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O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Agent’s of S.H.I.E.L.D. – 3×05 4,722 Hours

Por: em 28 de outubro de 2015

Agent’s of S.H.I.E.L.D. – 3×05 4,722 Hours

Por: em

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Depois de três temporadas, pela primeira vez Agent’s of S.H.I.E.L.D. se arrisca em fazer um episódio conceito, focando-se em apenas um – no caso uma – personagem. Depois do destaque dado ao Fitz no ano passado, nada mais juntos do que dar um espaço equivalente à subutilizada Simmons para mostras a sua odisséia no planeta desconhecido para qual ela foi transportada no season finale anterior. Tal qual um filme de terror B, 4.722 Hours dispensou até sequência de abertura, focando cruamente no ambiente totalmente solitário daquele lugar.

O episódio quebrou um pouco a fórmula do seriado, destacando o tempo e todas as intempéries experiementadas por Jemma na sua luta para sobreviver em um ambiente hostil. Acompanhando as reações nas mídias socias, percebi que as pessoas gostaram bastante, mas não sei porque ainda achei que deixou um pouco a desejar – acho que esperava mais um pouco das explicações que nos foram dadas. Alguns elementos foram bem interessantes e provavelmente serão trabalhados depois, mas todo o desenvolvimento da personagem – a partir de um certo ponto – tornou-se algo bem clichê. Vamos então destrinchar tudo, para tentar chegar em uma conclusão?

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O episódio dessa semana foi sim uma boa oportunidade para Elizabeth Henstridge mostrar à que veio. O primeiro ato de 4.722 Hours conseguiu me cativar, com ela  lutando contra a desesperança de estar em um deserto alienígena sozinha, falando consigo mesma e com o telefone (Fitz, aceita encomenda de bateria?). Nos foi mostrado que, mesmo não sendo uma agente de campo como Bobbi ou May, Jemma também é capaz de sobreviver fisicamente em uma situação extrema.

Aos que torcem pelo casal FitzSimmons – eu – também houveram momentos de deleite. Desde ela conversando com a foto do engenheiro, até devaneios sobre como seria o tão esperado encontro dos dois. Fitz foi a pessoa à qual ela dedicou seus pensamentos e que a fez ter forças para aguentar o tranco das muitas primeiras horas naquele planeta. Mesmo sem poder, ela queria dividir tudo com ele, inclusive o feito de matar uma minhocona esquisita para comer.

É realmente interessante pegar para analisar – nesse momento de Agent’s of S.H.I.E.L.D. – a construção/desconstrução/reconstrução do relacionamento dos dois. No começo da série, eles foram apresentados em unissono – FitzSimmons – a dupla dinâmica de nerds, com inteligências extraordinárias. O crush de Leo pela amiga era evidente, enquanto ela teimava em não enxergar. Ao serem colocados em uma situação de vida ou morte por Ward, ele então sacrifica-se por ela. A prova de amor foi também o que mudou para sempre a relação entre eles.

Esse certo rompimento, foi o que deu à Fitz oportunidade de crescer como pessoa. Ele desenvolveu sua personalidades e relacionamentos únicos com o resto da equipe, redefinindo o seu caráter enquanto Jemma estava ausente infiltrada na HYDRA. Mas a bioquímica continuou presa à Leo, a amizade dela com Bobbi e Daisy nem se compara com a profundidade da dinâmica que o melhor amigo conseguiu dentro da agência, tanto que ela não mencionou outro nome senão Fitz em 4.722 Hours. Agent’s of S.H.I.E.L.D. tem na família desfuncional formada por Coulson uma das suas principais características e, se pensarmos bem, Simmons ainda não conquistou o seu espaço dentro dela – sempre ligada ao Fitz. Até quando ela conhece Will, a única pessoa naquele planeta além dela, ela continua falando compulsivamente o nome de Fitz, mostrando que ele – além de amigo – é meio que a única coisa que ela tem.

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Agora vamos falar dessa Lagoa Azul extraterrestre que nos foi atravessada no episódio. Ao invés de focar em elementos que gostaríamos mesmo de saber, tais quais onde ela estava, quem a perseguia, um eventual estresse pós traumático de Jemma, Agent’s of S.H.I.E.L.D. decidiu tomar a direção mais clichê possível. Nada contra Will (Dillon Casey), mas precisava mesmo desse romancezinho nesse ponto do campeonato? Estávamos todos pensando que Simmons queria voltar ao misterioso planeta por algum motivo ligado à algum mistério, tal qual uma transformação ou alguma mutação acontecida em seus meses lá. Mas não, pegamos o caminho menos interessante – Jemma se apaixonou pelo astronauta perdido e quer voltar para salvá-lo. Sério, se eu fosse o Fitz eu não olhava mais na cara da jovem! Aquele choro todo no jantar que ele planejou por meses foi por causa do Will?! Peguei ranço, vou parar de torcer pelos dois.

Agora vamos ao detalhe da ameaça mortal daquele planeta. O que é aquele ser dentro da tempestade de areia? Ao final do episódio, vimos que ele se transforma – tal qual um delírio – em algo que pode ludibriar as pessoas, uma miragem. Poderiam ter focado mais nisso do que em um romance de sessão da tarde entre a Simmons e o Will. Me incomodou mesmo, confesso. Tanta coisa legal para introduzir na série, sério… Foi o que enfraqueceu toda a trama de 4.722 Horas.

