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American Idol – 15×20 Top 4 Revealed & Perform

Por: em 27 de março de 2016

American Idol – 15×20 Top 4 Revealed & Perform

Por: em

A 15ª temporada do American Idol está sendo muito ambígua. Sendo a última, a produção vem tentando encontrar o meio termo entre tratar a temporada como qualquer outra e usar e abusar do aspecto da nostalgia como forma de atrair e reter um público que há muito abandonou o programa. Essa semana não foi diferente. De um lado, anúncios sobre a mega finale que promete abalar as estruturas da TV americana, participação de David Cook, revival da rainha imortal Katharine McPhee e muita geração de buzz. Do outro, Steven Van Zandt e Sia como mentores em uma noite recheada de performances, drama de eliminação, drama na bancada, drama do host. Não que esses dois lados do programa não possam coexistir, podem. Mas o que eu fiquei seco para ver e não vi foi uma interação maior entre esses dois aspectos – coisa que até a Hollywood Week existiu de alguma forma – mas que, desde a passagem de Kelly Clarkson, ficou em falta. Quer dizer, Steven Van Zandt e Sia são de fato duas lendas naquilo que fazem e fizeram uma participação bem legal no episódio, mas o próprio Idol não tem em seu catálogo de ex participantes e jurados algumas pequenas lendas? Eu sei que existe turnê, que existe álbum e que existe carreira e que a Jennifer Hudson não tá lá de barriga para cima esperando a Fox ligar para ela. Só que eu tenho a sensação que a Sia também não estava.

No fim das contas, eu acho que a partir dessa semana a coisa descamba para a nostalgia mesmo. Não que os competidores vão virar coadjuvantes na própria história, mas, caramba, faltam 2 semanas. Com os anúncios de quem vai aparecer/cantar na finale, a imprensa vai finalmente voltar a se importar com o Idol – não com o American Idol: Farewell Season, mas com o American Idol. O fato é que a tentativa de tornar o Idol relevante por uma última vez falhou. Mas a tentativa de relembrar tempos em que nada importava mais que o programa foi totalmente efetiva. Na verdade é até bom para os acts finalistas, que provavelmente vão ter a maior audiência da temporada – e quiçá dos últimos anos – para eles entreterem.

Outro probleminha que vem me chamando a atenção nessa temporada, mas que agora me incomodou de verdade, é a rapidez da temporada. Ok, com um top 10 bem mais ou menos, as eliminações duplas favoreceram que a seleção dos ‘melhores’ fosse mais rápida e efetiva. Maaas, como se não bastasse apenas um episódio por semana, temos uma temporada com quase um mês e meio a menos do que o normal. Ou seja, mais difícil para o público criar uma conexão com os finalistas, e de fato torcer por eles e pela carreira deles. E ainda tem o fato de que algumas apresentações têm probleminhas que não deveriam fazer parte de uma noite de top 4.

Primeira Rodada –  Classic Rock

Não vou falar que foi tudo errado porque é demais, mas certo não deu muito não. Tivemos uma tracklist pouco apelativa com o público mais jovem – que poderia ter sido a salvação do programa num passado não muito distante – e todas as quatro performances tiveram problemas. Talvez o tema tenha sido para aproveitar Steven Van Zandt, mas não podia ter colocado top 4 numa situação mais delicada. Mackenzie ficou, a princípio, totalmente fora da zona de conforto, Dalton errou a música, Trent fez o melhor que pôde e La’Porsha se virou. Mas ficou aquela sensação ruim de tá-faltando-alguma-coisa nessa primeira metade do programa e na segunda também, aliás.

La’Porsha RenaeWanted Dead Or Alive

Harry Connick Jr. tem razão: La’Porsha pode cantar a lista telefônica e ainda dar um show. Nunca pensei que diria isso, mas Bon Jovi foi uma escolha excelente para a nossa black diva favorita, e ela arrasou vocalmente sem quase nenhum esforço. Mas, como eu bem disse, não foi tudo tão perfeito. Não sei o que aconteceu essa semana mas foi um tal de ficar rodando pelo palco, circundando ali a bancada dos jurados sem propósito nenhum. A movimentação no palco foi totalmente inútil, sem sentido, e soou preguiçosa. Provavelmente La’Porsha não tenha nada a ver com isso mas, no meu ponto de vista, prejudicou bastante o que poderia ter sido uma apresentação espetacular, com La’Porsha segurando tudo naquela voz divina que ela tem.

