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Arrow – 3×22 This Is Your Sword

Por: em 8 de maio de 2015

Arrow – 3×22 This Is Your Sword

Por: em

Pois é, chegamos aquele ponto da temporada em que não há mais tempo para besteiras e tudo caminha tragicamente para o ápice final – um dos pontos mais fortes de todas as temporadas de Arrow. Deixando de lado muitas das opiniões de que tivemos um ano fraco para o arqueiro, o penúltimo episódio se preocupa na construção da catástrofe que abalará Starling City e o team Arrow, enquanto segue desconstruindo o nosso protagonista, que atinge o ponto mais fundo do poço, antes de nos mostrar que estávamos sendo enganados durante toda essa trajetória.

arrow 322 - oliver and malcolm talking

Estava bastante difícil comprar essa nova faceta de Oliver Queen, ou melhor, Ah Sah-him. Oliver sempre fora um dos personagens mais fortes da série e considerando seu background de tudo que passou nos 5 anos que esteve fora, a tortura psicológica de Ras parecia fraca demais para derrubá-lo. Mas não tínhamos como lutar contra as evidências: tudo que nos fora mostrado até então seguia comprovando que não existia mais espaço naquele corpo para o cara que um dia decidiu sacrificar a sua vida para salvar a dos outros. Foi assim que fomos surpreendidos por uma aliança bastante inesperada, porém inteligente. Quando escolhe Malcolm para se aliar, o arqueiro faz uma das suas jogadas mais brilhantes porque escolhe alguém que já conheceu a Liga internamente e também aquele que não teria motivos para espalhar as notícias de sua farsa – até porque Malcolm tem prazer no sofrimento alheio.

Fico muito difícil entender de que lado o Mago joga durante o episódio, tamanha as idas e vindas que ele proporciona em apenas 40 minutos. Em um primeiro corte, ele está com Oliver planejando como impedir o ataque a Starling. Minutos depois, confessa a Ras que, na verdade, tudo isso não passou de um plano para que Ah Sah-him fosse convincente o suficiente ao seus olhos. No fundo, o que Malcolm busca, mesmo que deturpadamente, é a redenção por ter escolhido o caminho errado na maioria de seus atos. Tenta isso desesperadamente ao ser um pai decente para Thea (o que vem se mostrando um fracasso constante) e agora com Oliver, se aliando em nome do maior plano que já vimos o Arqueiro armar. Confesso que respirei aliviado ao ver que tudo que Al Sah-him fez acabou sendo em nome de um plano e não atitudes de uma pessoa pós-lavagem cerebral.

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O que acontece é que, querendo ou não, as consequências dessas escolhas eclodem em um momento crítico para Oliver, talvez muito mais intensas do que ele esperava. Diggle, por exemplo, parece traumatizado demais para perdoar as escolhas do seu antigo melhor amigo – e temos que dar um crédito para o guarda-costas, porque não deve ser nada fácil encontrar a filha sozinha depois que seu padrinho de casamento sequestrou sua esposa – e Laurel não acredita mais que algo resta do seu antigo amor (falando em amor para a personagem, seria possível um envolvimento amoroso entre ela e Nyssa, assim como foi com Sara? Tem muita gente achando que o relacionamento das duas evoluiu demais nos últimos tempos – vai saber!). Já Felicity prefere acreditar que nada daquilo vem do homem que ama, mas sim daquele que está entregue as mãos de Ras Al Ghul. A questão é: existe uma maneira de superar tudo isso e acreditar em um plano que não parece nada certo?

Toda a ameaça a Starling acabou culminando na viagem que leva toda a equipe a Nanda Parbat e em uma das sequências de luta mais incríveis da série. Todos lutando contra a Liga enquanto Felicity impedir a partida do avião foi realmente um momento inesquecível nesse terceiro ano. Fora que, finalmente, pudemos ver Tatsu encarnando Katana e acabando com o sofrimento de Maseo na sua eterna prisão pessoal – o que foi para mim um dos momentos mais emocionantes do episódio, depois da sequência final, claro. Aproveitando a deixa, os flashbacks da semana não mostraram muita coisa (como vem sendo de costume) além da morte de Akio e da rendição do trio ao exército, que claramente não sabemos no que pode implicar, mas talvez seja o passado tomando rumo a novos caminhos para o quarto ano da série. Achei bem interessante saber que a moeda de troca para que Maseo fosse aceito na Liga foi a tal arma biológica Alpha-Ômega, finalmente linkando presente e passado de uma maneira que a temporada toda falhou miseravelmente.

