Uma das séries teens mais aclamadas de todos os tempos, certamente é The OC. A história que conta como Ryan, menino pobre dos subúrbios da Califórnia, foi parar na casa dos Cohen, família rica de Newport Beach, e tudo o que aconteceu com ele depois de sua adoção se tornou hit mundial, ganhando até mesmo espaço nas manhãs de domingo no SBT – onde ganhou o nome de Um Estranho no Paraíso.
Tudo isso aconteceu há 10 anos. No dia 5 de agosto de 2003 ia ao ar, nos Estados Unidos, o primeiro episódio da série que fez com que muita gente se tornasse um apaixonado por séries. Em comemoração à esta data tão especial, a equipe do Apaixonados montou alguns especiais, além da maratona que nosso querido Alexandre programou para os próximos meses. Para começar as comemorações da primeira década de vida de The OC, separamos os 10 momentos inesquecíveis da série, que não estão em ordem de relevância. Lembre-se que o texto está recheado de spoilers, então continue por sua conta e risco.
“Who are you?” “Whoever you want me to be” – por Renata
Logo no piloto da série acontece o encontro entre os protagonistas da história, Ryan e Marissa. Ele chama a atenção da garota – que até então acreditamos ser perfeita – logo quando os olhares deles se cruzam. Ela nunca tinha visto o garoto na vizinhança e como aquele é um condomínio privado, a pergunta “Quem é você?” é inevitável. Para encantar a bela garota e dar um ar de mistério ao seu “personagem”, Ryan diz que pode ser quem a garota desejar. Depois, já sentindo-se um pouco mais a vontade, conta a verdade – não total, já que ela acha que ele é um parente dos Cohen -, que o irmão roubou um carro e foi preso e ele foi expulso de casa pela mãe e acolhido temporariamente pela “família”. Como nada é perfeito, Sandy aparece para falar com Ryan e o namorado de Marissa vai buscá-la para ir à uma festa. Mas como a primeira impressão é a que fica, a gente nem precisaria ter assistido os outros episódios para saber onde esse encontro casual ia parar, não é mesmo?
Sandy levando Ryan de volta para Chino – por Renata
Ainda no piloto da série, Ryan e Seth vão à uma festa do pessoal da escola e se metem em uma briga, a do icônico “Welcome to The OC, bitch!“. Depois disso, Kirsten, que já estava resistente com a estadia do rapaz, não quer que Ryan fique com os Cohen, pois acredita que ele é uma má influência para seu filho adolescente. Mesmo depois que Sandy expõe seus argumentos de que o garoto não vai ficar com eles para sempre e que ele é um bom menino, ela se mantém relutante. Resta ao advogado, então, levar Ryan de volta para sua casa e tentar fazer com a mãe dele o aceite de volta. Para nossa sorte e preocupação de Kirsten, a mãe o abandonou e Sandy o leva de volta à Newport Beach. Mas o que conta aqui são as cenas do carro de Sandy dando a ré na garagem e Ryan e Marissa se olhando – pelo que parece ser a última vez – que são umas das mais bonitas da série, tanto é que acabaram fazendo parte do vídeo da abertura. E a equipe da trilha sonora, mais uma vez, deu uma forcinha, deixando o momento ainda mais impactante, e nos presenteou com a deliciosa Honey and the Moon. O momento foi tão importante para a série que se repetiu algum tempo depois.
Ryan e Marissa no Ano Novo – por Renata
É festa de Ano Novo em The OC e a gente sabe que nos Estados Unidos isso é sempre desculpa para dar um beijo em quem a gente está desejando. Logo em sua primeira virada de ano juntos, Ryan e Marissa estão brigados por causa de um amigo que ela fez na terapia, em quem Ryan não confia. O rapaz é aparentemente rico, fez uma festança para comemorar a chegada de 2004 em seu quarto de hotel e, é claro, convidou Marissa. Ryan se negou a ir, mas a namorada não fez o mesmo. Enquanto estava lá, desejando que o namorado mudasse de ideia, Ryan estava em casa só pensando que Oliver iria conseguir a chance de beijar sua namorada. O rapaz, então, corre até o hotel e, como o elevador não parece colaborar, sobe as escadas até abrir, sem fôlego, a porta da cobertura onde a festa está acontecendo. Ele chega três segundos antes da meia-noite e consegue ganhar o beijo de Marissa. Tudo isso aconteceu ao som de Dice, que diz “estou sorrindo, eu penso em você”, o que fechou a cena com chave de ouro.