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Fiquei instigada quando vi que ela queria desesperadamente voltar, mas agora que sei que é por causa do seu marido espacial, as coisas ficam mais tediosas. Estou mais interessada em saber a reação da equipe em saber desse desejo de retorno e da razão do monolito ser mortal aos inumanos. Nesse ponto pode ser que a história até ganhe com uma eventual vinda de Will. Não ficou muito claro com aquela cena pós-créditos se a coisa pegou o austronauta e se personificou nele, ou algo assim, afinal o que pode acontecer com Daisy quando esse cara vir para a Terra?

A resposta dos meses em que Jemma passou longe nos foi entregue, o episódio foi bem feito, mas não era o que eu esperava. Sobre o romance de Jemma e Will eu vou descartar, ok? Agora as consequências dele ser trazido de volta por Fitz (de volta ao friedzone) e Simmons para os inumanos, já em perigo por conta de Lash, devem ser o principal reflexo do episódio.

Fique agora com a promo de Among Us Hide…, que vai ao ar dia 3 de novembro:

Promo do próximo episódio – LEGENDADOSEMANA QUE VEM TEM HARPIA E CAVALARIA JUNTAAAS! PREPARA SEU RABO WARD.

Posted by Agents Of Shield Brasil on Quarta, 28 de outubro de 2015

E vocês? Ficaram satisfeitos com a estada de Jemma no planeta azul? Acham que o Fitz aceitou muito fácil ser realocado na friendzone? Alguma teoria para aquele ser misterioso? Fique a vontade para comentar e complementar a resenha.

Área reservada para Marvelmaníacos:

– Will Daniels – conforme creditado no IMDB – não aparece em nenhuma obra pré-existente da Marvel. Podemos considerar também que ele não tenha sido sincero sobre a sua identidade (o que deixariam as coisas mais legais).

– Depois de meses especulando onde Simmons esteve, se era um planeta Kree ou até Skrull, parece que na verdade não era nada disso. Completamente vazio e, ao que parece, ser meio que um lugar com vida própria.

– Na imagem abaixo você pode ver Ego, um planeta vivo, que apareceu na edição #132 do Thor de Stan Lee e Jack Kirby. Ele é um elemento estranho dentro da continuidade das histórias da Marvel. Ego era um cientista alien que se fundiu com seu planeta e…é melho aceitar do que entender. rs. Ele é um planeta, com um rosto, que as vezes entrou no caminho do filho de Odin.

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– O planeta em que Will e Simmons passaram um tempo juntinho de lua de mel poderia ser uma versão de Ego dentro do MCU. O astronauta persistiu na ideia de que o lugar era vivo e que transformava-se para atormentá-los: Canyons aparecendo para atrapalhar e o sol propositalmente escondido.

– Simmons aponta que o Monolito funciona dentro de uma agenda específica, baseando-se nos movimentos das luas do planeta. É uma boa explicação em contraponto ao que o professor Randolph disse em Purpose in the Machine, de que o portal se abre naturalmente de tempos em tempos, mas nada que tenha haver com a Terra.

– O episódio não teve nenhum dos outros plots trabalhados nesta temporada, mas pode indicar uma intrigante história futura: Quem são as pessoas que deram informaçoes à NASA de que o Monolito era um postal para um planeta inabitado? Como a S.H.I.E.L.D. obteve aquela pedra e com que propósito…coisas que nunca foram explicadas.

– Bobbi vai voltar ao campo semana que vem e com a May! Bundas sendo chutadas? Oremos!

– Os nomes dos três astronautas que morreram – Austin, Brubaker e Taylor – são também nomes de personagens fictícios:

Austin parece ser uma referência à Steve Austin, protagonista de O Homem de seis Milhões de Dólares – série exibida na década de 70. O personagem em questão, um astronauta, ficou gravemente machucado depois de um vôo experimental. Felizmente, isso fez com que ele ficasse mais rápido, forte e resistente. O spin-off desse show é o da famosa Mulher Biônica.

Taylor deve ser uma referência à George Taylor, o herói do filme Planeta dos Macacos original e coadjuvante em Além do Planeta dos Macacos. A nave dele o levou para um planeta onde os macacos eram mais evoluídos que os homens… vocês devem saber a história.

Brubaker pode ser uma homenagem ao cartunista Ed Brubaker, que ajudou tornar o Capitão América famoso e trouxe Bucky Barnes de volta à vida como Soldado Invernal. Mas, seguindo a linha de pensamento, existe também o personagem Charles Brubaker, interpretado por James Brolin em Capricórnio Um (1977). O filme narra uma missão à Marte que dá errado, pois o governo descobre uma falha no sistema que os levaria à morte caso fossem na missão. Para não desmotivar a população, políticos inescrupulosos decidem filmar, numa base militar abandonada, imagens dos astronautas dando seus primeiros passos em solo marciano e cenas do gênero.

– “You’re dinner, biatch!”


Lívia Zamith

Nascida em Recife, infância no interior de SP e criada no Rio. Vivo e respiro Séries, Filmes, Músicas, Livros... Meu gosto é eclético, indo do mais banal ao mais complexo, o que importa é ter conhecimento de causa.

Rio de Janeiro - RJ

Série Favorita: São muitas!

Não assiste de jeito nenhum: Friends (não gosto de sitcoms)

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