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The Walking Dead – 7×04 Service/ 7×05 Go Getters

Por: em 25 de novembro de 2016

The Walking Dead – 7×04 Service/ 7×05 Go Getters

Por: em

Estou em um momento decisivo na faculdade – ajeitando os últimos detalhes da monografia – então nas últimas semanas estive completamente focada nisso e acabei deixando as reviews um pouco de lado (sorry!). Agora que consegui uma brecha vim aqui colocar ordem na casa e comentar tudo o que aconteceu nestas duas ultimas semanas de The Walking Dead!

7×04 – Service (Exibido em 13 de novembro)

Passadas duas semanas do grutural episódio de retorno, nós finalmente retornamos para Alexandria e aos nossos protagonistas, ainda buscando digerir toda inversão na ordem das coisas. Não são mais eles quem dão as cartas, quem ditam as regras ou que mostram o caminho. Aparentemente eles estavam esperando apreensivos pela primeira visita dos salvadores e, claro, Negan chegou para mais uma sessão de humilhação para ninguém colocar defeito.

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Rick está em um estado de resignação que há muito não o víamos – talvez apenas na época da Lori, quando ele se deixou sucumbir  ao desequilíbrio pela perda da esposa. Mas agora é diferente, há uma sobriedade no posicionamento do ex-xerife, onde ele entende que – mesmo sendo ele e seu grupo extremamente capazes – tentar confrontar os Salvadores agora seria suicídio.

Eles estão melhores organizados, tanto em pessoal quanto em suprimentos e qualquer tentativa de resposta será sufocada com requintes de crueldade e sadismo. The Walking Dead quer que seus espectadores tenham a total certeza de que Rick está sem qualquer tipo de esperanças de conseguir reverter o cenário em que eles mesmos se colocaram – que depois de tudo que ele passou, a melhor opção é submeter-se à tirania e viver enquanto couber como reféns de um tirano com uma milícia armadas até os dentes e com as miras permanentemente apontadas para suas cabeças.

Quando vemos Negan chegando à Alexandria, sua presença é certificada pela inequívoca sombra de Lucille aos portões da comunidade e nós – condicionados – começamos esperar pelo pior: essa é a grande virtude do líder dos Salvadores como personagem – depois de apresentar-se com a maior brutalidade possível na premiere, qual quer cena em que ele apareça ganha um potencial de escalar rapidamente em escala de violência, adicionando uma grata tensão à sua presença. E, depois que a milícia entra em Alexandria, essa perspectiva se comprova, mesmo que ninguém tenha acabado o episódio com a cabeça em frangalhos.

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Ao invés de matar um personagem menor, The Walking Dead reafirmou o seu ponto usando Lucille como um símbolo concreto das novas regras que regem as relações agora.  Negan entra em Alexandria, logo entrega seu amado taco de baseball para Rick em um cruel exemplo de como a mente do vilão funciona. Ele sabe que Rick poderia muito bem se virar contra ele em qualquer momento, mas em prol de estabelecer um domínio psicológico sobre o pai de Judith, ele o faz mesmo assim. Afinal, qualquer atitude impensada representaria certamente uma morte lenta e dolorosa para todos ali,

Depois de recebido, ele logo questiona sobre Meggie – em mais um jogo sujo e, por um momento, somos levados à acreditar que ela acabaria tornando-se mais uma das esposas de Negan. É aí que o Padre Gabriel aparece, em uma rápida sacada, quebrando qualquer chance de Rick dividir a localização da jovem, que partiu para Hilltop depois de perder o marido. Podemos contar essa encenação como o primeiro e contido ato de resistência de Rick e os sobreviventes, mas que não poupará Meggie e seu bebê de futuros tormentos – mas dá algo pelo que o grupo lutar para proteger.

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A maior parte de Service foi focada na completa submissão de Alexandria aos Salvadores – a entrega de todo o arsenal deixou isso bem claro. A partir de agora a segurança da comunidade será feita pela milícia de Negan, em troca de suprimentos à serem entregues todas as semanas. Rick e seu grupo estão vendidos, à princípio, já que alguns pontos de resistência começam a aparecer.

Rosita, que parece ter se fortalecido com a morte de Abraham, será crucial para reverter o jogo. Depois de ser obrigada à entregar tudo, menos o seu boné, ela traz de novo para os holofotes o projeto de Eugene e Abraham de fabricação de munição. Em uma resistência que aparentemente nascerá por debaixo dos panos, os dois remanescentes da caravana de Washington serão imprescindíveis para tal.

Um dos questionamentos que muitos fizeram foi porque Rick está sendo tão complacente com tudo isso que está acontecendo e, pela primeira vez, ouvimos o nome de Shane ser trazido depois da sua morte. A verdade sobre a paternidade de Judith era uma teoria à muito discutida pelos fãs e que nem nos quadrinhos foi confirmada – já que lá bebê morre durante a fuga da prisão. O discurso do ex-xerife é claro, as vezes se revoltar não é a melhor saída. Apesar de não ser sua, ele ama Judith e quer garantir a sobrevivência dela e de Carl – nem que para isso ele precise conviver com as humilhações constantes de Negan. Foi interessante notar que Rick também reconhece a importância de Shane na sobrevivência da sua família, inclusive na concepção de Judith. Ele simplesmente aceitou a gravidez de Lori e seguiu com a vida – algo que analogicamente pode ser compreendido pelo momento que ele vive agora. Não é o ideal, mas é o que ele tem.