Kirsten chorando quando Ryan vai embora de Newport Beach – por Renata
Todo mundo lembra – e, se não lembra, leu lá em cima – que a Kirsten não queria que o Ryan fosse morar com os Cohen, mas a partir do momento que ela o acolheu em sua casa, passou a tratá-lo como filho. A relação dos dois durante este tempo foi crescendo, ele vendo nela um modelo de adulto a ser seguido e ela conhecendo melhor o grande rapaz por trás do ar rebelde. E então, tirando um escândalo aqui e outro ali, tudo está bem no lar dos Cohen até que Thereza, namorada de adolescência de Ryan, diz que está grávida. Ryan ainda não tem certeza se o filho é dele, mas decide assumir a criança. Como, por conta de sua boa índole, não pode levar namorada e filho para viver na casa dos Cohen, Ryan decide que deve voltar para Chino. A primeira temporada termina assim, com Ryan indo embora – a cena do carro dando a ré na garagem dos Cohen e Ryan e Marissa se olhando é repetida, mas dessa vez o carro é de Thereza – e Kirsten sentada ao pé da cama da casa da piscina (o quarto do garoto na casa) e chorando compulsivamente ao som de Hallelujah, na versão de Jeff Buckley.
Beijo estilo Homem-Aranha de Seth e Summer – por Leandro
Summer e Seth são daqueles casais que nunca sairão da nossa memória. Quem era fã de The OC, com certeza torcia para a felicidade dos dois exatamente por eles serem dois mundos completamente diferentes se colidindo. E um dos momentos mais emblemáticos do casal foi, sem dúvida alguma, o beijo ao melhor estilo Homem-Aranha no episódio 14 da segunda temporada. Os dois estavam separados, Seth no fundo do poço em um dia de chuva e Summer partindo em uma viagem com seu “namorado” Zach. E quando tudo parece estar errado, o mundo conspira e fica pior. Nem a TV de Seth colabora com o seu momento e para de funcionar em meio a uma chuva torrencial, o que leva o personagem até o telhado (usando uma máscara de Homem-Aranha para se proteger), para tentar arrumar a antena. Só que estava tudo escorregadio e bem, todos nós conhecemos o Cohen – ele era bem atrapalhado -, o que resulta nele pendurado, de cabeça para baixo, gritando por socorro de alguém. Só que finalmente o destino age a favor do personagem. Num surto no aeroporto, Summer ao ver um garotinho brincando com um cavalo (Hello, Mr. Oats!), lembra de Cohen e larga tudo para ir atrás da sua verdadeira paixão. Chegando na mansão Cohen, já embalados pela belíssima Champagne Supernova (se você é fã da série, ouvir essa música e não lembrar do beijo é quase impossível!), o casal protagoniza um dos momentos mais inesquecíveis da série.
Kirsten indo para a clínica de reabilitação – por Alexandre
Durante toda a segunda temporada de The OC, acompanhamos a história de Kirsten e seu vício pelo álcool. Problemas no casamento e diversos outros fatores, como a morte do pai, levam a personagem a se envolver no submundo da bebida. Tudo começa com apenas um copo. E depois outro. E outro. E então, a personagem já está completamente imersa em seus próprios fantasmas, procurando na bebida uma saída para todos os problemas que enfrentava. Mas, como todo viciado, Kirsten resiste em aceitar sua condição e é isso que leva Hailey e Sandy a uma intervenção clínica. A cena, exibida no season finale daquele ano, é poderosa e de marejar os olhos. Mesmo diante dos pedidos do marido e da irmã, Kiki se recusa a aceitar ajuda e mesmo quando Ryan, em um dos raros momentos em que expressa seus sentimentos, diz que não quer ver outra pessoa que ama ser consumida pelo álcool, Kirsten não cede. É só mesmo quando Seth implora para que a mãe se interne que Kirsten se deixa desabar e aceita a intervenção.
