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American Horror Story – 6×06 Chapter 06

Por: em 20 de outubro de 2016

American Horror Story – 6×06 Chapter 06

Por: em

Quando o sexto ano de American Horror Story começou, o novo formato e o roteiro surpreenderam de forma positiva o telespectador. Claro, já sabíamos que o documentário não iria durar a temporada inteira, então a dúvida era se iriam conseguir trocar o formato sem interferir na qualidade apresentada. E, felizmente, Ryan Murphy conseguiu cumprir o que prometeu.

American Horror Story: Roanoke

O documentário “My Roanoke Nightmare” (Meu Pesadelo Roanoke), apesar de ter finalizado, ainda interfere na vida de todos que vivenciaram a história verdadeira. Shelby (Lily Rabe) e Matt (André Holland), mesmo tendo escapado da casa em segurança e permanecendo unidos, agora vêem suas vidas tomarem rumos diferentes. A traição de Shelby, apesar de surpreendente e inesperada, talvez tenha sido tratada com muita arrogância por Matt. Claro, traição nunca é certo, mas se ela o perdoou quando o viu na floresta, por que ele não conseguiu perdoá-la? Todo mundo está propenso a errar, o importante é aprender com o erro.

O interessante desse episódio foi perceber como a mídia interfere na vida das pessoas, fazendo uma autocrítica. É sabido que pessoas que fazem documentários são, na maioria das vezes, julgadas e hostilizadas pelos outros em seu próprio ambiente. Nesse episódio, conseguimos entender melhor o que o documentário fez com a vida de cada um. Shelby e Matt foram vítimas de pegadinhas e, vez ou outra, até mesmo ataques. Já Lee (Adina Porter), por sua vez, é duramente acusada pelo homicídio de Mason (Joe Alvarez), o qual ela se diz inocente. Não é possível saber quem fala a verdade na história, mas será que é realmente necessário esse tratamento? No documentário é possível ver como todos os três estavam abalados com tudo que acontecia na casa. Será realmente necessário colocar mais lenha na fogueira? As pessoas precisam ser sempre tão más assim?

Claro, enquanto o documentário foi ruim para alguns, para outros foi a melhor coisa que já aconteceu. Sidney (Cheyenne Jackson), o produtor e entrevistador, viu uma oportunidade de conseguir ainda mais fama e dinheiro, criando então o documentário “Return to Roanoke: Three Days in Hell” (Retorno à Roanoke: Três Dias no Inferno). A proposta é simples: reunir os atores e os sobreviventes novamente na casa, durante a Lua de Sangue. Em um formato de Reality Show, a vida de todos será vigiada vinte e quatro horas por dia. Alguns pensam que, com tantas câmeras e pessoas, nada de estranho poderia acontecer… Mas não poderiam estar mais enganados.

Cheyenne Jackson - American Horror Story

Também tivemos a oportunidade de conhecer mais os atores de Roanoke e como o documentário interferiu na vida deles. Agnes Mary Winstead (Kathy Bates, a Açougueira), apesar de ser uma maravilhosa atriz, sofre com um transtorno esquizoafetivo. Para quem não sabe, pessoas com essa doença sofrem de alucinações auditivas, delírios, paranoia e discurso e pensamentos desordenados com disfunção social e ocupacional (Fonte: CID-10). E, ficar preso no personagem não é algo tão incomum no mundo do audiovisual. Às vezes, atrizes e atores tentam se aprofundar tanto no personagem para uma boa interpretação (muitas vezes algo exigido pelos próprios diretores) que acabam perdendo o controle. Já foi sugerido que até mesmo o ator Heath Ledger sofria com isso ao atuar como Coringa.

Seja como for, um paciente com esse tipo de problema precisa de cuidados específicos. E mesmo ela tendo ficado seis meses em uma clínica, é perceptível que a mesma ainda sofre com isso. Transtornos e doenças mentais não são sempre fáceis de curar, e na maioria das vezes é um trabalho em longo prazo. A acusação de Sidney foi, com toda certeza, um regresso para a atriz. Ser humilhada e acusada daquela forma só a fez piorar e continuar a agir sem controle. E o mais horrível de tudo é que ele contava com esse descontrole. Como dizia a saudosa Irmã Judy: “todos os monstros são humanos”.