MacKenzie BourgI Want You To Want Me

Se semana passada a bola de Mack tinha enchido com Wild World e Billie Jean, aqui ela murchou tanto que quase sumiu. Essa performance foi toda decente: vocais ok, arranjo ok, performance ok. Mas a gente tá no top 4 meu querido, a gente precisa de um pouquinho mais do que ok. Com uma faixa dessa na mão, MacKenzie poderia ter calado a minha boca e feito uma bela performance com um pouquinho mais de energia e força de vontade. O problema ficou mesmo no arranjo, eu suspeito. A bancada caiu matando – prova de que Mackenzie não está na turma dos favoritos de Scott e da produção, ao contrário de Dalton e da falecida Tristan -, inclusive nos conselhos de Steven que, coitado, não teve muito a ver com isso.

Agora vamos acompanhar o golpe baixíssimo que foi essa performance de David Cook com o telão passando os vencedores no fundo e essa música totalmente depressiva que eu ainda não tinha ouvido:

Trent HarmonSharp Dressed Man

Trent foi o que se deu melhor nessa história de Classic Rock. Ficou com uma música totalmente adequada para seu alcance, entregou com energia e teve a melhor movimentação de palco da temporada (concorrendo diretamente com o Naomi Campbell walk de La’Porsha em Come Together), com interação com câmera, bancada, backing vocal, plateia. Vocais também quase perfeitos – um probleminha ali na emissão da região grave, como de costume, mas só. Convenceu. Só fiquei com a sensação de que ele estava desconfortável em alguns momentos da apresentação, e eu não acho que isso tenha aparecido bem na tela do público. Mas é só ele emocionar a Jennifer Lopez mais umas duas vezes e a vaga dele na final está garantida.

Dalton RapattoniGod Only Knows

Acho que Dalton pode ter começado a dar o seu tiro no pé com essa apresentação. Quando eu vi no VT que ele ia queria cantar Seven Nation Army, esbocei um sorrisinho sem vergonha. É uma música que tem um apelo maior com o famigerado público jovem e ainda carrega uma energia sutil que se encaixaria nessa persona musical de Dalton como uma luva. Maaas, sob a orientação de Scott e do mentor convidado que, assim como JLo, me recuso a lembrar o nome, Dalton me veio todo perdido com uma God Only Knows tortíssima. Quando eu falei, na crítica de Numb, que se a ideia era mostrar os vocais de Dalton era para trazer uma faixa “nua”, não era para fazerem isso de verdade, inferno! Os vocais de Dalton ficaram em evidência do jeito errado, já que ele não conseguiu me convencer de que é um vocalista espetacular – já que só evidenciou que ele tem bastante dificuldade em se segurar só na voz. E como acabou de voltar do Bottom, as chances de um top 3 não me parecem boas, mesmo com a bancada forçando a barra demaaaaais. Não que tenha sido ruim, só não foi BOM.

Um momento de silêncio por Sonika Vaid, que saiu num momento péssimo, já que ela ia arrasar com Loved Me Back To Life no bloco da Sia. Um beijo Sonika, seu Bring Me To Life tá gravado eternamente em minha memória.

Agora uma pausa para celebrar Katharine McPhee rainha de Smash e sua eterna Somewhere Over The Rainbow em mais uma performance um tanto brega da série de ressurreições de performances icônicas do American Idol (que até agora só conta com Katharine e o Mad World abreviado de Adam Lambert). Poxa, eles deviam ter planejado melhor e trazer uma dessas por semana nos lives. Botasse Kelly Clarkson para cantar Moment Like This na primeira semana e aproveitava que o elenco de The Passion tinha vindo divulgar o negócio na semana seguinte e botava Chris Daughtry para cantar Hemorrhage. Ai, sei lá. Só sei que essa performance arrepiou até onde não tem pelo.

Segunda Rodada – Sia

Vamos só parar um instante e apreciar o quanto Sia Furler é maravilhosa? Podemos? Ok. Melhor mentora convidada da temporada, sabe do que tá falando, fofa, linda, rica, cabelo mara, looks 10/10. Amei muito. Só fiquei com um nó na garganta porque o bloco foi divulgado como “Canções Que Sia Escreveu” quando na verdade deveria ser chamado “Canções Que Sia Escreveu E Por Acaso Interpreta”. O que faz toda a diferença, já que o timbre agudo e o vocal extenso dela favoreceu, em tese, La’Porsha e Trent e colocou Dalton numa furada. A única que ia cantar uma música escrita pela Sia e interpretada por outra pessoa era Sonika, que ia cantar Loved Me Back To Life da Céline Dion – não que ela fosse ter problema com os vocais de uma Chandelier da vida.

