Com a temporada final de Dexter batendo na porta, o buzzfeed entrevistou Sara Colleton, produtora executiva do show desde seu primeiro dia de gravação. A entrevista fugiu ao modelo esperado de “o que esperar da última temporada” e, nela, Colleton contou 12 coisas sobre os bastidores da série que todo fã deve saber antes do começo do fim. O texto original você encontra aqui e uma tradução livre segue abaixo.
1. Como o Ice Truck Killer fez de Dexter um personagem adorado:
“A história do Ice Truck Killer foi muito importante porque Rudy forçou Dexter a relembrar que ele tinha um irmão e como sua mãe morreu.”, disse Colleton. “E, pra mim, a coisa que fez com que víssemos a real natureza do Dex pela primeira vez foi isso. Mesmo que você achasse que ele era um monstro, ele tinha uma capacidade pra humanidade da qual nem ele mesmo era consciente ainda. Mas Rudy foi sedutor. Venha comigo, eu conheço você, você pode ser você mesmo. Quer dizer, essa não são todas as coisas que queremos ouvir de alguém? E ainda assim, Dexter fez a escolha de matar seu próprio irmão biológico, com quem ele podia ser ele mesmo, para salvar sua irmã adotiva. Então, você ama esse cara. Esse arco foi extremamente importante para a sustentação da complexidade de Dexter como personagem.”
2. Nem os membros do elenco sabem se eles serão mortos até o fim da temporada
Colleton explicou que matar membros do elenco fixo, como Erik King, que interpretou Doakes, Julie Benz que deu vida a Rita e, mais recentemente, Lauren Vélez, a LaGuerta, é difícil. “Tem sido a coisa mais complicada nestes anos. Eu nunca passei por dificuldade maior. Porque eles são profissionais e eles sabem que uma hora isso pode acontecer. Mas você não pode contá-los no começo do ano porque é muito para que eles passem uma temporada inteira sabendo. Além do que, poderia, de uma forma ou de outra, atrapalhar na performance. Então, quando chega a hora, você tem que levar isto a eles e é como se você anunciasse a morte de um membro da família. É muito, muito, muito difícil. Você pensa muito antes de fazer algo do tipo.
3. Porque Rita teve que morrer
“Ele (Dexter) jogou rápido e devagar com o Trinity, achando que podia tudo. Que ele poderia ser mais esperto. Quando você olha pra cena da morte de Arthur Mitchell, você vê o que Trinity está dizendo ao Dex: É tarde demais. Mas Dexter não está lendo isso. Qual a pior punição que ele poderia ter? Qual seria a única coisa que poderia ser tirada dele como pagamento por ter subestimado seu inimigo? A única coisa era Rita.”
Mas Colleton ainda complementa: “Não foi uma punição completa até o fim da 5ª temporada, quando Dex perde Lumen. No final de tudo, o pensamento de que ele tinha alguém que o entendia como ele era foi tirado dele. E isso foi uma punição completa. Ele não podia obter nada de bom no final. Nenhum prazer. Durante toda a temporada, Dex pensa: Estou expiado. Talvez haja algo novo. Algo a descobrir. Uma nova vida. E então… Não. Ele não merecia isso.”
4. Michael C Hall foi diagnosticado com câncer durante as gravações da 4ª temporada, mas não contou a ninguem
“No ano em que ele teve câncer, ele não contou pra ninguém até o fim das gravações, porque ele não queria que ninguém sentisse pena dele. Ele não queria que nós parássemos a produção.”, Colleton diz e explica que ninguém – ninguém, nem mesmo ela, produtora executiva – sabia. “Ele nunca vacilou, mesmo com os episódios crescendo a medida que a temporada se encerrava, o que era fisicamente esgotante. Eu tenho muito respeito por ele. Deve ter sido tão difícil… Mas ele nunca deixou transparecer.”
5. Há uma razão para o elenco ser tão leal
“Michael é um dos grandes atores da nossa geração.”, diz Colleton. “Eu passei oito anos vendo e editando suas cenas e eu nunca, nunca vi um momento sequer no qual ele não desse o melhor de si. Um momento em que ele não estava concentrado. Ele serviu de exemplo. Acho que esse é um dos motivos para o nosso cast ser tão leal: Ninguém trabalha mais e mais do que Michael C Hall.”