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Apesar de ser melhor que os últimos, Service também teve seus problemas. Esse vai e volta para construir a atmosfera de opressão dos Salvadores está ficando cansativo. Nós já entendemos que vai ser a missão mais difícil superar A narrativa da 7ª temporada precisa começar a desenvolver-se – e, por mais que Jeffrey Dean Morgan esteja ótimo no papel do vilão, em um momento me peguei bastante impaciente com as suas tiradinhas e ironias… Além de cair mais uma vez em seu defeito, qual seja: The Walking Dead, quando não está matando algum personagem importante ou mostrando um ataque de zumbis, parece que está apenas gastando o nosso precioso tempo.

O episódio finalmente nos transportou de volta para Alexandria, dando uma sugestão do enredo que The Walking Dead tentará desenvolver. A série quer que o certo embate entre Rick e Negan seja algo necessário, e não apenas movido por revanchismo. E, enquanto o poder de Negan está concretamente estabelecido, outras perguntas precisam ser respondidas: Como o líder dos Salvadores tornou-se quem ele é? Como era a sua vida antes do apocalipse zumbi? Para qual extremo Rick deverá  dirigir-se para conseguir deixá-lo vulnerável? E, por que cargas d’agua o nome do taco é Lucille?

7×05 – Go Getters (Exibido em 20 de novembro)

Mais uma vez The Walking Dead desenvolveu um episódio quase que inteiramente focado em uma pequena peça de um tabuleiro que está demorando para se formar. Os minutos iniciais de Go Getters serviram para estabelecer os conflitos que pautariam o restante do episódio, em um recurso que funcionou para trazer Maggie (e o bebê), Sasha, Jesus e Hilltop de volta para a história.

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Mais uma vez somos obrigados à comparar estes episódios com a premiere, que deu o pontapé inicial com toda violência e sadismo na 7ª temporada – mas o que se seguiu foi uma sequência de capítulos desenvolvendo lentamente as peças que vão compor o tabuleiro da temporada. É interessante notar que, na prática, mortes como a de Gleen e Abraham (apesar de chocantes) não tiveram tanto impacto sobre as pessoas mais próximas à eles. Afinal, no contexto de The Walking Dead, a morte não tem mais poder além de nos surpreender . O luto é algo constante e difícil de individualizar. Logo, toda a conversa de Maggie, Sasha e Jesus sobre como eles lembram dos seus entes queridos é um símbolo de que as recordações não precisam ser corpóreas – a melhor coisa à se fazer é continuar vivendo.

Graças à isso nós não tivemos mais um dos famigerados episódios contemplativos que marcaram as temporadas e, ao menos no universo de Hilltop, a história teve um pouco mais de fluidez. Gregory, que pouco apareceu na 6ª temporada, volta à cena para confirmar sua pequenez. Ele é covarde, egoísta e está disposto à se curvar aos Salvadores, dando tudo o que eles pedem, se isso significar a sua sobrevivência. Desde já Go Getters nos dá um novo personagem para desprezar e torcer para que a (in)justiça de Lucille recaia sobre.

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Foi feito um importante paralelo entre as lideranças das comunidades. Por mais que nós  tenhamos questionado a resignação de Rick em Service, ele ainda é o herói passível de simpatia. Enquanto ele mentiu sobre Maggie para mantê-la protegida, pelo menos por enquanto, Gregory esteve pronto para entregá-la aos Salvadores quando apertado – apesar disso também significar uma visão um pouco hipócrita dos espectadores, já que se Negan é tão ruim quanto estão nos fazendo acreditar, a atitude de Gregory é mesmo tão condenável? Mas ok, ele é um merda. Em Hilltop, Maggie, Sasha e Jesus são os heróis, e é para eles que nós devemos torcer.

Go Getters também proveu momentos que muitos dos fãs da série anseiam em todos episódios: muitos zumbis! O movimento dos Salvadores de incutir uma horda para dentro de Hilltop para mandar um recado, foi rapidamente sufocado por reações magnificamente bad-asses de Maggie (com seu trator), Sasha e Jesus (mestre das artes marciais). Foi uma bela sequência ver uma nova parceria instituída e que esses três, bem como Rosita em Alexandria e Ezekiel no Reino, serão imprescindíveis para uma eventual derrocada de Negan.

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O episódio finalmente deu a impressão que a narrativa vai começar a caminhar. Maggie e Sasha se impuseram no comando de Hilltop, com Jesus indo no encalço dos Salvadores, para descobrir onde é o QG de Negan.  Sasha está determinada em eliminar o líder da milícia e não é a única: Carl decidiu insurgir-se à resignação do pai, e também decide ir por conta própria atrás dos vis Salvadores. Estou bastante curiosa para ver como essa dupla vai funcionar, gostei do olhar de aparceiramento que ambos deram ao se realizarem dentro daquele caminhão.

Depois de 4 episódios fillers, vamos torcer para que neste domingo The Walking Dead finalmente decida tocar a seu enredo principal. Nós definitivamente temos muitos personagens, muitos para os quais ainda não ligamos. Todos esses cenários – Salvadores, Alexandria, Hilltop e Reino – precisam começar a se comunicar para as coisas fazerem sentido. Acho que não tenho mais saúde para as canastrices dos homens de Negan sem nenhuma reação, por mais que isso resulte em alguma cabeça esmagada.

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Fique agora com a promo de Swearque vai ao ar dia 27 de novembro, às 00h30, na FOX!

E você, curtiu os episódios? Acham que a série anda agora? Fique a vontade para dividir suas impressões!


Lívia Zamith

Nascida em Recife, infância no interior de SP e criada no Rio. Vivo e respiro Séries, Filmes, Músicas, Livros... Meu gosto é eclético, indo do mais banal ao mais complexo, o que importa é ter conhecimento de causa.

Rio de Janeiro - RJ

Série Favorita: São muitas!

Não assiste de jeito nenhum: Friends (não gosto de sitcoms)

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