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Arrow – 2×17 a 2×20 Seeing Red

Por: em 26 de abril de 2014

Arrow – 2×17 a 2×20 Seeing Red

Por: em

“Uma vez que você deixar a escuridão entrar, ela nunca sai”

Faz algum tempo que não nos encontramos por aqui, tudo culpa de uma extrema falta de tempo banhada por um TCC a ser finalizado – mas nunca, em nenhum momento, por falta de vontade de falar sobre a série. Arrow é, sem dúvida alguma, minha série preferida atualmente e a que me deixa mais ansioso pelo próximo episódio. Meus planos eram de fazer um apanhado geral quando a temporada terminasse, mas depois do episódio dessa semana, não tive como segurar mais e preciso de pessoas para compartilhar minhas opiniões. A série conseguiu explodir com a minha mente. Eu estava cansado na noite de quinta e já tinha decidido deixar para ver o episódio em um outro dia, mas fui convencido de que deveria ver o mais rápido possível. Por volta da meia-noite comecei a assistir. Uma da manhã, eu estava embasbacado olhando para a tela da TV. Não conseguia acreditar na ousadia da série em apostar em uma morte de tamanho impacto a três episódios do season finale. Se eles fizeram isso agora, o que farão pela frente? Sim, vamos chegar nesse episódio, mas antes vamos dar uma olhada no que vem rolando na série desde o nosso último papo.

arrow - cacadora

Voltamos ao episódio 17 da temporada chamado Birds of Prey, uma grande promessa para os fãs das HQs exatamente por se tratar de uma série que tinha como protagonistas a Canário e a Caçadora, os grandes focos desse episódio. Foi interessante notar aqui a interação principalmente entre Sara, como Canário, e sua irmã Laurel, que aparentou não ter percebido absolutamente nada da identidade da heroína – o que não faz sentido algum, mas nós perdoamos por ser um recurso criativo da série. Desde a escalação de Sara para o papel de Canário, se comenta quando que a transição para Laurel pode ser feita, o que eu acredito fortemente que aconteça no season finale da temporada, modificando completamente a maneira como os personagens agem e encaram as coisas. Seria uma deixa também para conhecermos uma nova Laurel, disposta a vingar a morte da sua irmã caçando quem a matou (sim, acredito que o Slade não será um mero vilão da temporada, expandindo seu papel para o terceiro ano da série também.

Sobre a Caçadora (sempre que falo esse nome me vem aquela música na cabeça: Caçadores tão na pista, pra dizer como ela é… – momento inútil), o que achei mais estranho foi ela utilizar de serviços tercerizados para chegar até seu pai no tribunal – afinal ela é uma profissional no que faz. Bom que ela acendeu em Oliver o sentimento de culpa no processo de aprendizagem de um novo herói – o que acaba sendo bastante contraditório, visto que ele precisou sofrer muito naquela ilha para conseguir aprender e mudar sua visão. Pelo menos, depois de sua cena final no episódio, ficou aberto o espaço para a volta da personagem na série, rendida agora aos sentimentos mais “puros” e quem sabe como uma aliada do time do nosso arqueiro – os produtores da série comentaram que seria muito interessante ver uma série própria da Caçadora, mostrando os tempos em que ela esteve longe de Starling City, estaria surgindo um novo spin-off por aí? Por enquanto não, mas essa é mais uma vontade em aberto. As aves de rapina não trabalharam juntas dessa vez, mas a porta com certeza ficou aberta para um futuro. Roy também teve seu devido destaque, tendo que lidar com o lado mais egoísta de Oliver e se afastando de Thea – o que é um perigo para a garota, que fica sem proteção, e para ele mesmo, que perde seu ponto de equilíbrio.

arrow - thea

Esse episódio termina com um gancho excelente: Thea sendo “sequestrada” por Slade Wilson, o que dá margem para um excelente começo de terror em Deathstroke” – que deu uma baita sensação de final de temporada em pleno episódio 18. A grande cartada de um vilão como Slade é que ele não está um passo a frente de Oliver, ele está, no mínimo, a uns 10 passos na frente. Cada jogada que ele dá é milimetricamente planejada e surte o efeito desejado, o que acaba com qualquer defesa que o arqueiro poderia ter pensado. O sequestro de Thea, por exemplo, mostra isso muito bem. Ele tocou o terror, fez vídeo da menina gritando no meio do comício de Moira, mas, no final, só queria destruir a imagem de herói que Oliver tinha na cabeça de Thea. Ao contar o segredo sobre seu pai, Slade fez que Thea colocasse Oliver no mesmo patamar de desprezo que a menina já tinha com sua mãe, o que acaba emocionalmente com o arqueiro (uma jogada inteligentíssima). Thea é uma personagem que está ganhando muito destaque exatamente por gerar muitos conflitos com todos os personagens com quem se relaciona. Roy mesmo acabou se afastando da cidade – uma atitude um pouco idiota, ao meu ver – por conta da sua estranha relação com o mirakuru.

