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Agent Carter – 1×02 The Bridge and the Tunnel / 1×03 Time and Tide

Por: em 18 de janeiro de 2015

Agent Carter – 1×02 The Bridge and the Tunnel / 1×03 Time and Tide

Por: em

Antes de tudo recapitularei um pouco – pois tive que me conter para escrever as minhas primeiras impressões da série, rs – No contexto pós-guerra, com as mulheres perdendo o espaço que conseguiram por conta da ida dos homens para o front na Europa, vemos uma Peggy Carter totalmente desgostosa com as suas atribuições secretariais dentro da S.S.R. Tudo muda quando Howard Stark aparece e pede que ela o ajude a limpar seu nome, vide o fato de alguém ter roubados suas perigosas invenções e elas terem sido encontradas sob posse de inimigos da nação, transformando o pai de Tony também em um.

Depois do Piloto mara, vamos fazer um combo? Leia agora as resenhas dos dois últimos episódios, assim deixaremos tudo em dia para acompanharmos juntos a série.

1×02 – The Bridge and the Tunnel:

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Se a season premiere foi levemente mais introdutória, ‘The Bridge and the Tunnel” não perdeu mais tempo com isso. Primeiramente vou destacar o ridícula radionovela com as aventuras do Capitão América – mostrando que há outra maneira mais sutil de fazer a conexão da protagonista com o lendário herói. Adorei a forma com o qual a narração fazia contraste com que estava realmente acontecendo com a agente, posso citar como exemplo a sequencia em que Peggy briga no mano a mano com McFee (Devin Retray) acompanhada com os efeitos sonoros do programa de rádio, que narrava um Capitão América salvando a indefesa Nurse Carver.

É impressionante como Carter está sempre um passo a frente dos colegas o tempo inteiro, como eu disse nas Primeiras Impressões, não é por incapacidade deles, mas sim por soberba. Eles nunca vão aceitar que ela tem mais potencial do que eles, em alguns (na maioria) dos aspectos. Primeiro, quando ela vai atrás do carro de leite que viu carregado de Nitramene na Roxxon Oil no episódio anterior, ela incorpora perfeitamente uma fiscal do governo. Achei divertida a forma com que ela abordou o staff da distribuidora de leite, super crível, porém ela acaba por descobrir que veículo que ela procurava não estava lá – e sim na casa de Mcfee, o cara que eu falei ali em cima.

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A ida da agente à boate no primeiro episódio fez com que ela fosse fotografada. Nessa hora ela teve que se virar nos 30 para tentar ver as fotos, tentando em vão abrir a gaveta de Sousa (Enver Gjokaj) e teve que esperar preocupada para ver as imagens junto com os outros colegas, mas para alívio de Peggy ela conseguiu esconder o rosto do fotógrafo inconveniente. A loira misteriosa agora é um alvo da investigação dos agentes da S.S.R. – essa burburinho em torno da loira acaba quando Peggy – finalmente! – é chamada para ajudar em uma operação.

Conhecemos também Hugh Jones (Ray Wise), o presidente da Roxxon Oil, que se coloca como um adversário direto de Howard Stark, muito provavelmente porque além de tentar comprar sua empresa, o bom vivant conquistou a esposa de Wise – “Whats your name Darling?””Agent” – A SSR promove uma averiguação de radiação nos funcionários da refinaria e Peggy só foi chamada para verificar as mulheres. Mais uma vez ela samba em cima dos colegas quando reconhece Van Ert (James Urbaniak) – se você não lembra, Peggy lutou contra ele na filial da Roxxon que viria a explodir logo depois – e ao invés de correr atrás deles como os homens da agência, ela pega a escada e derruba o cara com uma mala! Adorei a cara dela de “de nada”. Descobrimos que a S.S.R. pega pesado nos interrogatórios, prefere um cano ou uma cenoura? Difícil de escolher né?

O episódio novamente bateu na tecla da relutância da personagem título em se abrir para novos relacionamentos, e quem tem todo o crédito pela pequena mudança de atitude de Peggy é Jarvis – que no final do episódio, ao fazer um curativo na perna dela, tenta arrazoar sobre o fato de quem ela não conseguirá fazer o que precisa sem ajuda. James D’Arcy é de longe uma das melhores coisas da série e seu personagem realmente incorpora a máxima “an ideal butler provides service without being asked”. Ele desobedece a ordem de retornar para casa e acaba ajudando Peggy, quando a mesma estava em dificuldades com Leet Brannis (James Frain).

