Depois de um começo morno, as coisas começam a esquentar no American Idol. A Hollywood Week, junto com as Judge’s Houses da franquia The X Factor, são as minhas fases pré-lives favoritas do mundo dos realities musicais – sei bem que muita gente não compactua comigo, mas vida que segue. É nessa fase que as estrelas realmente brilham, e as previsões das audições se confirmam ou não, sem contar com aquela pitadinha de drama que a América costuma amar (e eu também).
Um ponto muito importante de se pontuar antes de comentar as apresentações é o desequilíbrio de quantidade – e talento – entre homens e mulheres. Assim como na 13ª temporada, as mulheres estão muitos passos nas frentes dos rapazes, o que pode ser um ótimo sinal de que o último Ídolo da América – assim como o primeiro – será uma mocinha.
É nesse momento da competição que, como eu disse, as verdadeiras estrelas deveriam brilhar. Como nas últimas edições, as duas primeiras partes da Hollywood Week não foram capazes de gerar grandes destaques muito menos buzz em direção a um potencial vencedor. Ainda assim, alguns nomes que já vieram carregados de expectativa das audições cumpriram a tarefa e vão para a última parte da semana com mais força que a maioria rumo ao Top 24.
Lines Of 10
A primeira parte da Hollywood Week é a mais chatinha. As famigeradas Filas serviram como um filtro rápido para selecionar melhor os candidatos e oferecem pouco entretenimento para o programa. Mesmo assim, alguns bons momentos aconteceram e alguns nomes que eu julguei interessantes acabaram deixando a competição por uma questão de, hm, excesso de contingente.
Jordan Sasser /Dalton Rapattoni/Jaci Butler
Jordan Sasser, no meu ponto de vista, é um candidato fraco. Tem uma voz pouco atrativa, não tem lá muito carisma e uma performance mais ou menos. Jaci gritou demais e os vocais exagerados sobrepuseram qualquer possibilidade da performance dela se destacar. Dalton acabou sendo o destaque – e a surpresa – dessa fila, com uma performance envolvente, ainda que não tenha vocais extraordinários.
Jessica Cabral/Melanie Tierce/Sonika Void
Jessica continua maravilhosa. Mais controlada que na audição, Jessica tem um perfil muito gostável e pode continuar brilhando muito na competição. Sonika continua apagada e inexpressiva – o que continuou na fase de grupos – e um momento de silêncio pela perda precoce de Melanie Tierce.
La’Porsha Renae
La’Porsha se destacou demais. Aqui, graças ao fato da performance não ser acapella, a black diva in the making brilhou e conseguiu inserir os vocais dela na música sem exagerar nas notas altas e manteve a canção sob controle. Watch out girls!!
Harrison Cohen/Daniel Farmer/Manny Torres
Como se já não tivesse pouco talento masculino na competição, a produção me dá um jeito de botar 3 dos mais hypados na mesma fila. Daniel fez uma performance interessante, ainda que a emissão tenha ficado um pouco poluída e muitas vezes foi difícil entender o que ele pronunciava. Harrison foi uma perda considerável, mas a voz dele não é nada de extraordinário e de acts com o perfil dele – com um pouco mais de voz – a competição tá cheia. Manny acabou sendo o destaque da fila, com mais uma performance energética que certamente garante um pouco mais de tempo na competição para o porto-riquenho.
Lee Jean/Melany Huber/Shelbie Z
Essa fila foi bem morninha. Lee Jean precisa urgentemente de um chá de ânimo, Shelbie gordelicinha continua com os vocais on fleek mas aquele probleminha de autoconfiança demais ainda aparece por aqui, o que pode causar uma imagem negativa da cantora para com o público. Agora, perder as duas Melany/ie no mesmo dia, poxa bancada, vocês devem estar de brincadeira. Não só pelo background de Melany, mas ela sempre entregou performances interessantíssimas, sem o elemento powerhouse diva que, depois de 15 anos, é o que define a típica competidora do Idol. Com as duas Melany/ie indie pop eliminadas, Jenn tem o caminho livre para representar o gênero no Top 24.
Jeneve Rose Mitchell
Entre os milhões de pessoas que moram em fazendas que passaram pelas audições, Jeneve Rose talvez seja o caso mais peculiar. Com aquela história de “moro no meio da nada”, a gata ganhou uma pimpação sem limite da edição e garantiu a passagem dela pela primeira fase de Hollywood, ainda que com uma performance pouco interessante. (Se o violoncelo saísse, a performance melhoraria bastante).
Gianna Isabella/Tristan McIntosh
Em mais uma das sacadinhas marotas que eles estão há 15 anos fazendo mas a gente ainda finge que fica surpreso, a produção colocou as duas que tem o bônus da mãe na mesma fila. Gianna, da mãe-que-fez-sucesso-no-passado, fez um trabalho muito bom com uma música bem difícil, e soube controlar todas as notas sem parecer escandalosa. Tristan, da mãe-que-é-major-do-exército-e-voltou-só-para-a-audição, por outro lado, foi bem mais fraca e não deu conta de Something In The Water direito não. Mas tem a mãe né, então vamo ver.
