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American Idol – 15×11 / 15×12 Showcase Parts 1 & 2

Por: em 17 de fevereiro de 2016

American Idol – 15×11 / 15×12 Showcase Parts 1 & 2

Por: em

E começamos as semifinais da última temporada do Idol com algumas coisas boas e bastante coisas problemáticas. Com uma proposta de showcase razoavelmente interessante, a temporada que vinha para provar que o Idol ainda respira (mesmo que por aparelhos) vem tendo alguns problemas na missão. Importante pontuar que qualquer resquício da ideia de equilíbrio de gênero, uma das qualidades (?) mais singulares do Idol, foi para o espaço: nessa primeira parte da divisão, foram 8 garotas e 4 garotos, com 5 garotas e 2 garotos aprovados. Por mais que nos próximos episódios mais garotos se apresentem (serão 7 deles e 5 delas), elas continuam MUITO na frente, ressaltando a ideia de que a produção prefere uma vencedorA.

Semifinal #1: Solo Rounds

Essa primeira parte dos showcases foi uma espécie de simulacro dos lives, uma versão melhorada da última performance da Hollywood Week. No fim das contas, pelas 12 apresentações completas em 43 minutos, pudemos ver os artistas quase sem influência da edição. Isso no fim das contas só confirmou certos favoritismos – que vêm, boa parte, do painel de jurados –, e pudemos ver, quase sem filtro, como cada um dessa parte do top 24 se comporta no palco.

Stephany Negrete – Mamma Knows Best

Mais um death spot para Stephany, mais uma música supercomplicada. Stephany vem escolhendo faixas que criem esse paradigma de diva na persona dela, mas esse caminho tem sido complicado. É difícil acreditar na originalidade de Stephany, principalmente porque ela mimetiza demais as cantoras originais da faixa vocalmente – vide a glory note extremamente Jessie J-esca dessa apresentação -, e não consegue fazer jus a elas – vide os vocais trêmulos na estrofe, coisa que Jessie J não sonharia em fazer -. Ainda assim, sua qualidade performática é singular na competição, e seria uma honra continuar a vê-la (até porque ela é umas das poucas divas pop wannabe da competição).

Mackenzie Bourg – Say Something

Mackenzie continua fazendo escolhas espertas. Mais uma música extremamente agradável e dentro da zona de conforto dele, escolhendo uma mudança ou outra na melodia e garantindo uma performance boa. Único problema: é mais do mesmo, toda semana. Nem sempre um WGWG vai longe na competição só porque é bonitinho. Phillip Phillips, o rei supremo dos WGWG, flutuou por alguns gêneros e fez um trabalho um tanto diverso ao longo da temporada, e isso (mais a ajuda da edição) foi o que garantiu o prêmio ao rapaz.

Jeneve Rose Mitchell – Angel

Primeiro, vamos decidir qual é o nome da garota. Ryan continua usando o Rose, e o VT põe só Jeneve Mitchell. De qualquer modo, Jeneve fez um trabalho ok nessa performance. Ela é inegavelmente uma ótima instrumentista – obrigado edição por contar isso -, mas os vocais dela sempre saem prejudicados quando ela usa algum instrumento no palco. Nessa versão de um clássico dos clássicos, Jeneve teve dificuldades no falsete e nas regiões mais agudas, que claramente prejudicaram a performance como um todo. Ainda assim, tem aquele apelo com o público tradicional imbatível na competição.

Jenna Renae – My Church

Esse é o nosso primeiro contato direto com Jenna, e isso claramente prejudica a passagem dela pela competição a partir daqui. O público não teve oportunidade de criar laços com ela nas fases anteriores, e essa performance não ajudou muito. A estrofe foi um pouco corrida, um pouco ofegante, prejudicou a afinação. No refrão, a coisa melhorou, principalmente por causa da ajuda dos backing vocals e da presença forte de palco – aliás, uma ótima performance nesse sentido. A primeira impressão de Jenna, principalmente por causa da escolha da música, é que ela é uma espécie de retrocesso desnecessário para a última temporada, ainda que seja uma vocalista interessante.

James VIII – Love Lockdown

James também entra nessa fase prejudicado, porque fez parte do combo de aprovação da Hollywood Week e tem pouco apoio da edição. Fez uma escolha ousada, ainda que os vocais e a performance tenham sido medianos e a apresentação é bastante esquecível. Não me convenceu de que merece uma vaga no top 10, e não acho que isso vá acontecer – dados os comentários do painel.

