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The Exorcist – 1×07 Chapter Seven: Father of Lies

Por: em 14 de novembro de 2016

The Exorcist – 1×07 Chapter Seven: Father of Lies

Por: em

The Exorcist já está caminhando para seu final, mas ainda falta muito a ser explicado. Em um episódio de transição, conseguimos entender um pouco melhor as motivações de alguns personagens e, ainda, ver possíveis rumos que a história pode tomar.

Geena Davis - The Exorcist

Dando continuidade aos eventos passados, Marcus está disposto a fazer de tudo para salvar Casey. Mas, vendo tudo pelo o que ele passou, será mesmo que sua intenção é apenas ajudar a garota? Depois que o garoto possuído morreu, ele nunca mais foi o mesmo. Ele sentia-se fraco, não tinha mais esperanças e não achava que as coisas pudessem melhorar. Mas, quando Casey apareceu, ele viu nisso uma oportunidade. Ele não quer só ajudar a garota, ele quer ajudar a si mesmo. A salvação dela é a única coisa que pode salvá-lo do desespero. E, por esse motivo, a arrogância dele acabou fazendo-o tomar decisões egoístas. Casey não é sua propriedade e a família precisava saber da verdade. Ela está sendo derrotada aos poucos e sua família é a única coisa que pode deixá-la forte. Ainda, impedir que a família encontrasse a garota talvez não tenha sido o único erro do padre. Será que a vida vale tanto assim? Ela está sofrendo. Não seria melhor morrer enquanto ainda é ela mesma? Esse talvez seja o maior erro de todos. Afinal, se ela for salva, é impossível saber o tamanho do trauma com que a garota precisará conviver.

Angela, por sua vez, está caindo cada vez mais rápido. Ela presenciou uma possessão de dois pontos de vista, mas sofreu igual em cada. Ela sabe pelo o que a filha está passando, mas não pode ajudá-la. Apesar de ser diferente, nós também sabemos como é esse sentimento. Quantas vezes vimos pessoas importantes sofrendo, mas não sabíamos como ajudar? A sensação de impotência talvez seja uma das piores sensações e quase todos estão sofrendo com ela. Marcus se vê mais fraco a cada dia que passa, Tomás cada vez mais perdido, Henry cada vez mais distante, mas Angela… A cada dia que passa ela se perde um pouco mais. Tudo está desmoronando em sua volta. Nenhuma mãe consegue suportar ver seu filho em sofrimento. O retorno de Chris, apesar de inesperado, pode ter sido a única coisa boa na vida dela. Todos nós precisamos de um porto seguro, mas quem é melhor do que a própria mãe?

Já Casey não parece mais ter forças para lutar. É impossível imaginar o que a garota está sentindo, mas é fácil perceber o que ela quer. Mais importante que a vida, ela quer descansar. E, se analisarmos, isso talvez não seja algo ruim. Só ela sabe o quão destruída está sua alma e isso talvez não tenha volta. Nesse exorcismo, todos estão pensando em si mesmos e esquecendo-se dela. Henry, apesar de não ter perdoado a esposa completamente, ainda faz de tudo para se manter como líder da casa. Mesmo se recuperando, a vontade de ajudar faz com que ele deixe suas próprias necessidades de lado pela família. Kat, por sua vez, ainda não sabe como reagir perante tudo que está acontecendo. O único problema da personagem é que, comparando aos outros, ela foi a que teve o menor desenvolvimento. Todo o mistério que a cercava no começo acabou quando sua irmã virou o foco principal. Talvez esse seja um dos poucos pontos negativos da série.

As cenas do convento, apesar de rápidas, já parecem dar algumas dicas de como a história pode acabar terminando. Tanto Bernadette quanto Marcus possuem opinião diferentes, mas qual opinião irá prevalecer? Agora que Angela chegou, o cenário pode acabar mudando exponencialmente. O demônio a queria por perto e conseguiu. É engraçado ver que a presença dela é boa para Casey, mas também é boa para o demônio. Os dois a querem, mas quem conseguirá ficar com ela? Esse deve ser o momento em que Angela precisará confrontar a si mesmo. Afinal, Regan ainda existe ou esse passado já foi esquecido? Seja como for, o que ela decidir pode acabar influenciando o resultado final de um jeito ou de outro.