Outro ponto relevante do episódio foi a volta de Isabel Rochev e seu golpe para cima do primogênito Queen. No meio da confusão, usar do desespero de Oliver foi baixo, mas não temos que esperar nada menos que baixo de uma pessoa que trabalha com Slade. Por sinal, ao citar a frase “os pecados do pai, são os pecados do filho”, Isabel levantou a suspeita de um parentesco com Wilson, o que pode ser explorado em breve nos episódios que ainda restam na temporada. A questão é que sem fundos para financiar seu combate ao crime, Oliver levou mais uma pancada no embate com Slade. E é isso que ele prometeu fazer, destruir Oliver aos poucos, para ele sentir cada minuto de sofrimento que deveria sentir. Claro que, depois desse episódio, ficou muito claro que a obsessão de Slade por Shad não passa de uma loucura criada pelo mirakuru, loucura essa que acaba por afetar o Abercrombie (aka Roy) no último episódio. E Oliver não para de acrescentar nomes a sua lista de prejudicados por suas ações, sendo um dos mais recentes o detetive Lance. Por desconhecer a identidade do herói, Lance acaba atrás das grades e deixa suas filhas em uma situação muito delicada – uma delas com a carta na manga para tirá-lo de lá, afinal o episódio termina exatamente com Slade revelando a identidade do arqueiro para Laurel, um dos grandes finais da série.

arrow - laurel hugs

O título “The Man Under the Hood” não poderia ser mais apropriado para dar sequencia a grande descoberta de Laurel, que acaba por não utilizar a informação que adquiriu. Destaco nesse episódio duas grandes cenas da personagem: a primeira com seu pai, no momento em que o mesmo confessa não querer saber a identidade do arqueiro porque isso o daria uma vida, uma família, pessoas a se preocupar, o que imporia limites a sua atuação, e uma das cenas finais com Oliver, onde a personagem simplesmente o abraça e mostra que entende o quão difícil está sendo para o cara lidar com toda aquela pressão ao mesmo tempo. Apesar de não explicitamente, descobrir a identidade do Arqueiro a fez descobrir também a identidade da Canário, ponto que não foi muito explorado pelo menos nesse episódio. Não comentei acima, mas trazer Isabel Rochev como amante do patriarca Queen foi um bom motivo lógico para juntá-la ao exército de Slade e agora com o mirakuru no seu corpo (primeira vez que uma mulher é injetada com aquilo, certo?), a permanência da personagem na série parece mais certa e promete ser bastante devastadora (fica a dica).

Nesse episódio tivemos também a introdução de dois personagens de Flash, o spin-off torto de Arrow que deve estrear na próxima temporada da CW. Conhecemos Cisco Ramon e Caitlin Snow, personagens recorrentes da nova série, e que, além do embate direto com Slade, participam agora como agentes ativos na busca pela cura do mirakuru, uma das grandes viradas do episódio revelada por Ivo no seu leito de morte. Interessante que, mesmo com a pequena aparição, a cena ficou com um gostinho de quero mais e me lembro os pequenos trechos que a Marvel disponibiliza ao final de cada um dos seus filmes. Também foi importante a quebra da storyline entre Barry e Felicity, já que o nosso rapidinho já conseguiu uma outra moça para olhar por ele lá pelos lados de Central City. A desolação de Thea foi ainda mais explorada, o que encaminha a personagem cada vez mais para o fundo do poço, o que me faz pensar que a talvez ela tenha uma virada crucial em sua vida para o final da temporada – talvez uma mudança brusca de personalidade, uma revolta, algo em seu caminho. A volta de Roy denotou o claro, o personagem vai entrar em choque a qualquer momento e não será Oliver Queen que irá detê-lo.

