Há 3652 dias atrás (antes de julgarem minha matemática, tivemos dois anos bissextos) Jack abria os olhos após a queda do voo 815 da Oceanic. A metáfora dos “olhos” em Lost foi além do roteiro do seriado e externou para o universo das séries um fenômeno nunca antes visto na história (e haters gonna hate) da TV. Se por sorte ou não, a série foi lançada juntamente ao nascimento das redes sociais e nas palavras do showrunner Carlton Cuse “…foi quase uma alquimia”.
Lost não inventou as narrativas complexas na TV, em 1999 já presenciávamos essa audácia com The Sopranos, porém, foi o primeiro seriado em um canal de TV aberto a expandir essa concepção de simplicidade dos shows que eram reproduzidos até então. Sua estrutura narrativa com flashbacks, flashfowards e flash sideways, transformaram a forma de como absorvíamos o show. Os fãs de Lost, assim terminava o episódio, corriam ansiosos para a internet a fim de confabular os inúmeros mistérios da série. Era um estilo de vida.
Caso a pessoa tivesse um amigo que também assistia ao show, não raro, as conversas sobre filosofia, mitologia, física, matemática, religião, destino, fé, ceticismo, etc. borbulhavam, tudo isso até a semana seguinte quando você ficava acordado até altas horas da madrugada esperando pelo novo episódio (daí o advento da necessidade de streamings, talvez?).
Esse dia 22 de setembro é uma data muito especial para nós, apaixonados por séries. São 20 anos do nascimento de Friends e 10 anos de Lost. Não faremos um tratado sobre os erros (que foram muitos) e os acertos de Lost, também não faremos um apanhado de tudo o que aconteceu nesse tempo (haverão inúmeros pelas interwebs). Se Lost, como seus showrunners bradavam, era uma série sobre pessoas, vamos conferir o legado que o show deixou em seus fãs mundo a fora.
Que tal?
Alguns fãs de Lost eram conhecidos por Xiitas. Defensores com unhas de dentes até dos erros evidentes que a série obteve durante seus seis anos (Santoro, oi?). Porém, colocando na balança algumas homenagens/maluquices que essas pessoas fizeram, temos uma lista bem bacana para homenagear essa série tão importante para a história da TV.
4 – BHARMA
O Bharma é um bar temático localizado em Barcelona que todo fã de Lost deveria conhecer. Após o dono Rafael Vicente perceber que os encontros com os amigos, para beber e conversar sobre Lost, podia render um modelo de negócio, ele decidiu investir e criar o Bharma. O resultado não poderia ter dado mais certo. Aliás, todo fã de séries deveria conhecer o Bharma pois, com o fim de Lost, o bar se tornou um ponto de encontro de viciados em séries e realiza periodicamente maratonas, encontros com atores e mais uma porrada de eventos. Site oficial.
8 – FAZER UM CURSO SOBRE LOST NA FACULDADE (!!!)
A Birmingham-Southern College, no Alabama, oferece algumas matérias um tanto quanto diferentes. Uma delas é o curso “Lost: My Religion”. No curso, baseado em religião, pontos como questões espirituais, destino e ceticismo são discutidos usando como base as histórias dos personagens do seriado. Jack Hinnen, professor do curso, disse “…que mesmo que o show não seja explicitamente religioso, isso não impede que façamos questionamentos religiosos sobre ele. É sobre redenção.”
15 – GASTAR 32 HORAS PARA FAZER O TRAILER DO SERIES FINALE
Karl Fenton, dono do canal The Black Box no Youtube, logo após a exibição do penúltimo episódio de Lost, começou uma maratona de 32 horas editando o trailer do series finale do show. Todo o fã de Lost que assiste ao vídeo se arrepia. Estupidamente melhor que os trailers e teasers exibidos oficialmente pela ABC, o vídeo do rapaz arrancou um “WOW” de ninguém menos que Damon Lindelof no Twitter. Veja abaixo se você concorda! (existem spoilers no vídeo).
16 – UM PÔSTER POR EPISÓDIO
Gideon Slife é um designer que faz incríveis trabalhos minimalistas sobre diversos temas. Fã de Lost, ele decidiu levar seu talento a outro nível: criar um pôster para CADA EPISÓDIO da série. Dito e feito. Você pode curtir esses e outros trabalhos no site do rapaz.
23 – ENXOVAL DHARMA
Já planejou o quarto de seu pequeno? Cores leves, papel de parede, pelúcias? Um jovem casal levou o tema “enxoval” a outro patamar. Aprovado até mesmo por Lindelof, todo o cômodo foi baseado em diversas referencias de Lost. Dos grandes aos pequenos detalhes, o trabalho ficou genial. Vocês podem conferir como foi a montagem no vídeo abaixo.
42 – UM PEDAÇO DA SÉRIE PARA SEMPRE
Para essa loucura não basta apenas ser fã, tem que ter uma graninha sobrando. Uma graninha não, uma “granona”. Logo após o fim da série, a ABC, juntamente com uma empresa especializada em leilões, fez um “saldão” de objetos que foram utilizados nas gravações de Lost. Até aí tudo bem. A loucura começa quando os preços das arrematações foram divulgados:
$9 mil dólares no anel do Drive Shaft utilizado pelo personagem Charlie;
$8 mil dólares pelo berço do Aaron; entre outros.
Mas o mais incrível é o cidadão que arrematou a “roda congelada que move a ilha” pela bagatela de $22.500 obamas! (pra que isso gente? vai colocar onde?)
E você? Era fã de Lost? Odiava? Conhece alguma maluquice que alguém tenha feito pela série? Eu tenho a minha “pequena” homenagem (como um bom fã Xiita) tatuada no pulso esquerdo mas, (in)felizmente, a pessoa abaixo elevou a homenagem em forma de tatuagem a um nível artístico insuperável.
Até mais.
