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The Walking Dead – 5×05 Self Help e 5×06 Consumed

Por: em 9 de dezembro de 2014

The Walking Dead – 5×05 Self Help e 5×06 Consumed

Por: em

“Self Help” ou “Como Abraham Descobre Que Eugene Na Verdade É Um Caipira Esperto”

Abraham tem uma missão e, como um bom militar, ele está determinado a cumpri-la.

Salvar Eugene representava salvar o mundo dos zumbis e, possivelmente, restaurar a ordem. Mas descobrimos que para Abraham era muito mais que isso. Foi o que impediu que ele terminasse com a própria vida, após ver seus entes queridos mortos.

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Seria uma espécie de vingança contra a praga ou apenas sua vocação militar em ação? O que fica claro é que esse era não somente seu objetivo de vida, mas seu próprio motivo de estar vivo. Logo, quando Eugene revela ser apenas um farsante protegendo sua frágil vida e essa fagulha de esperança é bruscamente apagada, Abraham desaba – não sem antes desabar Eugene.

Fiquei bastante contente por essa revelação ter sido feita de modo despretensioso. Pensei que seria algo que os produtores guardariam para a metade da temporada, é um interessante plot twist, mas não material para nos deixar sedentos pelo próximo episódio.

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Maggie e Tara fazendo com que Eugene sentisse uma urgência em revelar seu segredo tiveram prós e contras. Na biblioteca o tom estava correto, mas a conclusão foi bastante irritante. O cara acaba de fazer uma sabotagem monstra que quase matou todo mundo e a moça aceita praticamente numa boa.

Ainda se Eugene fosse carismático, mas tá estampado na cara dele “PSICOPATA” e ela põe panos quentes no problema. Tudo bem dá pra relevar.

Maggie com seu discurso motivacional também me pareceu uma cena meio deslocada, mas o texto foi mais refinado e forma uns paralelos mais interessantes com a “situação Eugene”, apesar de parecer meio forçado as diversas metáforas que envolvem os demônios internos do falso cientista – ela divaga até do mullets do cara!

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O episódio da uma sensação de enrolação aqui e ali, mas foi interessante para desenvolver um pouco do trio Rosita-Eugene-Abraham, o último até com direito a flashback.

Acredito que em The Walking Dead o timing é essencial para a ambientação pós-apocalíptica. Alguns episódios são incríveis em traduzir a desolação que é este novo mundo, alguns tropeçam, mas conseguem chegar lá e outros caem de cara nas próprias pretensões.

Self Help” se encaixa na segunda categoria, a meu ver. A cena em que o grupo se protege na biblioteca, ao som da grave cantarolada de Abraham, é muito boa. O breve embate entre Abraham e Glenn a cerca de atravessar a horda gigantesca de zumbis – culminando na confissão de Eugene – é ótima.

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Abraham nocauteando Eugene é lindo, dá pra sentir a raiva do militar e a seguir, sua frustração, enquanto se ajoelha olhando para a estrada vazia. Aquela mesma estrada que o levou tão longe por uma mentira.

Observações:

– Tara constrói a churrasqueira suprema do apocalipse – cabides de grelha!
– O passado de Abraham não foi nada de mais, mas mostra que o bigodudo é capaz de atrocidades para proteger a quem ama (brother do Rick).
– A onda de fedor zumbi foi a melhor piada escatológica da série até então – “o vento tá trazendo o cheiro, aguenta aí”.
– Eugene espiando a intimidade de Abraham e Rosita foi bizarro demais! E digo isso como um elogio.

A Morte Zumbi Da Semana vai para um maravilhoso combo de EUGENE! Pois é, se aproveitando da consistência de papelão dos zumbis o covardão se utiliza de um esguicho de bombeiro para matar uma dúzia de mortos vivos. No mínimo inesperado.