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Falando em Brannis, ele assina sua sentença quando decide trair o Leviatã, aceitando inclusive a cooperar com Peggy em troca de proteção. Essa subversão é claro, faz com que o assassino do terno verde (eu não sei o nome dele), faça tudo para encontrá-lo. Atrás de informações o algoz mata uma família inteira, achei o máximo a forma com que ele, mesmo sem voz, consegue se comunicar por meio de cartões de visita.

O mal encarado consegue alcançar Brannis, Jarvis e Peggy, e tem-se início à uma maravilhosa sequencia de luta em cima de um carro de leite cheio de Nitramene! Nossa heroína acaba levando a melhor e creio que o assassino esteja morto. Todos saltam do carro, que cai de uma ribanceira e explode em um lago, causando uma bela de uma tsunami. Lannis, acaba perecendo por conta dos machucados, não sem antes fazer um misterioso desenho de um coração com uma minhoca atravessada, brinks. Será esse um símbolo do Leviatã? Aprendemos nesse episódio que não se trata de uma pessoa, mas ainda está muito nebuloso. Qual seriam os interesses e o uso que se quer fazer das invenções de Howard. Os homens da S.S.R. chegam ao local sem encontrar nada além do corpo de Brannis e marcas de sapato de mulher no chão, que concluem ser da loira misteriosa.

O episódio acaba com Peggy levando em consideração os conselhos de Jarvis, aceitando se mudar para o pensionato com sua amiga fofa Angie (Lyndsy Fonseca), mais uma vez mostrando o papel da mulher naquela época, onde tudo que se construía na vida tinha como objetivo um bom casamento. Foi uma boa continuidade à season premiere e nos deixou ansiosos para os próximos episódios.

1×03 – Time and Tide:

Como uma agente dupla, Peggy tem dois oponentes de peso à enfrentar: A organização (é o que eu presumo ser) Leviatã, que está atrás das invenções de Howard Stark e seus colegas de agência. Time and Tide foca na tensão entre ela e os homens da S.S.R, criando um ambiente de trabalho hostil. No final do episódio anterior, o agente machão Krzeminski (Kyle Bornheimer) encontrou a placa do carro dirigido por Jarvis na fuga da explosão da Roxxon Oil, logo isso direcionou o foco da investigação para o nosso amado mordomo, deixando Carter muito perto de ser descoberta.

Jarvis é levado para S.S.R. para interrogatório e o agente Thompson (Chad Michael Murray) consegue fazê-lo tremer na base, a trazer a baila uma suposta traição que o braço direito de Stark teria cometido no passado – pelo menos ele deixou de fora o cano e a cenoura dessa vez, né? Tudo foi assistido por Peggy que rapidamente encontra uma maneira de tirar o amigo daquela desconfortável situação. Acho interessante como James D’arcy consegue sozinho provar o amor que seu personagem sente pela esposa Annie, eu duvido muito que ela vá aparecer na série, sendo somente uma ferramenta para fazer o contraste do agente com o restante dos homens de Agent Carter.

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O problema é que, ao ajudar Jarvis, Peggy coloca o seu na reta, pois ela quebra a continuidade do interrogatório – que o seu chefe Dooley (Shea Whigham) já tinha como um trunfo certo para solucionar o sumiço de Howard. Tivemos que assistir a nossa agente levar um baita de um sermão e mais uma vez ser diminuída na frente dos colegas. Confesso ser uma situação um pouco sufocante de assistir, veja bem como isso contrasta com a atual S.H.I.E.L.D., onde May ( Ming-Na Wen) é o “2º homem” de Coulson (Clark Gregg), inclusive sendo designada para ser a nova chefe da agência caso ele sucumbisse à loucura derivada do sangue Kree – ok, vou parar de falar de Agents of S.H.I.E.L.D., mas eu estou querendo somente retratar a relutância em enxergar o enorme potencial de Peggy como agente, só pelo fato de ser mulher.

