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Arrow – 4×19 Canary Cry

Por: em 29 de abril de 2016

Arrow – 4×19 Canary Cry

Por: em

A culpa e a negação depois de um trágico evento.

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Voltamos. Tivemos tempo para maturar a terrível ideia de que Laurel Lance estava morta, mas é hora de aceitar que isso aconteceu. O roteiro de “Canary Cry” foi uma incessante lembrança de que não existe volta para essa decisão, colocando os personagens em posições que nós mesmos tomamos depois que recebemos a notícia. Cogitamos poço de Lázaro, magia, enganação – nada mudando o fato de que a Canário se foi e levou consigo um legado de luta pela justiça em sua cidade. Diante de tantas escolhas esquisitas, um acerto deste episódio foi colocar a história de Laurel no seu devido lugar, dar a ela o merecimento pelos seus atos e fazer com que fosse vista como heroína e não como uma vítima que Ruvé queria explorar politicamente. Logo que vazou as imagens da gravação do tão comentado funeral, tinha achado muito estranho o fato da equipe expor a identidade da promotora, o que só fez sentido agora, numa clara tentativa de deixar intacta a imagem de uma mulher exemplar para Star City.

Como era de se esperar, a morte trouxe algumas implicações para os desdobramentos da trama nessa reta final de temporada. Provavelmente Diggle tenha sido o mais afetado por isso. Por mais que apontar dedos não solucione a questão, não podemos negar a parcela de culpa que o Espartano teve na morte da amiga. Ao preterir os conselhos do seu melhor amigo para acreditar num membro da sua família que não via há muito tempo (e que sempre teve um caráter duvidoso), Diggle colocou a todos que conhecia em perigo – tornando bastante compreensiva a sua revolta. Não acreditei que ele a levaria atá as últimas consequências, porém torci para isso. Junto com Damien, que felizmente não deu as caras, Ruvé é uma das personas mais detestáveis desse ano e bem merecia um final trágico. Só que não era para isso que Laurel tinha feito tantos sacrifícios. Seria tolo demais achar que isso resolveria a sua agonia e, então, Diggle tentou entender que aquilo era inevitável (e se colocar menos como culpado de tudo – mas eu o culpo).

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A (pouca) aceitação dos últimos eventos também foi trabalhada com Felicity e Thea. A primeira, arrependida das suas decisões, acabou se aproximando de novo da equipe, numa tentativa de se redimir por não estar lá. Sabemos que Felicity é uma parte importante e sua ausência foi sim notada e sensível para o insucesso da empreitada. Talvez se estivesse lá, tudo seria diferente. Ou não. A real é que, assim como Oliver pontua muito bem, nos culpamos exatamente para tentar dar sentido a coisas que não seguem a menor das razões. Thea já seguiu na contramão e foi a mais sensata a encarar os fatos. Seu luto veio por forma de revolta ao encontrar alguém querendo tomar o lugar da amiga, que nem enterrada tinha sido ainda. Uma trama completamente fora de hora.

Não que tenha sido ruim (até foi um pouco), mas o apelo de Evylin era zero. Não estávamos interessados na garota que perdeu os pais para a COLMEIA. Acabamos de perder uma personagem mais que querida e não queremos comprar a dor de outros desconhecidos. Todas as cenas com a Fake Canário foram bem horríveis, mal coreografadas e com uma atuação quase vexatória daquela menina que mal conheço, mas já odeio pacas. O que espero é que tenha sido algo passageiro. Ninguém pode substituir a Canário e a produção nem deve pensar nisso. Uma personagem icônica como essa tem que ser respeitada: se a decisão foi tirá-la de cena, que assim seja mantido.

Já que falamos de todos os personagens, não poderíamos deixar Lance de lado. Quanto sofrimento nas costas desse cara. Perdeu a mesma filha duas vezes e, agora, perdeu sua fortaleza. A dor dele era tão palpável, que chegou a me comover a maneira que ele estava sendo tomado pelo luto na sua conversa com Oliver, quando percebe não ter mais volta para a situação da filha. Depois disso, foi uma série de porradas. O funeral em si é um grande soco no nosso estômago e uma replicação simples e clara da cena que vemos no começo do episódio (quando vemos, pela primeira vez, cenas do enterro de Tommy – que morreu no final da primeira temporada). De uma maneira distorcida, os três amigos base da série permaneceram juntos, mesmo que o que os unisse agora era um discurso vindo da boca de Oliver Queen.

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E vejam só, essa semana não me incomodei em nada com os flashbacks, porque eles tinham um propósito para existir. Mostrar a maneira que Laurel se transformou, mas que ao mesmo tempo sempre foi tudo isso que vimos dela como Canário foi bem bonito para encerrar sua história. Entendemos como a foto que Oliver carregava na ilha foi parar com ela, vimos um pouco mais do envolvimento amoroso dos dois (que deu até uma peninha) e a maneira que foi deixada sozinha, como muitas outras vezes. Eu sei que mesmo sendo reforçado quase que a cada segundo, eu ainda não aceitei essa morte e me parece muito estranho Arrow existir sem que Laurel esteja por perto. O segredo que a personagem compartilha com Oliver não será contado agora – por sinal, só saberemos dele na quinta temporada.

A quatro episódios do seu final, tudo ainda pode mudar nesse quarto ano. Apesar de tudo, gosto bastante dessa temporada, mesmo com essa perda dolorosa. Vejamos agora quais os rumos que o roteiro tomará para fechar esses arcos e deixar algumas pontas soltas para a próxima temporada.

Algumas flechadas necessárias: 

  • Quer dizer que Flash e Arrow não estão alinhadas com relação ao tempo? Porque para quem está acompanhando a série do velocista, sabe que ele está sem sua velocidade. Achei estranho essa falta de cuidado.
  • Nyssa fez zero diferença nesse episódio, vamos só ignorar.
  • Seria Evylin uma possível membro das Aves de Rapina? Muitas pessoas estão apontando ela como Ev, que nos quadrinhos responde por Starling e foi convocada pela Canário para fazer parte da equipe.

 


O vídeo promocional da semana que vem promete um episódio bem complicado para Diggle. Confira:

E aí? O que tá achando? Já superou a morte? Como que foi essa despedida? Usa o espaço, comenta comigo!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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