Michelle Marie/Kirsty Jewell
Michelle, para mim, é uma das candidatas mais chatinhas da temporada. É o que sobrou da cota “fazenda” junto com Jeneve, mas é bem menos interessante do que a primeira. Os vocais levemente fanhos e a personalidade grudenta não colaboram. Kirsty teve probleminhas sérios de afinação e serviu só para passar vergonhazinha com Michelle e provocar um momentinho risos.
Trent Harmon/Miranda ‘Poh’ Scott/Emily Brooke
Trent Harmon tá recebendo uma pimpação bastante suspeita da edição. Passei até a olhá-lo com outros olhos depois dessa performance, que foi realmente muito boa, e com toda a história de mononucleose ele ganhou um bônus extra ali no fim das contas. Emily Brooke continua sua saga para superar o ano passado, e as melhoras são claras. A questão é que as meninas esse ano estão mais fortes que ano passado, então não sei se ela consegue chegar aos lives, ainda que seria muito interessante para a narrativa de uma última temporada uma retornante conseguir isso. Poh fez um ótimo trabalho com Stay – parece até que ela escutou o comentário da bancada sobre ela lembrar a Rihanna – e provou ser uma ótima concorrente, com força e voz pra chegar longe na competição. Uma pena que…
Group Rounds
POH DEU O FORA!!! No primeiro drama da melhor parte de qualquer Hollywood Week, o drama já começou intenso com Poh ralando o peito e deixando seu grupo com a cara no chão. É disso que eu tô falando sobre a Hollywood Week: a tensão e o drama de um interessantíssimo simulacro da indústria musical. Vai fazer falta. Com uma penca de apresentações e 1 hora e 20 minutos de drama, as vozes quase chegam a ficar em segundo plano, suprimidas pela edição elétrica do episódio. Nesse momento da vida do Idol, até que os Group Rounds foram interessantes e serviram para pimpar certos acts que parecem cada vez mais certos nos shows ao vivo.
Team Blue Eyes: Kory Wheeler/Jenna Renae/Jordan Sasser/Kelsie Watts – Treasure
O primeiro grupo do episódio foi editado como o que deu tudo certinho. Harmonias certinhas, looks certinhos, performance certinha. Tudo certinho, mas nada uau – talvez o agudo de Kelsie, que eu simplesmente não estava esperando àquela altura da apresentação. Jordan sai da apresentação com um pouquinho de força, ainda que não ache ele um grande candidato com potencial para ir longe na competição.
Milk and Cookies: Jenn Blosil/Bri Ray/Lynnzee Fraye/Sara Sturm – Drag Me Down
UAAAAAU JENN!!! A performance foi toda incrível, as garotas estavam em perfeita sincronia, e o arranjo da música se encaixou totalmente com o resto. Jenn certamente foi o destaque do grupo, sendo agora quase uma necessidade de que ela continue na competição. Não pode deixar uma figura tão singular essa fora dos lives, Idol, NÃO PODE!!!
Ooo x 2: Amelia Eisenhauer/Tristan McIntosh/Lee Jean – Too Close
Tristan continua com vocais fracos, mas o plot da mãe garante a permanência dela mais um pouquinho por aqui. Lee Jean, depois da audição, ficou meio apagado, mas a escassez de bons acts masculinos pode leva-lo ao menos ao top 24.
Pausa momentânea para falarmos de Avalon Young e Jeneve Rose Mitchell, cujos grupos não tiveram uma edição plena, mas vale a pena comentar sobre elas individualmente. Avalon e esse estilinho tomboy não me engana não. Ela sabe muito bem onde quer chegar e tem total consciência da voz que tem. Isso já é metade do caminho pra dar certo no Idol. Jeneve sem o violoncelo melhorou bastante, funcionou direitinho dentro do grupo. Mas ainda tenho dificuldade em vê-la dando conta de lidar com o palco ao vivo, mas vamos deixar para os juízes decidirem – ainda que eu ache que ela seja massacrada pela intensa competição no lado das mulheres.
Trent Harmon – Rather Be
E A PIMPAGEM CONTINUA!!! A saga de Trent continua firme e forte na luta por uma vaga nas finais, com a participação ativa da edição do programa. Não si se influenciado por essa pimpação extrema, a performance do primeiro artista que cantou sozinho nos Group Rounds da história do Idol me pareceu bem marcante. Os vocais estavam ótimos, e a presença dele no palco é bastante singular na competição. A primeira impressão que eu tive foi a de um Adam Levine in the making. Que os deuses me perdoem, mas ele podia pegar mononucleose pelo resto da competição.
