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Aftermath – 1×13 Whispers of Immortality (Season Finale)

Por: em 28 de dezembro de 2016

Aftermath – 1×13 Whispers of Immortality (Season Finale)

Por: em

Desde o início, a nova aposta da SyFy/Space não conseguiu se mostrar uma série promissora. Na verdade, ela causava o efeito contrário. Até sua metade, fomos bombardeados por acontecimentos avulsos e sem explicações, sendo conduzidos por uma trama fraca e com personagens não tão consistentes. Já na sua reta final, a série conseguiu uma chance de se redimir, mas acabou apostando suas fichas no plano original. E, mesmo conseguindo explicar todos os acontecimentos em seu final, o roteiro ainda optou por um final em aberto, caso a série seja renovada para um segundo ano. Mas, se isso não ocorrer, será que esse final foi realmente satisfatório? Caros leitores, apresento a vocês a última review do primeiro – e possivelmente último – ano de Aftermath.

Patti Kim e Anne Heche - Aftermath

Começando do início, é interessante analisar o caminho evolutivo de cada personagem durante essa temporada, mesmo tendo sido quase nulo. Brianna, que teve o primeiro arco da trama voltado à sua busca, acabou perdendo tudo o que a personagem ganhou nos primeiros episódios. Ela começou como a típica garota metida de classe média mas, ao se tornar uma sobrevivente, nos mostrou um novo lado. Sua pequena jornada e seu início de relação com Devyn foram, de forma geral, o núcleo mais satisfatório de toda a série. A construção do relacionamento e acontecimentos dos dois foram, ao contrário dos outros núcleos, trabalhados sabiamente, visando a evolução de cada personagem ali inserido. O problema de verdade começou após o reencontro com sua família que, mesmo que seja triste dizer, a ofuscou completamente. Como se não bastasse, toda a sua evolução foi esquecida, trazendo de volta a garota mimada do episódio piloto. Nesse episódio, Bri encerrou sua primeira jornada como uma personagem injustiçada e mal aproveitada. Sua ação no final, apesar de intensa, não acrescentou nada, apenas mostrando um erro de continuidade. Afinal, se a gravidade teve força suficiente para sugar Karen, por que não fez efeito nenhum nela?

Claro, sua relação com Dana também foi sabiamente trabalhada. O termo “matadora de hospedeiros”, o qual foi usado pelo Reverendo ainda no início, se mostrou verdade. De todos, ela sempre foi a primeira a identificar quem era real e quem não era, mostrando destreza em identificar qual deveria matar. Dana, sua irmã gêmea, sempre se mostrou inteligente. Mas, desde o início, o principal problema dela era sua personalidade. Ao contrário de irmã, Dana era arrogante e, sempre que podia, ficava se vitimizando por motivos banais. Mesmo sendo salva pela irmã várias vezes, ela ainda a culpava por vários acontecimentos. Seu melhor momento foi a relação com Marvin que, mesmo ocorrendo rápido, foi o elo que ligou as duas irmãs e, para ajudar, foi o que fez a menina enxergar novas realidades da vida. Sua relação com armas, mesmo com o grande esforço do roteiro, ainda soou incompleto do início ao fim. Nesse episódio, Dana encerrou sua primeira jornada como uma personagem essencial para a trama principal, mas sem forças suficientes para conduzir uma trama própria. Sua ação no final, mesmo não saindo do comum, mostrou a importância de suas habilidades, mas também concretizou uma falha no roteiro. Afinal, se Joshua era o Adepto que deveria saber de tudo, por que a garota, na maioria das vezes, era quem tinha a solução?

Matt, por sua vez, teve um papel insatisfatório do início ao fim. Ele sempre se mostrou um personagem forte para assumir o papel de líder e, mesmo demonstrando várias vezes sua capacidade, não teve a oportunidade de colocá-la em prática. Um ponto negativo era sua negatividade que, infelizmente, ecoou até o final, quando o mesmo já não acreditava na salvação da mãe. E, analisando esse acontecimento, acaba sendo engraçado o fato do mesmo não acreditar na salvação da mãe – como ocorreu anteriormente na montanha – mas, contra todas as afirmações, acreditar que ainda pudesse encontrar Sarah. Esse relacionamento estranhamente inserido na reta final da trama acabou descaracterizando o personagem completamente. Sua personalidade de líder que muitas vezes agia por impulso, acabou sendo substituída por uma de um garoto imaturo que não consegue distinguir o que é certo do que é errado.

Além de colocar sua própria vida em risco, ele preferiu passar suas horas finais atrás de uma garota que mal conhecia do que permanecer com sua família, a qual ele lutou para proteger durante toda a temporada. Esse relacionamento até poderia ter dado certo, mas o timing foi completamente errado. Analisando, parece que foi apenas algo forçado para que todas as crianças da família Copeland conseguissem um par romântico, algo que no caso de Matt – e de Dana, em partes – era totalmente desnecessário. Matt encerrou sua primeira jornada como um personagem forte o suficiente para ter várias tramas pessoais, mas completamente esquecido pela trama principal. Sua ação no final, assim como todas as suas ações nesses últimos episódios, acabou indo de desencontro a tudo que nos foi apresentado do personagem. Afinal, se seu maior desejo era proteger sua família, por que ele colocou a vida de todos em risco apenas por uma garota qualquer?