Hannah Kasulka - The Exorcist

Uma das melhores coisas nessa temporada são as críticas sociais. No episódio passado, tivemos uma breve reflexão sobre o racismo. Nessa semana, conseguimos ver uma esposa que perdeu o marido, mas que foi esquecida pela sociedade. Ele morreu, mas não houve justiça. Ainda, vemos também como a mídia pode destruir vidas. Tudo que a família Rance precisa é de um momento para pensar, mas as câmeras não deixam isso acontecer. A mídia não se importa com o sofrimento das pessoas, ela se importa com a curiosidade da humanidade. Todos nós somos apenas atores em um espetáculo que outros querem assistir. Nossa felicidade e nosso sofrimento são apenas detalhes para satisfazer vidas alheias. Vivemos em uma humanidade onde o amor ao próximo foi completamente esquecido. Nós vemos o demônio como o vilão da história, mas será que as pessoas são tão inocentes assim?

E, enquanto o exorcismo de Casey começa a caminhar para sua conclusão, os problemas na Igreja parecem estar apenas começando. É interessante ver como Bennett parecia distante no começo, mas felizmente conseguiu ganhar o destaque que precisava. Até o momento, ele é o único que sabe que algo está errado. Talvez seu único erro esteja em querer fazer tudo sozinho. Mesmo sendo inteligente, é fácil notar o quão perigoso é o caminho em que ele está seguindo. Ainda não é possível saber a intenção do grupo, mas é sabido que algo grande está vindo. Ele está vindo. Maria Walters, por sua vez, começa a demonstrar mais suas verdadeiras intenções. Ele quer Tomás e, vendo pela cena do carro, isso parece estar cada vez mais próximo. Mesmo permanecendo uma personagem misteriosa, o desfecho final parece depender completamente dela.

E falando em Tomás, o padre já não faz a mínima ideia do que fazer. Desde o começo ele se mostrou alguém com muita vontade, mas com pouca força. Seu relacionamento com Jessica acabou piorando tudo. Por mais que tente, ele não pode deixar de ser quem é de verdade. Ele é um padre e, não importa o que tente fazer, ele sempre se sentirá como um. O problema é que enquanto sua mente o lembra disso constantemente, seu coração clama por algo mais. Ele quer amar e se sentir amado. Nisso, nos deparamos com um conflito de interesses. Agora, ele precisa enfrentar seus próprios demônios e decidir que caminho seguir. Ele não pode ter os dois. Ainda, isso também serve para nós mesmos. Nós também temos escolhas em nossa vida e, querendo ou não, alguma hora precisaremos decidir o que iremos querer. Isso é a vida.

Kirsten Fitzgerald - The Exorcist

No geral, The Exorcist está melhorando a cada semana. Faltando apenas três episódios para sua conclusão, é impossível não sentir medo pelo final iminente. Será que Casey conseguirá sobreviver? O que Angela irá fazer pela filha? Qual será a escolha de Tomás? Seja como for, a história parece ter todas as ferramentas para encerrar esse arco da melhor maneira possível.

Observações:

Fiquei feliz que o convento voltou a aparecer. Gosto muito desse núcleo.

The Exorcist representa a Caverna do Dragão e Jessica representa o unicórnio que sempre atrapalha a história.

Estou sentindo falta dos conflitos internos entre Casey e o demônio.

Será que aquela mordida terá outra finalidade? Impossível não lembrar do filme A Morte do Demônio.

Estou com medo que o final da série seja como o do filme e já estou de luto antecipadamente.

Peço desculpas pela demora em postar a review. Houve alguns contratempos pessoais durante o processo de escrita.

 


E você? O que achou do episódio? Não se esqueça de deixar sua opinião e continuar acompanhando as reviews aqui, no Apaixonados por Séries.


Lucas de Siqueira

Apaixonado por Tom Holland, séries históricas, documentários sombrios e guerras. 19 anos de pura imersão em diferentes universos através da leitura e pronto para criar outros através da escrita.

Santa Branca/SP

Série Favorita: Game of Thrones

Não assiste de jeito nenhum: Revenge

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