Depois do último episódio, era de se esperar que Person of Interest fechasse a trilogia-Samaritan com um episódio tão eletrizante e emocionante quanto. Mas a série decidiu tomar um outro caminho neste episódio ao seguir os passos de Control (Camryn Manheim) e adotar uma abordagem mais devagar e sombria. A escolha foi inesperada, porém interessante e necessária para abrir o universo da série e mostrar a dimensão das ações de Samaritan, que durante o episódio expressou sua vontade de conhecer o presidente dos Estados Unidos por meio de seu avatar-criança.
É claro que queríamos saber do destino de Shaw (quem eu, como Harold, precipitadamente dei como morta na última Review) e como o grupo estava reagindo a isso. Porém, Mr. Finch e Cia não apareceram até a metade do episódio quando Control já estava duvidando das ações no Pentágono e tomando decisões sozinha.
A ausência da equipe não foi decepcionante, porque as cenas que mostraram Control foram muito bem contruídas e isso tornou a segunda parte do episódio ainda mais emocionante.
Ao expandir o núcleo, Person of Interest nos levou para Detroit e mostrou que Samaritan contratava jovens gênios para criar códigos secretos e depois decidia incriminá-los para o governo americano como terroristas. Os jovens era competentes, mas também eram pessoas que a Inteligência Artificial sabia que o governo, que é representado por Control, iria apontar como ameaças à nação.
Não se pode negar que Samaritan sabe ler o comportamento das pessoas que precisa e consegue prever suas ações. Assim, acreditando que elas estejam cegas e façam tudo pelo bem dos Estados Unidos, a Inteligência Artificial consegue colocar seus planos em prática. Control não duvidou que os jovens fossem terroristas, mas estranhou quando não teve acesso ao laptop. Samaritan sabia que isso poderia acontecer e Travers (Michael Potts) estava lá para confirmar que tudo está sob controle e ela pode resolver todos os problemas.
Yasin Said foi facilmente encontrado e poderia ser capturado se Control quisesse, mas ela precisava saber porque o laptop não podia ser acessado. Por isso, contou com Grice. Control pediu que ele pegasse o laptop de Said para ela, mas o hardware pegou fogo antes que ela soubesse o que estava lá. Contar com Grice nunca parece funcionar para Samaritan, mas é sempre necessário para outras pessoas. O que me leva a pensar se Control, que tem um poder de acesso limitado comparado a Inteligência Artificial, sabia que ele deixou Shaw escapar, Samaritan também sabia. Então, porque ela não matou ele ou substituiu por um outro agente?
Por um momento, eu pensei que Control já sabia que Samaritan não podia ser confiada e ela precisava agir sozinha. Mas quando ela ficou frente a frente com Finch, essa ideia caiu por terra. Primeiro, ela não sabia o que tinha acontecido com Shaw, mas também não sabia o que tinha acontecido na bolsa de valores. Será que ela não achou estranho a alta e queda tão intensa da bolsa de valores? Será que ela não achou nem um pouco estranho uma onda de paz e crime em Nova Iorque?
Com o desenvolvimento do episódio, a inocência de Control foi se revelando e se perdendo aos poucos. Ela sente que algo está errado, mas a ideia de não estar no centro da segurança dos Estados Unidos é que fez ela estar enganada em relação a Yasin Said e em relação as ordens que recebe. Então, mesmo ouvindo o que Said disse, ela teve que matá-lo para comprovar para si mesma que estava certa. Mas também teve que ir até a bolsa, para ver que tudo estava limpo e tudo era um conto de Finch para salvar Shaw. O interesse de Control pelo o que está a sua volta é apenas um forma de comprovar seu controle em relação ao mundo que habita.
Infelizmente, não era apenas um conto de Finch. A tinta fresca prova que, como Harold afirmou, ela está sendo mantida no escuro por uma razão. Agora a pergunta é se ela vai se posicionar contra isso de alguma forma? E qual será a reação de Samaritan quando perceber? Será que uma aliança de resistência pode ser formada pelo Equipe-Machine, Control e até mesmo Grice?
Um detalhe desse episódio é como Finch, assim como Samaritan, também consegue fazer uma leitura precisa das pessoas e das situações. Sequestrar a Control para ter acesso ao computador dos agentes foi muito interessante.
Mas também precisamos falar de Root nesse episódio. Eu estava curiosa para saber como iria ser a reação da equipe com a “morte” de Shaw e a cena de Root no carro com os olhos cheios de lágrimas mostrou que é um momento sensível para todos, mas a possibilidade de resgate também é incentivador.
Eu acho inteligente que Person of Interest não assuma uma postura tão sentimental quanto Johnny Cash tocando no funeral e também não mostre uma sede de vingança avassaladora dos personagens. Assim, a série não toma uma estrada sem volta e deixa as portas abertas para uma possível volta de Sarah Shadi no futuro.
Em nenhum momento Control-Alt-Delete pareceu um encerramento de uma fase. Na verdade, pareceu o começo de uma nova fase que pode ser dominada pela caçada à Shaw e pelos novos planos de dominação de Samaritan. Afinal, o que será que ela tem para conversar com o presidente?
E vocês? O que acharam desse episódio? O próximo episódio será transmitido no dia 03 de fevereiro e enquanto espera, deixe sua opinião nos comentários!