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A nova roupagem das tragicomédias

Por: em 22 de setembro de 2016

A nova roupagem das tragicomédias

Por: em

Spoiler Alert!

Este texto contém spoilers leves,

nada que estrague a série ou a sua experiência.

Não é de hoje que um peculiar mesclamento de gênero tem sido utilizado como recurso para dar vida a obras singulares que, no saldo geral, acabam por agradar o público, são peças de teatro, filmes, livros, séries, enfim,  que transitam entre um extremo e outro para dar vida a histórias e personagens meio que peculiares e diferentes do material fictício que somos acostumados a consumir diariamente.

Esta mesma combinação não é mais novidade no âmbito das séries, poderíamos passar um longo tempo listando produções que misturaram o drama com a comédia, ora de forma sutil, ora de maneira mais escrachada, contudo, vem se tornando perceptível um determinado padrão adotado em algumas séries recentes, a fórmula consiste em criar o pior ambiente possível, algo que envolva tragédias e situações realmente pesadas, e conseguir tirar dela situações cômicas e divertidas para o público.

You’re The Worst   

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Talvez a mais sem noção desta lista inteira, You’re The Worst possui uma premissa bastante confusa e aparentemente sem um objetivo final, mas mesmo assim consegue apresentar um conteúdo bastante satisfatório e inteligente, explorando um casal formado por duas pessoas saturadas em seus próprios problemas e medos, de personalidades horríveis e intragáveis, mas que, da maneira mais clichê possível, dão muito certo juntos. A premissa possui uma carga dramática muito boa de ser trabalhada, e é, mas é na comicidade que a série se destaca, são sequências inacreditáveis e impagáveis com situações sérias que dão ao show um ar meio cinza que, no fim, satisfaz.

The Last Man On Earth

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The Last Man On Earth podia ser muitas coisas considerando a sua premissa, mas escolheu ser um questionável besteirol americano. As possibilidades de se desenvolver histórias em cima da proposta apocalíptica de uma dizimação populacional por meio de um vírus, e somente uma pessoa acreditar ter sobrevivido e viver sozinho no planeta terra são infinitos, mas o direcionamento da série é um tanto quanto peculiar. É nos apresentado um protagonista desleixado, egoísta, egocêntrico e por vezes insuportável, que ao continuar vivo após a epidemia mortal dedica os seus dias a fazer tudo aquilo que sempre teve vontade, viajando o mundo, mas sempre voltando para o lar original, enquanto espalha mensagens em que informa aos possíveis outros sobre a sua sobrevivência, quando finalmente encontra outras pessoas todas as suas péssimas características vem a tona. The Last Man On Earth não é uma produção a ser levada a sério, apesar de se passar em um cenário envolto de uma pesada carga dramática, é como uma comédia potencialmente besta, com um ótimo elenco, diga-se de passagem, que ela se destaca.

Unbreakable Kimmy Schmidt

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Com uma abertura que não sai da mente e do coração, Unbreakable Kimmy Shmidt é uma surpresa oriunda da Netflix. Passar 15 anos da sua vida presa em um bunker junto com três companheiras sem noção, e eventual visita do sequestrador que se intitula pastor, em nome da mentira de que o mundo teria acabado não é algo que todos sobreviveriam; dar a volta por cima de forma magistral como Kimmy (Ellie Kemper), que reconstruiu a sua vida inteira com o propósito de recuperar o tempo perdido, é uma característica singular de força de vontade e resiliência da própria personagem. Apesar dos pesares e com muito bom humor, a série se destaca pela ousadia da premissa e roteiro, transformando a tragédia em pura comédia pelas mãos da sua incrível e incansável protagonista, o restante do elenco também merece os devidos créditos, que em situações questionáveis brilha e faz rolar de rir.

My Mad Fat Diary

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Se fosse possível classificar uma série como crush, My Mad Fat Diary seria a minha! Alguns anos atrás fui arrematada por esta produção verdadeiramente crua que tem uma história incrível, onde, ao mesmo tempo que entretêm o telespectador, também consegue impactar e dar aquela chamada de realidade que necessitamos vez ou outra nas nossas vidas. A carga dramática do show é definitivamente a sua melhor parte, os problemas psicológicos, sociais e comportamentais que Rae (Sharon Rooney) enfrenta evocam uma verdadeira empatia em todo o público que a acompanha. Mas, toda essa carga é aliviada pelo grupo de amigos ao qual Rae se junta, e também graças a sua personalidade totalmente desinibida. Deste modo, a série pode ser caracterizada como uma dramédia, considerando que concilia os dois extremos da sua protagonista, o lado em que lida com o abandono pelo próprio pai, divergências com a mãe, o desconforto com o próprio corpo, enfim, e o outro lado em que abriga um jeito de ser todo sem noção, se metendo em hilárias situações de plena vergonha alheia junto com a turma de amigos.

Mom

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Existe situação mais aterrorizadora do que assistir, praticamente impotente, a sucessão de decisões e erros por você já antes cometidos serem desordenadamente reproduzidos pela própria filha e, posteriormente, neta? Mom é para mim uma das comédias de maior qualidade no ar atualmente, ficando sempre aquele ressentimento pela série não ser tão reconhecida ou popular o quanto merece, mas de qualquer maneira, a história premissa da mesma evoca um ambiente familiar totalmente fadado ao fracasso, com as três gerações de mulheres problemáticas ao extremo e fadadas a um ciclo social de abuso e vício de substâncias químicas, envolvimento com homens babacas e gravidez precoce; tudo isso enquanto, em meio a apertos, tentam apenas sobreviver financeiramente. Contudo, a história é contada com a maior comicidade possível, são situações e acontecimentos de merda que constantemente a família Plunkett é submetida, tipo de coisa que deixaria os mais fracos de espírito e mente desencorajados de seguir em frente, mas, a capacidade que o show possui de transformar o pior em algo genuinamente engraçado é um recurso genial característico da série.

 


E quanto a vocês, caros leitores, conhecem mais alguma série que transita entre a comédia e o drama?
Compartilha com a gente nos comentários. Até a próxima!


Ana Rebeca Tamandaré

Jovem bahiana simpática e gente boa que curte um bom número de séries e por este motivo tem a audácia de escrever suas opiniões positivas e negativas sobre elas.

Itamaraju/BA

Série Favorita: How i Met Your Mother/Friends

Não assiste de jeito nenhum: The Vampire Diaries

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