Singing Out Loud: Shelbie Z/Michelle Marie/Ashley Lusk/Lindsey Carrier – Undo It
E maaaaais drama hahaha. Shelbie Z seria uma figura interessantíssima no BBB: largou o outro grupo para trás porque não tava dando certo e preferiu ficar na zona de conforto. E mais drama com Lindsey tentando liderar o grupo com um discurso mandão, e Shelbie no fim das contas sendo o mais perto de uma lead vocal que o grupo teve. Lindsey foi realmente a mais fraca, e Ashley tem pouca chance de ir mais longe na competição com esses vocais medianos. Michelle Marie continua sendo uma interrogação: os vocais melhoraram em relação às filas, mas a personalidade enjoativa continua ali. Vamos ver o que o resto da Hollywood Week reserva para a caipira.
Chicken Noodle Soup: Dalton Rapattoni/Anatalia Villaranda/Kassy Levels – Treasure
ALERTA DRAMA!!! Ah como eu amo essas farofas!! Anatalia, depois de ter sido abandonada pelo russo irritante do Envy – logo abaixo -, se juntou a Dalton e Kassy que tinham sido abandonados por Poh – muito triste – e TCHAN tá pronta a receitinha de underdog. Ainda bem que tudo isso aconteceu, porque a performance do grupo foi muito boa, com as harmonias que certas boybands por aí invejariam.Cada membro teve seu momento de destaque, com leve destaque para Anatalia e Dalton, com o rapaz dando passos largos na melhora performática desde a audição. E ainda criou uma rixinha adolescente super divertida no episódio.
Envy: Sonika Vaid/Stephany Negrete/Andrew Nazarbekian – Problem
Eita que os vilões chegaram. Adorei o que a edição fez de mesclar os discursos deles e da Anatalia, anulando o discurso deles na cara dura mesmo hahaha. A performance em si não foi extraordinária, mas foi boa. Sonika ficou meio ofuscada no grupo, mas fez uma boa performance. Stephany melhorou muito desde a audição – ela tem uma força e uma presença incrível num palco de verdade -, e Andrew, de quem eu não sou muito fã, foi meio karaokesco, ainda com aquela glory note que saiu só Deus sabe de onde. Valeu pela narrativa.
Smooth Soul: Joy Dove/Daniel Farmer/Lindita – Domino
Essa performance foi uma bagunça. Não gostei da Lindita, achei tudo meio over-the-top, e ainda fiquei um pouco triste com Daniel saindo, por mais que a performance dele não tenha sido das melhores. Joy foi a salvação do grupo, com uma suavidade vocal que pode servir na continuação da temporada.
Las Varequas: Gianna Isabella/Eliz Camacho/Dana Ordway – Hit ‘Em Up Style (Oops!)
Fiquei bem decepcionado aqui – não que eu esperasse muita coisa. Apesar do drama mediano, que não se compara com o de Anatalia, a performance foi fraca e foi uma chuva de gente desafinando – ênfase na bossy Eliz. Méh.
Rebirth: Manny Torres/Malie Delgado/Christian Eson – Too Close
O melhor drama – ou pelo menos o com a melhor conclusão – ficou pro final. Com a mancada de Shelbie, La’Porsha saiu do grupo em que estava e foi para o que viria a se tornar o The Sistas, enquanto Manny, Malie e Christian tinham que dar conta de se virar sem ela. Esse é aquele momento que você imagina que as coisas vão dar errado mas NÃÃÃO!!! Melhor performance de Too Close da rodada, com direito a piadinha da bancada. Manny segue cada vez mais firme na meta de ser o male star da temporada, e Malie e Christian não ficaram para trás. Sobrou para La’Porsha mostrar que não se prejudicou saindo do grupo…
The Sistas: La’Porsha Renae/Tonie Starr/Marlena Johnson – Stayin’ Alive
QUE QUE ISSO MINHA GENTE!!! Remontagem de Dreamgirls no palco do Idol! La’Porsha é agora a black diva a ser batida na temporada, porque uma performance cheia de sassiness e de grandes notas é tudo o que ela precisa. Tonie e Marlena também não ficaram para trás – ainda que sejam menos potentes vocalmente –, e fez com que a harmonia das três fosse o grande diferencial e deixasse o grupo com o pimp spot da semana. Ainda bem que tudo certo, obrigado Shelbie!!!
Wall Of Fame 1: O elemento da nostalgia aqui foi quase deixado de lado, com alguns poucos flashbacks de Hollywood Weeks mais gloriosas. Saudades Adam Lambert e Carrie Underwood, saudades.
Wall Of Fame 2: JLo se emocionando com as performances e o fim da competição foi uma das coisas mais bonitinhas e honestas que eu já vi em reality. Se ela tava atuando, atuou DEMAIS. That’s how you do it, Claudia Leitte.
Wall Of Fame 3: Mãe da Anatalia melhor mãe.
Wall Of Fame 4: Quem ouviu Sax da Fleur East, ex-candidata da concorrência ultramarina, levanta a mãozinha.
Wall Of Fame 5: Já “vazou” o top 24, mas eu não li, não vou ler, e os resultados não influenciaram essa review em nenhum aspecto.
Wall Of Fame 6: O que aconteceu com o Brandyn Burnette? Gostei tanto da audição dele e não vi nem sombra na Hollywood Week. Será que ele saiu para fazer música por conta própria?