arrow - moira e thea

Eis que chegamos a “Seeing Red”, episódio que prometia um verdadeiro breakpoint para Roy, o que aconteceu, mas foi muito além disso. Os produtores comentaram que o final da temporada aconteceria nos quatro episódios finais, sendo esse um deles, e foi exatamente esse o sentimento que eu tive: a alucinação de um final de temporada onde você não consegue respirar por um segundo sequer. Roy foi tomado pelo mirakuru, parecendo estar em um caminho sem volta aos olhos de Sara, que acaba discordando da opinião de Oliver pela primeira vez. Nosso herói que acaba sofrendo um ataque de seu pupilo, acaba impotente perante a ação da Canário, que não quer medir esforços para salvar aos seus. Foi bom ver que as alucinações começam a fazer parte de Roy também, fazendo da cura uma coisa fundamental, cada vez mais. Uma coisa que eu sempre me perguntei foi: será que uma das soluções para esse embate Slade e Oliver não seria nosso arqueiro injetar o mirakuru em si e tentar lidar com as consequências da substância? Claro que nunca apostaria nesse caminho para a série, mas que seria efetivo, isso sem dúvidas. Muito da relação Moira-Thea-Oliver foi explorada, com alguns momentos muito interessantes que valem ser comentados.

A sincera conversa entre mãe e filho foi um dos pontos altos do episódio. Ao apoiar a candidatura da mãe, após ela já ter se decidido por desistir, Oliver se colocou um passo mais perto de sua progenitora, que acabou revelando que conhecia a real identidade do arqueiro. O momento foi comovente no ponto certo, mantendo o silêncio da reflexão do que tudo aquilo poderia significar. E foi nisso que eu pensei: mas que porra, agora todo mundo sabe que o Oliver é o arqueiro, tem alguma coisa que vai dar errado, não é possível que essa identidade comece a ser espalhada. E então POW. Aquela batida de carro me deu um susto tão grande, que nesse momento eu, que estava deitado, me sentei para ver o que ia acontecer. E foi aí que uma das cenas mais épicas da série aconteceu. A imagem embaçada dos olhos de Oliver nos mostravam o desespero de Moira e Thea cara a cara com a morte. Uma estrada de terra que remetia ao cenário original daquela cena, só que agora com os personagens trocados. Slade conseguiu. Colocou Oliver na posição de escolher quem iria viver ou morrer, mais uma vez. Uma decisão impossível, podemos assumir. A coragem de Moira foi esperada, o verdadeiro instinto materno faria isso em qualquer momento, o que me levou a duvidar se Slade aceitaria a oferta ou se não escolheria Thea só por birra.

arrow - moira past

Só que ele não hesitou. Enfiou sua espada na mulher e acabou com sua vida, assim como Shado viu sua vida tirada pela sobrevivência de Sara. Essa cena foi tão forte, tão bem executada, com uma carga emocional tão grande, que eu não conseguia acreditar no que estava vendo. Aquilo era o final da temporada, não tinha como se atingir um momento de ápice maior que aquele. Mas não, estamos só no episódio 20. Slade prometeu mais uma morte até chegar a Oliver, o que nos leva a crer que sua vítima óbvia é Sara, mas tudo está em jogo no momento. Não há como prever nada, não há como fazer nada. Todos estão na mão de um maluco que decidiu se vingar de algo invingável. E o interessante que o episódio indicava para a gente que algo ruim estava a caminho. Não tivemos a ilha no passado e sim um fato importante da história de Oliver que acabou ficando para trás por conta que sua mãe estava disposta a qualquer coisa para protegê-lo. É meus amigos, Oliver Queen tem um filho – que por acaso está em Central City (será que o Flash vai descobrir o paradeiro da criança? Não vejo a hora de crossovers!!!). E, num momento tocante, o episódio termina com a declaração de amor de Oliver por sua mãe no passado, o que me emocionou de verdade.

Eu não sei mais o que esperar para os próximos episódios. Quando a gente pensa que a série não pode ir mais longe, ela apronta um episódio como esse e nos coloca como meros espectadores de uma batalha que parece já estar perdida. A morte de Moira abre espaço para a recuperação de algumas tramas como a de Malcomn, que logo deve voltar, e também para a mudança de postura dos Queen, seja com relação ao seu parentesco, seja com relação ao que pretendem fazer daqui para frente. Tudo que podemos fazer é ansiar, semana após semana, pelo que vem pela frente. Espiem o vídeo promocional de “City of Blood” e comentem comigo os últimos episódios. Semana que vem nos veremos, sem falta.

P.S.: Sim, ficou bem grande a review, mas não tinhamos como fugir disso. A partir da semana que vem, voltamos com nossa programação normal de um único episódio por texto.

P.S.2: Gostaram do novo layout do site? Estamos de casa nova e ansiosos para saber o que vocês estão achando. Fucem tudo possível e depois contem pra gente!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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