Quanta diferença uma boa vilã faz; esse foi meu pensamento ao final do episódio duplo (mais um) de Agent Carter essa semana. Desde a estreia nada tinha chamado muito a minha atenção, mas a volta de Dottie para a série revigorou minha fé (ou quase) e apesar de algumas coisas ainda me incomodarem bastante, “Life of the Party” e “Monsters” se destacam como os melhores episódios até aqui. Tivemos plots previsíveis? Sim, mas a adição da infame espiã russa fez uma diferença enorme para o ritmo e o desenvolvimento dos nossos personagens.

Peggy e seus fiéis escudeiros precisam conseguir uma amostra de sangue da Whitney contendo Zero Matter (nunca vou me acostumar com esse nome), pois essa pode ser a chave para estabilizar o Dr. Wilkers em forma material. O único problema é que Frost nunca os deixariam se aproximar o suficiente para o fazê-lo, então a ideia brilhante de Peggy (e eu digo brilhante sem nenhum sarcasmo) é convencer Dottie Underwood a ajudá-los  (tudo para sair da prisão né minha gente?). Desde a primeira cena, Dottie é um deleite. Como eu senti falta da ironia e do humor dela, toda a interação com a Peggy na prisão foi um dos pontos altos dos dois episódios, adoro o bate e volta das duas.

O grande diferencial da Dottie para mim são as várias camadas de sua personalidade, ela não é de todo mal, mas também não é nenhuma flor que se cheire, ela simplesmente faz o que é melhor para si mesma no momento, uma sobrevivente. Ao contrário de Whitney que, apesar das minhas expectativas, tem se mostrado uma personagem muito rasa. Pessoalmente eu não aguento vilões que querem dominar o mundo, eu sei que essa é uma série baseada em quadrinhos, mas sendo muito honesta esse é o cúmulo do clichê. Infelizmente Whitney Frost cai nesse lugar comum de vilã de quadrinhos: definitivamente insana e com um enorme complexo de grandeza, se ela pelo menos fosse uma louca com humor, minha decepção seria menor, mas ela é apenas delirante mesmo.

Esse é um dos grandes problemas dessa temporada para mim: Frost não segura a barra de ser vilã sozinha, não estou reclamando da atuação da atriz (que é ótima por sinal), mas sim do desenvolvimento da personagem. Todas as decisões dela durante os episódios foram absolutamente previsíveis, a única vez que fiquei surpresa foi quando ela atirou em Anna Jarvis, mas tirando isso todos desdobramentos que se seguiram a sua revelação no clube Arena não trouxeram nenhuma surpresa. Em compensação toda a participação de Dottie foi sensacional, sempre quando eu achava que ela iria por um caminho ela me surpreendia, quem diria que um dia ela se sentiria nem que seja um pouquinho leal a Peggy? Claro que no final Dottie fez o que seria melhor para ela, mas ainda sim uma aparição maravilhosa.

Outro assunto muito citado nesse episódio foi o triângulo amoroso formado por Peggy, Sousa e Dr. Wilkers, tenho que ser muito sincera e dizer que ODEIO triângulos amoroso, é um recurso tão barato para criar drama, que estou muito decepcionada que os roteiristas tenham lançado mão dele. Não aguento mais isso nem nas séries Teen da CW, imagina em Agent Carter que supostamente era para estar acima disso? Aliás, não poderia me importar menos com Dr. Wilkers, Peggy e Sousa vêm construindo um relacionamento desde a primeira temporada e eu ficaria muito mais satisfeita em ver eles desenvolvendo o romance entre eles do que essa “disputa” idiota pela Peggy.

Outras Observações
– A última vez que vimos Dottie ela estava em NY, como veio para em L.A. assim tão rápido?
– Save Anna Jarvis
– Jarvis foi consideravelmente mais útil nesse episódio, palmas.
– Sdds Howard Stark