Passei o episódio inteiro com aquela sensação de que não deveria confiar inteiramente na antiga Jane (ou Brittney). Provavelmente porque não é de hoje que eu não vou muito com a cara dela, sempre a achei meio “bitchy” e uma pessoa bem difícil de lidar (e de se identificar como protagonista de uma série, já que ela está longe de ter o carisma de um House, por exemplo).
E, por isso, foi quase uma surpresa terminar o episódio adorando a antiga Jane e desejando que ela não fosse embora ainda. Esperava que ela ficasse pelo menos para um arco de dois episódios (bem, se a gente contar que a Brittney apareceu no final da premiere, foram mesmo dois episódios) e tivesse um pouco mais de tensão entre as meninas em relação ao Owen.
No fim, adorei a forma como tudo se encaminhou. Começando pelo menos importante –pelo menos por enquanto –, Jane e Grayson, embora muitos fãs (eu!) prefiram-na com o Owen, mais uma vez o roteiro joga na nossa cara que ela vai ficar com o coleguinha de escritório. Se não, não teria motivo algum para a Brittney ter comentado que a Jane ama (e atenção para o verbo: “ama”, e não “gosta”) do Grayson. Vou me conformar de vez.
Sobre a interação das duas, não poderia ser melhor. Elas formam uma ótima dupla, mesmo com a Jane não sabendo lidar muito bem com a personalidade da Brittney, mas conseguiu mostrar que mesmo sendo o estereótipo de uma “modelo loira fútil”, como pensamos no começo da série, ela tem o que ensinar. A Brittney sabe mais de direito e está mais acostumada com a linguagem do que a Jane e pelo menos uma expressão nova ela aprendeu. Por outro lado, a advogada ensinou uns truques de sedução que a Brittney vai aplicar e levar para a nova vida. Embora ter aprendido a usá-los com um estuprador não tenha sido a melhor das opções ou atuações. Tenho muita vergonha alheia de gente tentando ser sexy e falhando miseravelmente.
Sobre os casos, o do Grayson foi mais interessante pelo fator inusitado. Afinal, não é todo dia em que um amigo seu vai te visitar no trabalho vestido de drag queen. Tirando a caracterização do réu no tribunal, poderia ser um caso trabalhista comum. Infelizmente, o amigo estava usando o advogado para promover a loja onde trabalhava e, mesmo não tendo gostado da atitude em si, confesso que nem tinha imaginado que o caso se desenvolveria dessa forma e achei uma boa sacada do roteiro.
O da Jane, foi interessante para vermos que a antiga Jane ainda se importa com o que deixou em aberto, com a inocência do cliente e a sentença de morte dele. E pela interação entre mulheres, obviamente.
A Kim apareceu pouco, mas foi o suficiente para que tivesse um desenvolvimento, mesmo que pequeno, de sua história. Ela está sofrendo dos clássicos primeiros sintomas da gravidez e o Parker estando longe não ajuda em nada. Porém, mesmo sendo uma boa desculpa para manter o personagem na série sem precisar pagar o ator, acaba sendo um tanto incoerente. O Parker queria formar uma família, será mesmo que ele largaria a Kim desse jeito e ficaria com a Elisa e o Eric? Penso eu que ele teria dado um jeito de conciliar as duas famílias.