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The Knick – 2×10 This is All We Are (Season Finale)

Por: em 26 de dezembro de 2015

The Knick – 2×10 This is All We Are (Season Finale)

Por: em

Que season finale sensacional. O episódio iniciou com cenas curtas e esperadas, para logo em seguida jogar uma pilha de cenas surpreendentes, tensas, com grandes diálogos e muito bem dirigidas (até mesmo para o nível Soderbergh).

O funeral do August Robertson levou a uma conversa íntima linda entre Algernon e seu pai, quando este o viu com o olho roxo. O inconformismo do filho é uma incógnita para o pai, que tem muito menos e agradece pelo pouco que tem. A típica conversa entre gerações diferentes, nesse caso entre um homem que viveu na época da escravatura e seu filho, um cirurgião renomado, o “negro com mais oportunidades nessa cidade”, como o definiu seu pai. Um diálogo sensível, marcado por um close quase asfixiante nos rostos dos dois.

The Knick 1

Henry não pretende construir outro Knickerbocker e manter o legado do pai. Ao contrário, venderá o único Knick existente para a prefeitura. Essa decisão, obviamente, irritou profundamente o Herman, que convidou Thackery a juntar-se a ele, e construírem seu próprio hospital. Sem dúvida, isso levaria a série a um caminho interessante (se não fosse aquele outro detalhe que falarei daqui a pouco). De qualquer maneira, caso Barrow decida pôr sua ideia em prática, a corrupção em Nova Iorque alcançará um novo nível.

Não que ele fosse o único corrupto na equipe do Knickerbocker, não é mesmo? Que reviravolta surpreendente a descoberta de que Henry estava encarregado dos portos. Era ele quem estava subornando os funcionários e trazendo os imigrantes para a cidade; foi ele quem matou o inspetor Speight e ateou fogo no novo hospital, numa tentativa de matar o pai e a irmã, todos por se envolverem no seu negócio sujo. Cornelia foi estúpida por tê-lo confrontado sozinha e desarmada, e quase paga o preço por isso. Vamos torcer para que ela não abandone a cidade simplesmente e o deixe sair ileso da história. Seria ótimo vê-la assumir o comando do hospital (imagina só, o Knick sendo propriedade de uma mulher e com um negro como cirurgião-chefe? Seria um grande tapa na cara da sociedade nova-iorquina da época).

The Knick 2
A história entre Cleary e Harry assumiu outros contornos. Confesso que estou dividido entre gostar ou não de sua estratégia para tirar o hábito da Harry. Me julguem, mas o que ele confessou ao padre é a verdade, e todos vemos isso durante toda a temporada: Harriet respira melhor do que nunca, está mais feliz, então por mais escrota que tenha sido suas atitudes, acredito que nesse caso o fim justificou os meios. Mas como ninguém está sempre feliz em The Knick, não deve demorar até a noiva de Cleary descobrir quem a denunciou.

Há morte mais apropriada para John do que durante a realização de uma autocirurgia sob efeito de cocaína? Por mais ambíguo que tenha sido o final dessa história, me parece bem provável que John tenha realmente partido. Pelo menos foi o que deu a entender a impressionante montagem que mostrou a iluminação no teto, refletida nos olhos estáticos do nosso cirurgião-chefe, a Abigail e a criança que estão sempre na mente dele, e, logo após a injeção de adrenalina, a maca vazia, a sala vazia, e um nó de marinheiro (como os que ele precisou fazer para pôr a cabeça de volta no lugar e voltar ao hospital).

The Knick 3

Com uma aparência de series finale e o maior cliffhanger da série até aqui, The Knick encerra uma temporada muito superior à já excelente primeira. Caso a Cinemax renove (o que, segundo a Variety, já está em negociação), nos vemos no ano que vem!

P.s.: Adorei que o Algernon tenha decidido continuar a pesquisa do John sobre a dependência química.

P.s.2.: No início do século XX, como o raio-X era uma novidade, ainda não haviam descoberto a presença de substâncias tóxicas nesse aparelho. Isso explica a estranha cena entre Barrow e seus companheiros do Metropolitan Club, quando sugerem ao Herman que ele se submeta a um raio-x para tratar as manchas na mão e esse responde “já fiz isso dezenas de vezes”.


Lucas Ferreira

Petrolina - PE

Série Favorita: Sherlock

Não assiste de jeito nenhum: Elementary

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