Marissa atira em Trey – por Marina
Marissa sempre foi uma personagem polêmica na saudosa série The OC. Quando não estava envolvida com problemas com os pais ela mexia com drogas, bebidas, homens perigosos. Foi numa dessas que Marissa se aproximou de Trey Atwood, irmão mais velho de Ryan, que na época era seu namorado. Em uma noite de muita cocaína envolvida, Trey tenta estuprar Marissa, sem sucesso. Ela não quis contar ao namorado, para não preocupá-lo, e o irmão também evitou o assunto para não estragar a reaproximação dos dois. É claro que a loirinha não guarda o trauma por muito tempo e acaba contando tudo a Summer, que conta para Seth, que entrega tudo para Ryan. O Atwood mais novo vai tirar satisfações e os irmãos acabam em uma violenta briga no apartamento de Trey, interrompida por uma das cenas mais marcantes da série, quando Marissa, que tenta em vão apartar a confusão, alcança um revolver no chão e atira. Ao som da imortalizada Hide and Seek, Trey se vira, com sangue saindo da boca e um tiro nas costas, aparentemente chocado com a reação de Marissa. Ryan se levanta, Summer e Seth chegam e todos observam o momento que encerra a excelente segunda temporada de The OC.
Morte da Marissa – por Renata
Divisor de águas na série, este momento é odiado por muitos fãs, que acreditam que foi ali que The OC perdeu a essência e, por este motivo, deveria ter terminado. Logo na premiere da terceira temporada, vimos que a vida de Marissa – tanto pessoal quanto na justiça – não ia ser nada fácil. Depois que atirou em Trey, a loirinha teve muitos problemas e, no meio deles, optou por frequentar uma escola pública, onde ninguém conhecesse sua história. Com seu hábito de se aproximar do que é perigoso e depois da morte de um amigo da tal escola, ela começa a se aproximar de Volchok, que era envolvido com drogas e bebida, e começa a namorá-lo. Muitos problemas depois, o namoro acaba, mas ele ainda quer uma nova chance com a filha de Julie Cooper, que está indo ser parte da tripulação do navio do pai, o que fará com que ela fique meses longe da cidade. Quando Ryan está levando Marissa ao aeroporto, Volchok encontra os dois e, querendo conversar com a garota, começa a jogar seu carro perigosamente contra o de Ryan. O desfecho é um trágico acidente que resulta na morte de Marissa. É impossível, mesmo para quem não gostava da personagem, segurar o choro quando Hallelujah, na versão de Imogen Heap, começa a tocar.
A casa dos Cohen é destruída por um terremoto – por Renata
Durante quatro temporadas a casa dos Cohen foi como um lar para a gente. Mas a dois episódios do fim da série um terremoto aconteceu e abalou as estruturas desta casa. Por fora, parecia que, apesar do fenômeno da natureza, ela estava intacta, mas bastou que os Cohen abrissem a porta para verem que, da casa que conheciam, não havia ficado nem uma parede em pé. O mesmo nó que se instalou na garganta de Kirsten, Sandy, Seth e Ryan se instalou na garganta de cada um dos espectadores da série. Claro que, como era o series finale, a tristeza não poderia tomar conta do episódio. Então o roteiro tratou de colocar os Cohen morando por um tempo com Summer, Taylor, Julie e Kaitlin, além da viagem mal sucedida de Seth e Ryan à Berkeley para tentar comprar a antiga casa da família. Muitos momentos cômicos depois, os Cohen – e nós também – finalmente encontram um novo lugar para chamar de lar.
Ryan encontra um menino no series finale – por Leandro
E depois de todas as emoções de um series finale, vem a última cena para encerrar a série com chave de ouro. Cada personagem já tinha seu caminho a percorrer, já tinha seu próprio final feliz. E claro que Ryan era um deles. Depois de tudo o que passara na sua infância/adolescência, depois de tudo que sofreu durante sua trajetória conturbada em Orange Country, era a hora dele ser simplesmente feliz, apesar disso ser bastante complicado para um Atwood. E numa das cenas mais bonitas da série, Ryan, agora já inserido no ramo da Construção, vê um garoto por perto, perdido, talvez até sem esperanças. E, nesse garoto, Ryan vê a si próprio e tudo que já passou um dia para chegar até aquele momento. Sua vida só tinha melhorado porque um dia alguém lhe estendeu a mão e o mínimo que ele podia fazer agora era retribuir isso. Claro que a cena remete ao episódio piloto da série, quando Sandy Cohen leva Ryan para a sua própria casa e, depois de alguns pequenos problemas, passa-o a tratar como filho. Uma bela mensagem que a série deixou de como a vida pode ser cíclica em alguns momentos e de que, em algum momento, precisaremos de alguém que estenda a mão para nos ajudar. Lindo final.
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