Sonika Vaid – Safe and Sound

Sonika estava bastante interessante: uma canção adequada, na zona de conforto, e uma performance com carão de live – com direito a interação com a câmera e tudo. No entanto, o vocal ficou um pouquinho prejudicado pelo timbre agudo demais e por algumas modulações e melismas que acabaram falhando. Mas em geral, uma emissão limpa e bem-feita, ainda que Sonika continue não se destacando tanto em meio a Mackenzies e La’Porshas.

Gianna Isabella – I Put a Spell On You

Muito feliz com a performance de Gianna por um motivo: quase sem usar a muleta da mãe (aguardando ansioso para isso acontecer com Tristan na outra turma, pelo menos no primeiro episódio). Por outro lado, a performance em si foi bem fraca. Houve uma tentativa de exalar uma sensualidade que Gianna não tem, e soou falso. Vocalmente, foi um pequeno desastre: a estrofe foi cheia de problemas de respiração e afinação, e no refrão a melhora foi mínima. Em geral, foi muito inconsistente, como bem disse Keith, e, se continuar, Gianna vai ter sido salva pelos dois últimos versos da canção – e pelo bom trabalho que fez semana passada com o hit da mãe.

Emily Brooke –  I Am Invincible

Emily escolheu o single flopado da vencedora do concorrente, e, bom, flopou. Foi a pior apresentação dela até aqui, foi trêmulo, o registro grave da estrofe foi péssimo e a deixou totalmente desconfortável no palco, tirando o principal bônus dela que era a performance forte. Uma bagunça. Uma pena, porque a saga da ex-Idol estava funcionando muito bem para a última temporada.

Avalon Young – Love Yourself

Avalon é um act pronto: mesmo no VT divertidinho, cuja intenção era apresentar um lado desconhecido dos candidatos, Avalon (ou a produção) escolheu falar do estilo de se vestir e de se portar. Mais uma prova de que ela se conhece plenamente como artista, o que favorece muito a criação de uma imagem vendável para ela. Sem contar na escolha totalmente comercial da musica, mostrando que ela é atual e adequada a um programa que, por uma última vez, quer se reinventar. A faixa ficou aguda demais, mas nada que tenha atrapalhado Avalon de conquistar uma ótima performance e se destacar um pouquinho mais do que alguns acts mais “antiquados”.

Jordan Sasser – All By Myself

Primeiro, é imprescindível comentar que esse é o melhor cabelo dos 150 estilos diferentes que Jordan já usou. A performance não seguiu essa linha e foi totalmente confusa. A estrofe foi bastante ruim, mas o refrão garantiu um fôlego novo para a apresentação, ainda que o arranjo não o tenha favorecido. Importante notar o feedback da bancada que – finalmente – apontou uma coisa muito importante: não adiantou ele rasgar notas e melismas se não convence com a emoção e com a letra. 15 temporadas, já era hora de ter aprendido.

Thomas Stringfellow – Creep

Não tinha reparado ainda, mas fui rever as apresentações anteriores de Thomas e percebi uma constante: ele geme no final de quase todos os versos. É sério, presta atenção. Por isso que sempre achei a performance dele forçada: a voz está sempre emitindo esse ruído que transmite uma emoção falsa. Na bancada, Harry e JLo compraram essa emoção, e a plateia também. Muito provavelmente ele conquiste um público cativo, que não ligue para que ele gema descontroladamente, mas ele écompetição direta de Mackenzie – com este último alguns passos na frente pela maturidade.

La’Porsha Renae – Proud Mary

Se Stephany recebe death spot semana depois de semana, La’Porsha fica com o pimp spot desde os Group Rounds. Começo a ver a temporada como um caminho cansativo que termina na inevitável vitória de La’Porsha, que vai fazer a típica evolução da black diva – que inegavelmente inclui uma performance sensacional de Proud Mary – e vamos terminar o Idol com um gostinho agridoce. Essa performance coloca La’Porsha como a voz a ser batida na competição, ainda que não tenha sido vocalmente impecável. Ela é o melhor act da competição disparado, e por enquanto não há ninguém que possa pará-la.

Showcase #2: Idol Star Duets

Minha impressão sobre esses duetos é ambígua. Primeiro, não podemos negar que trazer finalistas de temporadas antigas foi uma boa ideia, carrega toda a questão da nostalgia e faz o público lembrar de bons momentos e de boas torcidas, além de já testar os candidatos e sua postura com alguém mais famoso (e na maioria das vezes mais talentoso) do outro lado do palco. Por outro lado, pareceu uma tentativa de fazer a gente engolir que o Idol continua sendo o maior reality da América e que produziu inúmeros acts bem sucedidos, ainda que, dos 6 convidados dessa primeira parte, 3 não conseguiram emplacar um álbum bem sucedido e os outros 3 enfrentam fases de vacas magras na carreira. Sem contar que alguns convidados em particular não favoreceram o candidato, em alguns casos até ofuscando o act e prejudicando a análise da bancada – Harry e Keith tentaram falar isso de uma maneira polida, mas falaram.  No fim das contas, esse 2º episódio serviu, em termos de performance, para matarmos a saudade de alguns amores do passado e separar o joio do trigo de uma vez por todas.