La’Porsha Renae Elastic Heart

Ok. La’Porsha definitivamente tem um problema, um problema bastante típico aliás. Muitas vezes, num reality musical, o artista tem o seu ‘wow moment’, aquela performance que você fica de cara no chão e que muda a sua vida para sempre, muito cedo na competição, e, por não conseguirem entregarem performances do mesmo nível, acabam perdendo a temporada para artistas que tiveram uma participação mais coerente, com essa performance espetacular deixada para os últimos lives. São o que a imprensa gringa gosta de chamar de too early favorites. Vou fazer uma lista rápida de quem eu lembro que foi too early favorite agora só para vocês terem uma ideia: Jennifer Hudson e Circle Of Life no Top 9, Jessica Sanchez e I Will Always Love You no Top 13; no The X Factor americano Emblem3 (que perdeu a vaga na final para Fifth Harmony) e a audição da original e maravilhosa Sunset Blvd; Melanie Martinez e sua audição de Toxic no The Voice; Amanda Brown e Dream On também no The Voice… E esses são só os que eu lembrei de cabeça.

Dá pra fazer um Top Qualquer Número aqui no blog só com gente que sofreu disso. Mas o problema de La’Porsha não é exatamente esse. A questão é que, quando ela tinha mais liberdade nas song choices, ela fez trabalhos excepcionais (Diamonds, Halo, Come Together) e, somando com a pimpação que vem recebendo desde a audição com Creep, colocamos – e essa primeira pessoa do plural indica o público votante – as expectativas lá no alto com ela. E, com Trent crescendo, Dalton sendo pimpado e MacKenzie se segurando na fã-base, não era hora de entregar uma performance mais ou menos igual a essa. Assim, não me levem a mal, os vocais foram incríveis, tinha verdade tatuada em cada palavra da letra, não foi ruim, muito pelo contrário. Mas, talvez por uma expectativa ao redor do nome Sia, eu fiquei esperando um pouquinho mais. Acho que o problema ficou na escolha da música. Elastic Heart sofre do mesmo problema de Counting Stars, de um verso comer o começo do outro – aqui esse problema foi melhor administrado do que na performance de Trent – e é uma música que exige um pouco menos de quem está interpretando do que outras faixas que a Sia escreveu e/ou interpretou, daí essa sensação de incompletude. Entre as da discografia da Sia, eu teria adorado ver La’Porsha cantando Chandelier ou Bird Set Free, mas eu queria mesmo era ter visto uma performance de Alive – que tem mais emoção, mais verdade e muita, mas muita nota alta.

MacKenzie BourgTitanium

MacKenzie está tendo uma semana difícil. Ainda que o conselho de Sia – com o qual Harry Connick Jr. parece não compactuar – de pôr a palavra ‘titanium’ e mais algumas coisas em falsete tenha ajudado, não salvou a performance da mediocridade. Esse era o momento de Mack tentar alguma coisa nova, investir um pouco mais nos vocais e um pouco menos na carinha bonita e na emoção – mesmo que elas funcionem e convençam. E ainda por cima fiquei com a sensação de que ele não conseguir emitir o falsete pleno umas duas ou três vezes na música, o que pode não ter soado bem nas casas dos nossos colegas americanos do norte.


Vamos parar um momento e apreciar a obra de arte que é o staging dessa performance. Que voz, que carisma, que desempenho… fabuloso. E como a Maddie cresceu, né? O This Is Acting é um dos melhores álbuns pop dos últimos anos, é um banho de sal grosso contra a praga das composições enlatadas.

Trent HarmonChandelier

Admito que minha avaliação dessa apresentação foi prejudicada pelo fato de que eu não conseguiu parar de imaginar La’Porsha cantando essa música, mas que bom que Trent foi o intérprete desse hino atemporal. Sim, ele insiste em exagerar no vibrato onde não tem a menor necessidade, mas às vezes eu esqueço que a América ama esse tipo de coisa então eu vou parar de reclamar. Nas minhas notas, eu tinha anotado que o ‘1, 2, 3, drink‘ tinha sido ruim porque – tchanan – ele tem dificuldade na emissão da região mais grave, mas esse ‘problema’ serviu para a gradação crescente da energia da música ficar mais convincente. No geral, uma performance excelente. Pela primeira vez, Trent pode ter superado La’Porsha numa noite – e fantasmas como o too early favorite vão atormentar os fãs de La’Porsha por mais 2 semaninhas.