Ela e Jarvis então retornam a mansão Stark para investigar o cofre invadido, de onde se roubaram os perigosos brinquedinhos de Howard. Peggy começa então a tentar tirar informações sobre o passado de Jarvis, em um primeiro momento ela tenta ser sutil e ele não se abre, mas depois ela desiste e pede que ele conte de uma vez. Isso é um reflexo do problema que Carter tem de se abrir, Jarvis claramente está conseguindo um espaço na vida dela, mas mesmo assim só o fato dele  em tese ser confiável não basta. Então toda a situação da 2ª Guerra volta à cena: O mordomo era do exército britânico e conheceu Annie na campanha de sua companhia na Europa, até aí ok. O porém está no fato dela ser judia, correndo perigo de parar em um campo de concentração. Seu general não quis ajudá-lo e ele acabou forjando a assinatura do mesmo para conseguir tirar a esposa do perigo. Essa foi a grande traição pela qual ele foi julgado, e cá entre nós, justamente absolvido – mesmo que por influencia de Howard. Nesse momento Jarvis inclusive cita que tudo isso aconteceu em meio à situação Whitehall, o general da HYDRA que foi preso por Peggy e os Howling Commandos em 1945 – cena que apareceu no episódio Shadows de Agent’s of S.H.I.E.L.D. 

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Descendo pelo esgoto da mansão, Carter mais uma vez mostra sua astúcia ao ser mais inteligente que os detetives que investigaram o roubo, alegando que o criminoso não utilizou um bueiro e sim a saída que escoa a água para o mar. Seguindo o curso da água, eles localizam um barco com o mesmo simbolo que Leet Brannis desenhou no chão no final do episódio anterior: Bingo! O barco estava carregado com um gadget capaz de quebrar ossos do corpo e causar uma dor excruciante. Mais uma vez a situação da agente na S.S.R. é posta em foco, pois seu primeiro pensamento é reportar a situação aos seus colegas, mas Jarvis argumenta que tudo aquilo não provaria nada e sim faria com que ela parecesse estar coadunando com o inimigo. Jarvis então vai até um telefone público e de uma maneira muito engraçada consegue simular um sotaque completamente diferente do seu, para fazer uma denuncia anônima para Sousa  e Kremynsky que estão de plantão.

Enquanto isso, Peggy é tomada de assalto por alguém que estava de butuca vigiando e temos mais uma grande luta corporal da agente. Vou te contar que simplesmente a-do-ro mulheres badasses, que saem quebrando tudo e brigam de igual para igual com os homens. Mas novamente ela acaba precisando da ajuda de Jarvis. Adorei os dois lutando junto com o grandalhão, e ele acaba com o braço em frangalhos por virar uma especie de cobaia das invenções de Stark. Quando escutam a S.S.R. chegando, eles saem, deixando tudo novamente mastigadinho para seus colegas. Sousa ficou encafifado com essa situação, notando um certo padrão, de ter sempre alguém a frente deles.

É nessa hora que o Leviatã transforma-se em uma ameaça real: Kremynsky fica responsável por conduzir o grandalhão com braço quebrado para interrogatório, ele inclusive é o primeiro a realizar que Peggy está agindo muito de forma muito mais eficiente no caso. Mas em um cruzamento os dois são abarroados por um atirador que os mata. Um clima pesado desaba na S.S.R., ao retornar, Peggy se depara com a desolação de todos e flores na mesa de Kreminsky e se surpreende com o sentimento de tristeza que a abate. Esse ataque é creditado a Howard Stark e creio que o cerco começará a se fechar, visto que, como eu disse anteriormente, o fato de Peggy ser superior aos seus colegas não significa que eles não sejam eficientes nas suas funções. Com um agente morto, creio que ficará mais difícil para Jarvis e Carter ajudarem Howard. Uma questão que veio na minha mente foi se com a morte de Kreminsky, Peggy acabará tendo mais espaço dentro da agência, não sei porque eu acho que isso seja possível…

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Em mais um excelente episódio, Agent Carter prova que é muito mais que um tapa buraco no hiato de Agent’s of S.H.I.E.L.D., temos ação, interações humanas de primeira qualidade e mistério, tudo isso com um clima de série de espionagem, construído magnificamente na série. Ela nitidamente poderia existir de forma autônoma, pois a história não precisa de muitos complementos externos para se fazer entender.  Time and Tide é tão envolvente quanto os dois ultimos episódios, e agora com apenas 5 à frente, já começo a me sentir saudosa!

Fique agora com a promo do episódio The Blitzkrieg Button, que vai ao ar dia 27 de janeiro, e marca o retorno de Howard Stark à trama e também contara com a participação especial do mestre Stan Lee:

E você, conta aí o que acharam do episódios! Gostaram? Fiquem a vontade para dividir todos seus pensamentos conosco!

