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The Vampire Diaries – 8×10 Nostalgia’s a Bitch

Por: em 30 de janeiro de 2017

The Vampire Diaries – 8×10 Nostalgia’s a Bitch

Por: em

O título do episódio dessa semana de The Vampire Diaries não poderia ser mais adequado. E diria mais: ele serve como um grande alerta para nós fãs do que vem sendo toda essa temporada final.

Bom, a gente sabe que a série dos irmãos Salvatore vem sofrendo com alguns problemas de roteiro há algum tempo. Para ser mais preciso, desde a sua controversa quarta temporada, TVD nunca mais foi a mesma. Alguns apontam o arco de Silas como um sopro de frescor (em alguns, leia eu), outros acham a sexta temporada bem executada. Mas que a série nunca voltou a ser o que era, isso é uma unanimidade. Por isso comemoramos tanto a volta de Kevin Williansom, produtor que deixou a equipe no final da terceira temporada. Era uma breve chance de termos o cerne do que nos fez conectar com tantos personagens por anos. Uma chance que poderia ser muito bem aproveitada. Poderia.

Eu digo isso com dor no coração, porque eu realmente queria uma temporada linda para esquecer tudo que sofri com aquele terrível sétimo ano, mas parece que a preguiça tomou conta da sala de roteiristas. “Nostalgia’s a Bitch” é a comprovação de que a trama não sabe para onde caminha, ora flertando com o drama das sereias, ora abordando a relação fraternal entre os irmãos Salvatore. Isso poderia ser muito bom? Poderia em uma temporada normal. Mas estamos falando de uma série que tem mais 6 episódios pelo caminho e perde tempo de tela com personagens que simplesmente queimam no inferno no final do episódio.

Sim, eu estou indignado com o final das sereias. Confesso ter amado essa parte da mitologia, amado a maneira que elas foram trazidas para o resto da trama. Não tínhamos como levar uma temporada inteira sem uma nova abordagem da história e até entendo eles trazerem o demônio/diabo/sei lá que caralhas é Cade como um grande vilão. Mas foram dez episódios para absolutamente nada. Ficaram brigando pelas pessoas, depois brigando entre si, para queimar por vontade de Cade. Sério, eu não conseguia acreditar no que estava vendo. Se era preciso tirar essas personagens da história, que fosse feito de um jeito melhor trabalhado. Já vimos muitas idas e vindas, sendo essa uma das mais porcamente executadas. Enfim, parece que botamos uma pedra nas sereias e seguimos somente com o demônio (eu me recuso a falar do sino, do inferno que seria aberto e de como todo mundo queimaria – me recuso).

E já que estamos falando no capiroto, temos que falar do inferno pessoal de Damon. Cara, vi muita gente reclamando disso, muita mesmo. Pessoas falando que já tinha dado, que era uma trama cansativa. Mas a reflexão que fica é: essa é uma série sobre os feitos dos irmãos Salvatore, sobre a relação dos dois e como um influência na vida do outro. Sempre foi isso, sempre será. Não querer ver o Damon sofrendo depois de lidar com tudo que fez enquanto tinha desligado sua humanidade, é não entender a abordagem da série. Achei bem justa a maneira como a trama foi trabalhada, ainda mais com as muitas participações especiais – uma bela maneira de homenagear personagens que fizeram parte dessa história (amei demais ver a xerife Forbes e a gradma Bennet – Vicki não me importo).

Quando pensamos friamente, faz todo sentido aquele tour do perdão. Apesar de aparentar uma frieza sem igual, Damon sempre foi atormentado pela humanidade que lhe foi retirada, culpando Stefan por isso. A cena em que os dois se encontram na mente do vampiro é uma das mais poderosas que vimos nessa temporada. Achei incrível a maneira como Stefan fica perturbado ao perceber que o irmão aceita a sua condição e não o culpa mais por isso. E para os que apontam essa decisão ou mudança de postura como algo repentino, repensem. Eles vivem isso há centenas de anos. Finalmente temos a redenção do personagem, necessária para fazer Stefan voltar a si e, juntos, os dois baterem de frente com as imposições de Cade.

Esse deve ser o caminho que veremos daqui para frente. Um caminho perigoso para seis episódios. Perigoso para tantas resoluções que esperamos, mas é a proposta. Que nada seja tão apressado quanto foi o desfecho das sereias, mas que também não se perca um tempo absurdo com Cade. Não estamos aqui por eles. Estamos aqui para ver finalizada a história de personagens que acompanhamos por 8 anos, fielmente. Às vezes reclamando, às vezes amando, mas estávamos aqui. Então, por favor, finalizem esse negócio direito.

Deixo vocês com o vídeo promocional do próximo episódio e com o espaço aberto para me contarem o que acharam deste episódio que apelou mais para a nossa nostalgia do que para uma trama bem executada.

P.S.: Bem linda a cena que o Damon fala o que estava escrito na carta que deixou para Bonnie. E também a cena que ele faz “as pazes” com Matt. E também quando Carol aceita que ele era a única pessoa que entendia quanto sua mãe fazia falta. Droga de nostalgia!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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