Dalton RapattoniBird Set Free

A pimpação em cima de Dalton está ultrapassando certos limites. VT emotivo, pimp spot, chora Jennifer Lopez, chora mãe, chora garoto, choro eu que queria ver Sonika cantando Céline de novo, chora todo mundo. Com essa choração toda eu já não sei de mas nada. Na primeira performance, Harry comentou algo como (ler com voz de criança mimada) “está ok você ter dificuldade nos vocais porque em certas músicas é ok mostrar um pouco de vulnerabilidade mimimi nhé nhé eu sou o Harry olha como sou inteligente” (não foi bem isso que ele disse mas eu quero queimar o filme do jurado). Tá, às vezes é ok a vulnerabilidade e a emoção ultrapassarem a voz, mas isso daqui não é The Voice Kids não, meu amor. Os grandes acts são aqueles que conseguem transmitir a vulnerabilidade e a emoção e fazerem uma performance vocal espetacular (um beijo La’Porsha, um beijo No More Drama!). Então, por mais que eu tenha me comovido e acreditado em cada palavra que ele cantou – em Bird Set Free, não em God Only Knows, que fique claro -, eu não pegaria meu telefone para votar nele (mesmo com Harry praticamente pedindo isso no fim do comentário). O nervoso/vulnerabilidade/chamem do que quiser  saiu pela voz dele a performance inteira e isso atrapalhou bastante o desempenho vocal. Conforme a música ia esquentando, mais trêmula a coisa ficava. E é aqui que a coisa pega: não tem como prever o que a América vai fazer diante disso. As lágrimas de JLo e o pedido de Harry vão ser o suficientes para garantir um Top 3 para o garoto? Se colocarmos que o principal concorrente por essa vaga é MacKenzie, eu diria que talvez. Mas também tem bastante coisa jogando contra além dos probleminhas vocais, sendo o Bottom dessa semana a principal delas.

Ranking do Top 4:

La’Porsha Renae
Trent Harmon
MacKenzie Bourg
Dalton Rapattoni

É provável que a tendência se confirme e o sobrevivente do Bottom anterior se encontre lá de novo na semana seguinte. A questão é se a santa vulnerabilidade foi o suficiente para um top 3. Eu juro que não sei, mas vou apostar na probabilidade mais certa e é Dalton quem fica de fora do penúltimo live show da história.


Mic Drop 1: Retiro todos os elogios que um dia fiz à atuação de Scott Borchetta com aquela imitação de Os Sopranos.

Mic Drop 2: Nunca tinha visto Harry atuando, mas tive o prazer de vê-lo protagonizando um filme da Sessão da Tarde essa semana. Como ator Harry é um ótimo jurado.

Mic Drop 3: Que vergonha que me deu aquele VT de divulgação do filme de Angry Birds. Meu Deus.

Mic Drop 4: Adorei o Mic Drop improvisado que La’Porsha fez quando saiu do palco depois de Elastic Heart.

Mic Drop 5: Mesmo com temporada abreviada, Idol vai ter sua grand finale em grande estilo. Serão 3 partes: na terça (5), mesmo dia da final do BBB, uma espécie de documentário com imagens das temporadas e entrevistas com jurados, participantes, equipe, Ryan mozão. Vai se chamar American Idol: American Dream e provavelmente vai ser bastante chorável. Depois, na quarta (6), temos as performances dos finalistas e na quinta (7) temos a revelação do vencedor com um show que vai marcar a história da TV americana.

Mic Drop 6: Billboard confirmou que, além das performances solo de Kelly Clarkson e Carrie Underwood, se apresentarão (de algum modo) na finale os seguintes ex-acts (segura que a lista é imensa): Ruben Studdard, Fantasia, Taylor Hicks, Jordin Sparks, David Cook, Kris Allen, Lee DeWyze, Scotty McCreery, Candice Glover, Caleb Johnson, Nick Fradiani, Ace Young, Allison Iraheta, Amber Holcomb, Blake Lewis, Bo Bice, Brandon Rogers, Bucky Covington, Carly Smithson, Casey James, Chris Daughtry, Clark Beckham, Clay Aiken, Colton Dixon, Constantine Maroulis, Danny Gokey, Diana DeGarmo, Elliott Yamin, George Huff, James Durbin, Jessica Sanchez,  Josh Gracin, Joshua Ledet, Justin Guarini, Katharine McPhee, Kellie Pickler, Kimberley Locke, Kree Harrison, LaToya London, Lauren Alaina, Melinda Doolittle, Pia Toscano, Sanjaya, Skylar Laine, Tamyra Gray e mais gente ainda.

Mic Drop 7: Eu sei que você não se deu ao trabalho de conferir, mas o único vencedor que não vai comparecer é Phillip Phillips, que está numa briga judicial com a 19 Entertainment, produtora do programa e gerenciadora da carreira dos vencedores, por questões contratuais.


Gustavo Soares

Estudante de Cinema, fanboy de televisão, apaixonado por realities musicais, novelões cheios de diálogos e planos sequência. Filho ilegítimo da família Carter-Knowles

São Paulo - SP

Série Favorita: Glee

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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