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“Consumed” ou “Como Daryl Conheceu Noah E Carol Foi Parar No Hospital Com Beth”

Pois bem, mais um episódio “solo” aqui em The Walking Dead. Seguimos a dupla ninja Daryl e Carol em sua perseguição de um carro marcado com a cruz branca – que acreditam que os levarão até Beth – possibilitando mais estreitamento dos laços da dupla dinâmica do apocalipse.

Foi um bom episódio, mas gera pequenas reclamações da minha parte. Como disse acima no texto de “Self Help”, TWD precisa trabalhar o timing a favor da ambientação, ou seja, os “tempos mortos” (cenas lentas e silenciosas) são necessários para série e o que muita gente considera enrolação muitas vezes é parte dessa construção maior. Ainda assim, a mão pesada muitas vezes, veja só… Pesa! E o ritmo da série é prejudicado.

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Se a série fosse uma orquestra, no momento em que o grupo de Rick se separa também se separam os instrumentos. Então se o material simplesmente não supre notas o suficiente para que cada um se sustente por 40 minutos, a série peca no ritmo.

A opção da série por episódios únicos com cada núcleo muitas vezes vinga, a exemplo da busca do Terminus que foi uma viagem incrível, mas no caso de “Self Help” e “Consumed” me pareceu que TWD esfriou um pouco. O quinto episódio pelo menos pode desenvolver melhor personagens “novos” como Abraham, mas este aqui pareceu um build up bastante exagerado para o resgate de Beth.

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Noah se encontrando com a dupla rendeu uma tensão legal, e Daryl o sentenciando a morte com cigarrinho na boca foi uma grande cena. Mas veja bem, a balança moral de TWD praticamente funciona assim: Quando um vai para o lado negro da força, cabe ao outro o trazer de volta. Repetindo essa inversão, Carol que mata sem dó quem representa perigo a seus conhecidos, impede a morte de Noah, que ela mesma queria matar e foi impedida por Daryl. Ai ai…

Mas no fim, é sempre bom ver Daryl e Carol em ação. Temos gotas de sentimento dos dois lados. Mas segue a risca o protocolo do apocalipse zumbi: Entrar em prédio abandonado – garantir que o local está salvo – personagem revela um pouco de seu passado – procurar por suprimentos – descansar – barulhos suspeitos em algum lugar – compartilhar sentimentos metafóricos referentes a vivencias recentes.

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Nenhuma rotina cansativa que lembre uma certa fazenda da série, mas cabia ali outras situações pontuais. É aí que o “tempo morto”, que pode fazer um bem danado, acaba virando enrolação. Os produtores já se declararam preguiçosos em mudar o modus operandi da série. “Em time que está ganhando não se meche”, dizem. Mas TWD as vezes parece aquele time retrancado, que faz o seu trabalho e ganha de 1×0 no final, sem show, sem diversão. A torcida continua, e é melhor ganhar o jogo do que perder de virada no segundo tempo. Então muita força aí The Walking Dead!

Observações.

– Eu tenho uma ligeira impressão de que aquela van teria caído de ponta cabeça de acordo com as leis da física… Mas tudo bem, eu sou tão cientista quanto o Eugene.
– Carol pegando livro de autoajuda! A coisa tá feia hein…
– Os dois discutindo arte olhando para o quadro foi um ótimo momento do episódio.
– Curtos flashbacks de cenas que não vimos de Carol – basicamente envolvendo violência – foram legalsinhos para mostrar ela como um espírito incompreendido por seus atos extremos.
– A chuva de zumbis em cima da van foi demais!

E por fim, a Morte Zumbi Da Semana vai para CAROL, demonstrando 100% de tranquilidade e naturalidade ao matar um zumbi chato que veio importunar no trânsito.

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Pedro Matteu

Além de séries, apaixonado por cinema, HQ's, Stephen King e livros de dragõesinhos.

Jaguariúna/SP

Série Favorita: Game of Thrones

Não assiste de jeito nenhum: Grey's Anatomy

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