ÁREA RESERVADA PARA MARVELMANÍACOS!:

– Antes de mais nada, informo à vocês que Peggy estará de alguma maneira no filme Vingadores: Era de Ultron, que teve seu trailer lançado essa semana (Ainda não viu? Assista AQUI). Isso faz que a personagem seja a mais onipresente do universo da Marvel, vide sua participação em ambos os filmes do Capitão América e Agent’s of S.H.I.E.L.D.

– Vocês viram que o pensionato que Peggy está morando é realmente linha dura, mas achei que deram uma certa importância para a nova inquilina Dorothy (Bridget Regan), será que ela é mais do que uma dançarina de Ballet?

– Eu estou apaixonada pelo Jarvis, sei que ele não é o futuro marido da Peggy, mas adoro os dois juntos e como ele mesmo se mostrando frágil, cumpre bem o papel de ajudante da agente, sempre aparecendo quando necessário.

– O ator que faz o Agente Sousa apareceu como um policial no primeiro filme dos Vingadores, aliás será ele o futuro marido de Peggy? Ela mesmo em Capitão América 2: O Soldado Invernal disse que conheceu o marido dela no trabalho.

– Para quem é gosta do Homem de Ferro, o nome Jarvis é habitual. J.A.R.V.I.S. é o nome do sistema operacional que significa “Just a Rather Very Intelligent System” (ou Apenas um sistema realmente inteligente). Dessa forma dá para ter noção de que o mordomo foi importante na vida de Tony Stark, né? Gostaria de saber mais sobre esse relacionamento, seria legal mais temporadas de Agent Carter pois eu amaria ver o baby Tony!

– A Roxxon Oil no universo Marvel é tipo uma companhia com o mesmo poder da Wayne Enterprises, Queen Consolidate ou LuthorCorp no âmbito da DC. Nas HQ’s, a Roxxon é Um dos maiores conglomerados do mundo que frequentemente se utiliza de meios ilegais para aumentar seus ganhos. A empresa concorrente de Tony Stark, que já tentou inúmeras vezes roubar a tecnologia que desenvolveu Homem de Ferro, seu logo já apareceu nos filmes do herói. Parece também que a empresa teve envolvimento na morte de Howard e Maria Stark, no segundo filme do Capitão América sabemos que o Soldado Invernal teve participação na morte do casal Stark…bem, é por aí.

– Um easter egg do Piloto que eu acho super válido colocar aqui é a aparição do Dr. Anton Vanko (Costa Ronin)! Ele é pai de Ivan Vanko, interpretado por Mickey Rourke nos cinemas, o vilão Whiplash. O personagem fez uma pequena aparição em Homem de Ferro 2 – mais velho, Anton foi interpretado por Evgeniy Lazarev.

– Sabe o detector que a Peggy usa em The Bridge and the Tunnel, está gravado nele “Property of A. Erskine”. Dr. Abraham Erskine foi o médico que ajudou a transformar Steve Rogers – interpretado por Stanley Tucci – em um supersoldado, lembra dele?

– O que pode ser o Leviatã? Nos quadrinhos é uma organização criada no bloco comunista e que deu trabalho nos quadrinho, da mesma forma que a HYDRA. Eles também se meteram com alienígenas, conseguiram desenvolver seus próprios super soldados, já se aliaram com a HYDRA e etc. Acho que na série eles serão inseridos nesse contexto, querendo ou não, todos acreditam que a HYDRA acabou com o fim da 2ª Guerra, na minha cabeça o Leviatã deve aparecer como uma cabeça dela…afinal, quando você corta uma, mais duas aparecem.

– E a tecnologia avançada de comunicação gente? Um Whatsapp na máquina de escrever?

– Eu adoro a caracterização dos personagens, as roupas (das mulheres, especialmente) estão lindas! Impressionante como Peggy tem um figurino específico para cada situação.

– Uma coisa que eu me pergunto: Peggy serviu com honras na 2ª Guerra, ela não tem nenhum contato ou alguém que possa dar uma carta de recomendação ou tirar ela da situação chata na agência?

Notaram mais algum elemento? Escrevam aí!


Lívia Zamith

Nascida em Recife, infância no interior de SP e criada no Rio. Vivo e respiro Séries, Filmes, Músicas, Livros... Meu gosto é eclético, indo do mais banal ao mais complexo, o que importa é ter conhecimento de causa.

Rio de Janeiro - RJ

Série Favorita: São muitas!

Não assiste de jeito nenhum: Friends (não gosto de sitcoms)

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