bom histórico, sendo uma raça alienígena chamadas Khunds.
  • Perry White: quando Siobhan tenta vazar o vídeo da Supergirl deixando K’Hund livre é não apenas o primeiro contratante de Cat, mas também o diretor do Planeta Diário.
  • Kriptonita Sintética: essa versão genérica da kriptonita foi realizada por Lex Luthor nos quadrinhos, aqui é Max Lord que assume o papel do vilão que faz uma kriptonita sintética. Inclusive em Superman III, nosso Superman sofre com os efeitos dessa kriptonita ficando maligno durante um tempo, como aconteceu com Supergirl.
  • Falando em Superman III: a cena da Supergirl no Noonan’s tomando drink e atirando amendoins é uma referência à franquia Superman/Supergirl nos anos 70-80. Confiram o vídeo aqui e vejam a semelhança com a cena.

 


Enquanto isso deem uma olhada no que vai acontecer semana que vem!


Gabriela Vital

A Kardashian perdida que sonha em ser médica um dia.

Vitória / ES

Série Favorita: Grey's Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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