Já Audrey (Sarah Paulson, a Shelby) é uma personagem que consegue te conquistar logo de cara. Mas como ninguém é perfeito, a mesma sofre com a idade, o que pode acabar se tornando um problema para ela na casa, como conseguimos analisar vendo a conversa dela com Shelby. Claro, mesmo tendo um casamento feliz com Rory Monahan (Evan Peters, o Edward Philippe Mott), a mesma ainda se vê ouvindo julgamentos alheios sobre como alguém mais jovem escolheria estar com ela. Rory, por sua vez, é um garoto brincalhão que tinha um futuro grande pela frente, mas que foi interrompido sendo a primeira vítima.

Sarah Paulson e Evan Peters - American Horror Story

Nas temporadas anteriores, muitas coisas apresentadas não eram desenvolvidas, servindo apenas como pano de fundo. Então já é possível imaginar a surpresa ao ver as enfermeiras novamente. Em nenhum momento era possível prever que a palavra “Murder” (Assassinato) seria completada, sendo uma bela sacada do roteiro. Pelo visto, a estadia na casa será mais perigosa do que se imaginava. Aparentemente os fantasmas não se amedrontam com câmeras, mas é impossível não notar um pequeno deslize no roteiro. Se em Murder House e Hotel os fantasmas não conseguiam aparecer nas câmeras, por que conseguem em Roanoke? Isso já aconteceu logo no começo quando Matt viu os aldeões atacando a casa pelo celular, mas só ficou mais evidente nesse momento.

Mas apesar disso, é de consenso geral que a história promete ser grandiosa. Foi incrível ver a interação de todos na casa e a opinião dos próprios atores sobre os personagens que eles interpretaram. Monet Tumusiime (Angela Bassett, a Lee) acusa a verdadeira Lee de ser a razão do seu problema de alcoolismo, mas será que isso não é apenas uma desculpa? Nessa temporada, o perigo não é somente o sobrenatural, mas sim a verdade por trás de cada um na casa. Já é certo que só uma pessoa irá sobreviver a tudo isso, então a única questão no momento é: quem será?

Sarah Paulson - American Horror Story

No geral, American Horror Story continua apresentando uma de suas melhores temporadas. Com um roteiro bem elaborado, fotografia e música tendo um cuidado especial e uma crítica incrível sobre a indústria do audiovisual, é impossível não criar inúmeras expectativas com essa temporada. Resta saber se conseguirão manter a qualidade até o final ou se, como as temporadas anteriores, irão criar tramas complexas demais para conseguir encerrar.

Observações:

Não acredito que o Homem-Porco voltou. É a única coisa que me assusta.

Como assim Evan Peters voltou e morreu novamente? Por favor, né Ryan

-…Mas pelo menos as cenas dele nesses episódios foram maravilhosas.

E esse sotaque da Sarah Paulson? A melhor atriz sempre.

Um episódio ótimo como esse só poderia ter sido dirigido pela Angela Bassett mesmo. Incrível!

Então… qual o plot-twist prometido mesmo?

A treta entre Dominic e Matt já é, claramente, uma das melhores coisas.

Como assim o estoque de porcos ainda não acabou?

Um já foi eliminado. Agora já pode ir para a prova do líder.

Taissa Farmiga e Finn Wittrock confirmados. Alguma ideia de quem eles irão interpretar?

Lembrando que a Bruxa da Floresta foi confirmada como a primeira suprema.

Peço desculpas pela review curta, mas o episódio dessa vez serviu mais para apresentar a trama do que desenvolvê-la.

 


E você? O que achou do episódio? Não se esqueça de deixar sua opinião e continuar acompanhando as reviews aqui, no Apaixonados por Séries.


Lucas de Siqueira

Apaixonado por Tom Holland, séries históricas, documentários sombrios e guerras. 19 anos de pura imersão em diferentes universos através da leitura e pronto para criar outros através da escrita.

Santa Branca/SP

Série Favorita: Game of Thrones

Não assiste de jeito nenhum: Revenge

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