Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Person of Interest – 2×01 The Contingency

Por: em 8 de outubro de 2012

Person of Interest – 2×01 The Contingency

Por: em

Um dos erros mais comuns de séries procedurais é como definem a volta depois de uns meses do fim da temporada. As séries tem que construir um gancho para manter o interesse do espectador em ver a série, as vezes os últimos episódios da temporada são todos para construir essa história (NCIS na 9ª temporada levou 3 episódios para fazer isso) e na season première eles correm com tudo, para finalizar a trama e partir de novo para um caso por semana.

Este costuma ser o meu grande desapontamento com as série premières de procedurais, mas não foi com Person of Interest. A série que teve um começo interessante, cambaleou um pouco no meio da sua primeira temporada, terminou com tudo, começando a 2ª temporada como terminou, e sem cometer o mesmo erro de suas colegas, como NCIS, CSI, etc…

Felizmente não soubemos quem era a Root (ou superusuária como os legenders traduziram por aqui) no primeiro episódio. John não arrebentou tudo logo de cara, a máquina não disse pra ele onde estava o Finch, ele não achou nenhuma pista onde não seria normal ele encontrar. Nada fugiu do que seria esperado para ele. John é o cara treinado para fazer o que é preciso, principalmente usando a força física, ele não é burro, longe disso, mas faz questão de exibir seus dotes de artes marciais e nem se despentear, nem falar alto (mas é preciso sussurrar tanto?).

O que ele faz para proteger as pessoas é usar sua influência na polícia para obter informações e alguma ajuda, além daquela que a máquina pode dar. Finch é quem é mais sorrateiro para conseguir as coisas, afinal, ele construiu a máquina que usam para tentar salvar parte da população, pelo menos da cidade onde estão. Os nova-iorquinos tem sorte, não? Podem contar com essa dupla, pelo menos os não-criminosos.

Bom, isso foi até aparecer a Root, que soube manipular a máquina. Aqui fiquei na dúvida de como descrever. Ela conseguiu usar o John e o Finch e também a máquina. Ela teria manipulado o mecanismo de busca? Mas depois fiquei pensando, a máquina nunca deu só números de vítimas. Quando na season finale eles acharam que ela era a vítima, e que tinham sido enganados por ela, na verdade a máquina poderia saber que ela era a criminosa, ela estava planejando um ataque, eles que não conseguiram ver.

Achei muito interessante nesse episódio eles mostrarem como a máquina foi “treinada”. Como Finch fez os ajustes para que ela trabalhasse para um bem maior (tão procurado nas séries da TV). Ele tem muita força de vontade, pois é muito fácil se corromper para usar a máquina em benefício próprio. Aliás, não sei se não usou alguma vez, para se manter no anonimato ele precisaria, além de desaparecer de registros públicos, de dinheiro para se manter, e ainda pagar despesas que o seu companheiro tem.

Essa boa vontade e a procura pelo bem de todos, Finch já mostrou que tenta enxergar o que as pessoas tem de melhor. Nesse episódio ficou mais claro ainda. Foi o seu ponto fraco para que a Root conseguisse fazê-lo de refém, submetê-lo a sua vontade. Ver pessoas inocentes feridas é tudo que o Finch não quer, então ele acompanha de “boa vontade” a sua captora. Que como boa vilã – ou antagonista se preferirem – tem um tanto de insanidade escondida, e a atriz conseguiu passar isso muito bem, gostei de vê-la atuando. Muitas vezes os personagens secundários não são tão bons.

Esse episódio foi excelente para mostrar só a máquina, como ela atua, o que ela consegue perceber, como é o seu raciocínio. Ver ela dando outro número para o John ao invés de ajuda-lo era o lógico pra ela. Era o seu plano de contingência (que dá título ao episódio) Programada para ajudar todas as pessoas, não uma só. Foi bem engraçado ver o John conversando com a máquina nas ruas. Serviu de alívio cômico no meio de tanta ação, principalmente com Leon espantado sem saber o que estava acontecendo. E John comprovando que ele não é só um brutamontes, ele conseguiu desvendar o código que a máquina lhe deu.

Agora vai ser interessante também ver dentro da polícia, com a Carter e Fusco sabendo que os dois tem o mesmo interesse, ou pelo menos o mesmo contato. Na série eles retratam bem como deve ser dentro de um DP, uns dois interessados no bem e na justiça, e uma grande hierarquia querendo só vantagens pessoais.

Essa temporada promete muito! Tem muita ação, crime organizado dentro da policia, a Root, o sequestro, e por sorte vamos saber mais da máquina. Não serão só casos isolados.


Camila

Mineira, designer, professora que gosta tanto de séries que as utiliza como material didático.

Belo Horizonte/MG

Série Favorita: Fringe

Não assiste de jeito nenhum: Supernatural

×