Emily Brooke & Lauren Alaina – Flat On The Floor

Em primeiro lugar, que saudade de Lauren Alaina!! Que voz, que postura, que mulher! Dá um banho nesse top 24! Deixando meu amor por Lauren de lado (ou tentando deixar, pelo menos), foi um dueto ok. Não sei o que aconteceu com Emily essa semana, mas os vocais saíram muito ruins nas duas performances, e nessa última acabaram sendo ofuscados pela potência de Lauren, ainda que a convidada tenha sido extremamente respeitosa e deixado a verdadeira estrela do momento brilhar. No fim das contas, concordo com Jennifer: a música não favoreceu Emily, que se esforçou demais para segurar a barra com Lauren e acabou se perdendo. Uma pena, porque a trama da retornante, como eu sempre digo, seria interessante para a edição trabalhar nos lives da última temporada.

Thomas Stringfellow & Nick Fradiani – Man In The Mirror

Mais uma performance que favoreceu o convidado e deixou o act perdido. Nick fez exatamente a mesma coisa que passou a última temporada inteira fazendo e o levou a vitória, enquanto Thomas não se adaptou ao arranjo uptempo da música e deixou claro que não sabe se portar no palco sem se esconder atrás de um violão. Sem contar que o gemido continua firme e forte. Um dueto esquecível e que não colaborou com Thomas, que se garante com a performance nada original da 1ª parte.

Stephany Negrete & Ruben Studdard – Superstar

Três performances favorecendo o convidado seguidas. Essa música é a escolha mais óbvia do universo para Ruben, mas Stephany teve que se virar fora da zona de conforto – em termos de voz e de performance. Não foi um bom dueto, com a química dos dois parecendo bastante falsa, mas Stephany não foi muito decepcionante, pelo menos no refrão (a estrofe dela foi bem complicada, a afinação estava no limite). Ponto positivo foram as harmonias no “baby, baby, baby”, mas não salvaram a performance como um dueto, e Stephany ficou numa situação um pouco difícil.

Sonika Vaid & Caleb Johnson – Skyfall

Primeira grande performance da noite. Não fui muito fã da vitória de Caleb, e nem sou muito fã de performances de canções da Adele em reality, mas essa foi uma grata surpresa. A estrofe de Sonika foi muito bonita, a emissão dela estava muito limpa – principal dificuldade das pessoas que tentam cantar Adele – e me surpreendi bastante com a parte grave da voz dela. No refrão a coisa ficou um pouco bagunçada, com Caleb tendo dificuldade em equilibrar a balança vocalmente, mas a prova de que Sonika é uma ótima vocalista esta aí. Fim dos meus problemas com ela?

Jenna Renae & Scotty McCreery – See You Tonight

Saudades de Scotty também! Gostei muito dessa performance, poderia facilmente passar por uma apresentação de uma versão nova da música dele, primeira performance com uma química real da noite (Scotty parece ser o grande responsável por isso, aliás). Jenna fez um trabalho mediano vocalmente, mas certamente foi favorecida por Scotty, que é de um respeito e de uma polidez incríveis e tornou a performance muito agradável. Ainda tenho minhas ressalvas com Jenna, principalmente porque a passagem dela pela temporada foi pouco exibida, mas confio um pouquinho mais nela agora.

La’Porsha Renae & Fantasia – Summertime

Um dueto de duas divas desse naipe era tudo que a gente precisava!! Já começou com a edição colocando um VT cheio de emoção, que acabou não transparecendo na performance, mas valeu pela empatia e pela graciosidade de Fantasia. Na apresentação, acabou aparecendo uma espécie de “batalha vocal” que só iluminou o palco e a competição porque, vocalmente, foi pura destruição. Chamou minha atenção a La’Porsha numa espécie de mimetização da Ella, que acabou evidenciando algumas regiões graves da voz dela que ainda não conhecíamos – ou seja, vimos só a ponta do iceberg. La’Porsha engata a quinta marcha e segue a velocidade máxima na saga black diva, agora com a bênção de uma das maiores.