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Inesperadamente, tivemos Ray Palmer na batalha de Nanda Parbat, o que agregou um pouco de poder sobrenatural àquela confusão toda que vimos. O personagem cumpre bem o papel de alívio cômico dos momentos de tensão – como não rir da cara de Ras quando ele fala que realmente toda panela tem sua tampa pós anúncio de casamento? – e começa a trilhar o caminho para a sua saída, agora que Legends of Tomorrow foi encomendada oficialmente como série pela CW (não que alguém esperasse o contrário). Um momento que pode ter passado despercebido por muitos, mas pode ressoar fatos interessantes nos episódios que estão por vir foi aquele momento em que Ray pede para Felicity assinar alguns papéis da empresa, alegando ser coisas rotineiras, quando na verdade está passando a propriedade da Palmer Tecnologies para nossa nerd preferida. Ainda é cedo para falar o que isso pode significar, mas que será muito interessante ver Felicity no comando, isso vai (e também um indício de que o QG de Arrow estará mudando definitivamente de locação).

Enquanto toda a trama percorria rumos trágicos nas terras de Ras, Thea foi de encontro a Roy, para tentar se encontrar. Foi muito bacana ver o garoto, mesmo que em uma participação pequena, e perceber que a trilha para transformar Thea em Speedy ganha contornos cada vez mais fortes, talvez sendo irreversível ao ponto que atingímos o final da temporada. Vai ser bem interessante o conflito interno de Oliver ao ver a irmã tentando se juntar a sua equipe, o que já sabemos que só deve acontecer depois de muita negação. Vale apontar também que ainda não vimos nenhum efeito colateral substancial das águas do Poço de Lázaro, então talvez Thea não fique nessa felicidade e harmonia o tempo todo. A medida que os minutos finais do episódio iam chegando, acreditei que não fosse possível irmos mais longe do que tínhamos chegado. Só que era.

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A sequência final é, sem dúvida, um daqueles momentos que não vamos esquecer tão cedo. Enquanto a cerimônia de casamento acontece, com um tom mais mórbido que velório, vemos toda a equipe do arqueiro desfalecendo após a arma biológica ser quebrada na cela em que estão presos. Este momento soa tão irreversível que só podemos cogitar que Oliver trocou as substâncias ou inoculou todo mundo em algum momento antes disso tudo acontecer. Realmente não temos como cogitar nada além disso, mas as mentes criativas dos roteiristas devem nos surpreender na próxima quarta. O sentimento desconfortável de Nyssa era quase tocável pela tela, ao mesmo tempo que podíamos ver nos olhos de Oliver que ele estava atingindo os seus limites para conseguir o que queria. Paramos aqui, sem saber para onde podemos ir agora. O vídeo promocional da semana que vem nos dá um ideia do que vem por aí, mas aconselho que se você não tem coração forte, melhor nem chegar perto:

Essa semana rolaram algumas referências muito interessantes no episódio e para não tornar a review ainda mais longe, reservei esse espaço para comentarmos algumas delas:

  • Ferris Air mais uma vez aparece em cena como a empresa responsável pelo voo da equipe do Arqueiro até Nanda Parbat. Para quem ainda não sabe, a Ferris é uma empresa onde, nas HQ’s, Hal Jordan (Lanterna Verde) e Carol Ferris trabalharam grande parte de suas vidas. Sério, cadê o Lanterna nessa série gente? Tô ansioso!
  • Roy Harper assume a identidade de Jason, uma escolha interessante visto que, nas HQ’s, Arsenal se une a Jason, antigamente Robin, agora Red Hood, para combater o crime. Bem que podia vir uma série nova daí, não? A gente não ia reclamar nem um pouco. Nos quadrinhos, Jason também tem conhecimentos de mecânica e engenharia.
  • Bem bacana finalmente conhecermos mais de Amina Raatko, mãe de Nyssa. Pelo que pudemos pegar, ela fora uma mulher que Ras conheceu no deserto, se apaixonou e teve um filho – nunca reconhecendo de fato a sua legitimidade como mãe de Nyssa perante a Liga.
  • Para os apaixonados pelos quadrinhos, a presença de Katana no episódio foi demais. Aos que não conhecem, Katana é uma espadachim que, pelo menos na mitologia original, carrega os espíritos de seu marido e filho na espada que luta, conseguindo se comunicar com eles. Isso não foi apresentado na série. Rumores de que a personagem pode se unir ao Esquadrão Suicida.
  • No momento em que Felicity se encontra com Ray, que está trabalhando em sua vestimenta, ele comenta que ainda falta uma pequena coisa para ser ajustada – seria essa uma referência direta ao poder de ATOM nos quadrinhos de se transformar em tamanho atômico?
  • Semana que vem tem Flash ajudando a galera, meu povo!
  • O episódio da semana que vem contará com alguns minutos adicionais porque não tinham como ser cortadas algumas cenas fundamentais para o encerramento da temporada.
  • Sobre o vídeo promocional: MY NAME IS OLIVER QUEEN, PORRA (com eco).

Agora que já falei demais, falem um pouco também! O que acharam do penúltimo episódio? Animados com as possibilidades para o final? Falem, falem!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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