Taylor Hickson e Levi Meaden

Passando para os adultos, chegou a hora de falar sobre Joshua. Ele sempre se mostrou alguém inteligente, mas com pouca relevância para a trama principal. Mesmo ganhando certa importância no final, sua presença ainda se mostrou desnecessária, já que tudo que foi descoberto poderia ter sido deduzido por outros personagens ou, pior ainda, combinaria mais com outros personagens. Ele demonstrou ser um bom marido e um bom pai, mas não demonstrou ser alguém capaz de sobreviver em um apocalipse. Suas poucas ações importantes acabavam causando estranhamento ao público, visto que nada daquilo parecia com sua personalidade. Ser escolhido como Adepto, mesmo sendo conduzido insatisfatoriamente nesse caminho, talvez tenha sido necessário apenas para dar um pouco de força ao personagem, que já não possuía quase nenhuma nessa reta final. Josh encerrou sua primeira jornada como um personagem sem forças para segurar nenhum tipo de trama, mostrando ainda que sua própria história poderia ter sido adaptada a qualquer outro personagem. Sua ação no final, mesmo tentando soar importante, ainda foi ofuscada por todos os outros núcleos. Afinal, se ele era tão importante, por que não deu indícios disso desde o começo?

Já Karen, de todos os personagens, foi a única que teve um final satisfatório, mesmo com tantas falhas de roteiro. No início, assim como as de todos os personagens, suas ações se mostravam estranhas. Era como se cada acontecimento não tivesse nenhum impacto em nenhum deles. Para piorar, o lado cético de Karen acabava incomodando, já que a mesma insistia em não acreditar em nada, mesmo com tantas coisas estranhas acontecendo ao seu redor, algo que se estendeu em partes até o final. Mesmo assim, sua evolução foi a mais notável, principalmente por sua profunda experiência espiritual. Sua relação com todos os personagens foi satisfatória, gerando ótimos momentos e diálogos, algo constantemente em falta na série. Agora, depois de tudo o que houve, o que será que acontecerá com ela? Todas as pessoas sugadas, ao voltarem, não se lembravam do que tinha ocorrido. Será que a veremos do outro lado? Karen encerrou sua primeira jornada como uma personagem inconsistente, mas que teve uma grande evolução. Perfeita para todo tipo de trama, ela conseguiu fazer diferença em cada episódio. Sua ação no final, mesmo soando clichê, foi algo sabiamente colocado, mesmo sendo difícil pensar em uma resolução e, ainda, correndo o risco de não ter sua trama resolvida, já que uma renovação não é provável.

Anne Heche e Taylor Hickson - Aftermath

No geral, Aftermath foi uma série totalmente insatisfatória. Seus personagens não tiveram a profundidade necessária, demonstrando saturação em vários momentos. A trama principal, por sua vez, acabou soando completamente bagunçada, mesmo sendo explicada em seus últimos momentos. Claro, ainda faltou algumas explicações, como o destino dos dragões – ou coisas do gênero – que, no início, eram a meta da família Copeland, sendo algo totalmente esquecido pelos mesmos. Mesmo com a chance de uma redenção, a série ainda optou por seguir sua trama previamente estabelecida, sem se importar com a opinião do público. Uma segunda temporada seria necessária para estabelecê-la mas, levando em conta tudo o que nos foi apresentado, dificilmente a veremos sendo renovada. A primeira onda acabou, mas será que nosso barco será forte o suficiente para continuar acompanhando as outras? Muito obrigado por me acompanharem até aqui e espero vê-los em breve.

Observações:

Se a gravidade teve a força necessária para sugar meteoros, como não sugou tudo que estava lá embaixo?

Os metamorfos já eram chatos antes, mas ficaram ainda piores depois de evoluirem.

Ainda sem entender muito bem a necessidade daquela cafeteria, mas a garçonete demonstrou ser uma das poucas personagens interessantes.

Se a torre poderia atrair os buracos, por que não o fez antes? Que coincidência acontecer só agora, não é mesmo?

Como assim a Sarah passou horas com o falso Matt e ele ainda vai insistir nessa relação? É claro que não vai dar certo.

Achei um pecado o roteiro matar o Dev e o Martin, mas deixar a Sarah viva. Me ajude a te ajudar Aftermath.

Decepcionante aquela gangue no final. Prefiro nem comentar sobre.

Como disse anteriormente, os agentes do governo ficaram completamente avulsos na trama.

Sim, a review atrasou. Aliás, atrasou bastante. Mas, como é final de ano, podem relevar, né?

 


E você? O que achou do episódio? Não se esqueça de deixar sua opinião e continuar acompanhando as reviews aqui, no Apaixonados por Séries.


Lucas de Siqueira

Apaixonado por Tom Holland, séries históricas, documentários sombrios e guerras. 19 anos de pura imersão em diferentes universos através da leitura e pronto para criar outros através da escrita.

Santa Branca/SP

Série Favorita: Game of Thrones

Não assiste de jeito nenhum: Revenge

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