Mackenzie Bourg & Lauren Alaina – I Hope You Dance

A princípio, mais uma performance que favorece o convidado. Mas, como bem disse Scotty, esse programa é cheio de surpresas e o candidato deve estar pronto para uma canção totalmente fora da zona de conforto e ainda dar conta. Mais um motivo, portanto, para apontarmos Mackenzie como um forte candidato: não teve nenhuma dificuldade com a canção fora da zona de conforto (alô Thomas) e fez um ótimo dueto com Lauren (favorecido pelo aparente crush da gata, ela é massa demais). Os dois se provaram ótimos atores, e Mackenzie provou que pode fazer boas performances um pouco diferentes do que ele sempre faz, ponto para ele.

Gianna Isabella & Nick Fradiani – Beautiful Life

Suprassumo da tentativa de provar que o Idol ainda produz acts bem sucedidos. Falhou. A faixa apoteótica demais e a energia exponencial de Nick acabaram ofuscando Gianna, por mais que ela se esforçasse. No refrão quase não se ouvia a voz dela, e isso é o tipo de coisa que se acontecer, tem que acontecer numa final, quando ninguém aguenta mais a voz do act toda semana. Mesmo assim, foi um dueto ok (houve piores) e Gianna mostrou bastante evolução em relação à postura e performance.

Avalon Young & Ruben Studdard – Flying Without Wings

2 performances de Ruben, 2 totalmente adequadas para ele, não para o act. Avalon estava totalmente fora da zona de conforto (talvez mais do que todos os outros), mas ela deu conta. Mais uma vez, vou dizer: ela sabe quem é e sabe como se virar. Dessa vez, foi a performance vocal dela que foi mais marcante, fazendo um bom contrapeso com Ruben e avançando alguns pontos na luta pelo top 10.

James VIII & Caleb Johnson – Gimme Shelter

Visualmente esse foi o match mais perfeito da noite. Se alguém falasse que os dois eram uma dupla, eu acreditaria totalmente. Vocalmente, a coisa muda de figura. James se perdeu na estrofe e os refrões foram bastante confusos, com Caleb ofuscando James gratuitamente. Exemplo: para que estender a nota final, se o candidato não vai conseguir fazer mesmo e vai ficar olhando para você com cara de “parabéns”? E nas poucas vezes que James teve chance de brilhar sozinho, não foi muito bem também não. Vocais bastante atravancados que deveriam ter ficado lá em Hollywood.

Jeneve Rose Mitchell & Scotty McCreery – Gone

Primeiro, fica o Rose! Segundo, ficaaaaa Scotty! Mentira, Scotty não favoreceu Jeneve como favoreceu Jenna (favoritismo?): ele estava bastante desleixado no palco, deixando aquela famigerada sensação de não-queria-estar-aqui dos convidados de realities musicais. A performance de Jeneve foi bastante bagunçada, se dividindo entre o engraçado e o patético, mas ainda acho que ela é um act garantido com o público mais tradicional nos shows ao vivo. Porém, a competição está afunilando e outros acts estão evoluindo bastante nas últimas semanas, e ela pode ficar para trás.

Jordan Sasser & Fantasia – I Believe

Jordan, eu te entendo. Cantar ao lado de Fantasia, uma música de Fantasia, eu também ia entrar em êxtase. Mas meu garoto, é a última temporada de American Idol, então é hora de se recompor e CANTAR com Fantasia de igual para igual. No fim das contas, mesmo com o exagero emocional de Jordan, foi um ótimo dueto – mereceu o pimp spot -, Fantasia foi extremamente respeitosa com ele e a química simplesmente aconteceu. Vocalmente, Jordan me surpreendeu bastante (achei que ele fosse ser massacrado pela rainha) e quaaaaase me convenceu de que daria certo nos lives. Meio tarde, e a bancada parece não gostar dele, mas vamos ver.

Resultados

Ok. Tudo mais ou menos dentro do esperado. James e Emily eram eliminações quase certas dadas as performances da semana. Entre Jenna e Jeneve, era preciso fazer uma escolha, e a bancada acabou fazendo uma que eu não compactuei. Stephany e Jordan são as partidas mais doloridas, mas o caminho deles até aqui foi pouco constante –  e a edição não os favoreceu muito, deveríamos saber. E viva La’Porsha Renae!!


Downtown LA 1: Dois dos ex-acts convidados para os duetos são da 10ª temporada. Talvez isso queira dizer alguma coisa sobre a tal temporada (ou não, né).

Downtown LA 2: A mãe da Gianna é a LATA da Xiomara de Jane The Virgin.

Downtown LA 3: Alô, Scott Borchetta: stop trying to make Nick Fradiani happen, it’s not going to happen.


Gustavo Soares

Estudante de Cinema, fanboy de televisão, apaixonado por realities musicais, novelões cheios de diálogos e planos sequência. Filho ilegítimo da família Carter-Knowles

São Paulo - SP

Série Favorita: Glee

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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