6. A preocupação de que o romance de Michael C. Hall e Jennifer Carpenter atrapalhasse a química:
“Eu conheço os dois muito bem, e eles trataram o assunto de uma forma grandiosa – tanto o se apaixonar quanto o decidir que talvez essa não era a coisa certa para eles”, disse Colleton. “Mas eles têm sido amigos antes, durante e depois. O relacionamento nunca afetou a química no set. Nem qualquer clima no set. E quando eles se casaram, eu pensei, Oh, é agora que vai mudar a química irmão-irmã? e não. Eles são tão próximos como amigos, ainda hoje, que às vezes é um choque quando eu me lembro que eles eram casados. Como eu disse, eles são muito, muito próximos. Eram, antes, foram durante e continuam depois do fim do casamento, e nós estamos apenas com muita sorte. ”
7. O voice over de Dexter é baseado no tom dos livros:
“Nós queríamos que ele [o voice-over] fosse algo muito íntimo entre o público e Dexter”, disse Colleton. “E para que víssemos, você sabe, como ele era bom em fingir. Queríamos que ele fosse muito observacional e divertido. A voz interior do personagem no livro era tão divertida, que desde o início ela organicamente fazia parte do desenvolvimento “.
8. Os produtores aprenderam uma valiosa lição após os Doomsday Killers:
“Acho que os Doomsday Killers, cuja história foi ficando cada vez maior e maior, não é o nosso tipo de narrativa”, Colleton disse quando perguntada se havia pontos baixos na série. “Isso foi interessante para nós aprendermos … Para voltarmos a uma forma menor de contar histórias, o que é mais de caráter reflexivo.”
9. O Dark Passenger está conectado a todos nós:
O Passageiro das Trevas, como aprendemos, é o que impulsiona Dexter a fazer as coisas que ele faz … matar pessoas. É como uma besta que precisa se alimentar; como um mecanismo que ele usa para controlar seus impulsos. Mas, para os escritores, era também uma forma de mostrar a humanidade de Dexter.
“Essa sempre foi uma ligação entre o nosso show e o público”, explicou Colleton. “O Dark Passenger de Dexter é muito extremo, mas todos nós temos Passageiros das Trevas. Nós todos temos uma parte de nós mesmos que nós realmente, realmente, realmente não estamos confortáveis que qualquer um veja. Nossa preocupação é que, se nós mostramos a nossos entes queridos, pode ser um horror. Mas, ao mesmo tempo, você queria poder se revelar. Isso é algo que sempre fez parte do vínculo improvável que o nosso público tem com Dexter”.
10. A última temporada não deixará pontas soltas:
“Está tudo caminhando para uma coisa grande”, disse Colleton. “Nós não vamos deixar coisas confusas, e nós realmente estamos trabalhando duro, com um monte de pensamentos para o que queremos dizer sobre Dexter. Para realmente embrulhar as coisas de uma maneira que englobemos tudo. Dito isto, não importa o que façamos, vão haver as pessoas que não gostarão disso, que gostariam que tivesse sido assim, mas nós realmente tentamos não ouvir qualquer uma das conversas internet afora. Porque tudo o que podemos fazer é tentarmos ser os mais verdadeiros possíveis para esse personagem que todos nós temos vivido e amado, e visto seu crescimento de ano para ano. E esperamos que o que nós escolhemos emocionalmente se conecte com o público. Isso é tudo o que podemos fazer”.
11. O que será mais desanimador para Dex nessa temporada:
“Deb está em um lugar ruim quando começamos”, disse Colleton. “Ela está muito mal. E para Dexter, é horrível, porque ela não quer nada com ele. Então, isso é completamente devastador para ele, porque, mesmo na 7ª Temporada, quando eles estavam tendo dificuldades, ela ainda estava lá para ele. E agora ela está apenas: “Fique longe”, e ele não sabe como lidar com isso.”
12. O que Colleton espera que os fãs tirem de Dexter como série:
“Espero que, assim como o Dexter, eles lidem com aspectos da humanidade, que eles olhem para si mesmos”, disse Colleton. “Assim como temos Dex forçado a olhar para si mesmo, seria ótimo se eles sentissem que conseguiram tirar algo dali que não seja apenas entretenimento … O que significa estar vivo, o que significa ser humano.”
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A temporada final começa neste domingo! E as reviews você confere aqui, no Apaixonados por Séries!
