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Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Arrow – 3×23 My Name Is Oliver Queen (Season Finale)

Por: em 15 de maio de 2015

Arrow – 3×23 My Name Is Oliver Queen (Season Finale)

Por: em

“This city is under attack. It must be may” – Cap. Lance

arrow 323 - cidade atacada

Neste clima de tensão absurdo que sempre toma conta dos episódios finais de Arrow é que encerramos mais uma temporada – talvez a mais controversa delas – e chegou a hora do balanço final, checar se o saldo foi positivo ou não. Primeiramente, temos que parabenizar o roteiro desse season finale por conseguir manter o clima de tensão durante os quarenta minutos do episódio, indo além do óbvio e proporcionando viradas interessantes para o futuro da série, além de conseguir fechar os pontos que não funcionaram muito bem neste terceiro ano. Deixo já registrado que, apesar de não ser tão bom quanto os outros finais, esse fica como um dos melhores da temporada.

Enquanto tudo nos indicava que veríamos a queda de Oliver, este episódio coroou sua ascensão plena. Depois de se sujeitar aos caprichos desmedidos de Ras, o arqueiro decidiu virar a mesa em uma jogada bastante arriscada – na qual, ele dificilmente sairia com vida. A batalha dentro do avião cargueiro foi um prenúncio do que o episódio nos apresentaria no embate final entre essas duas figuras. É muito difícil entender os propósitos de Ras naquele momento, o seu desejo desenfreado de acabar com a cidade natal de Oliver, o que acaba se comprovando mais tarde como apenas uma peça no caminho para a derrocada final de Damien Dahrk. O novo personagem não aparece, mas deixa para trás um enviado que prenuncia o novo vilão que deve surgir no quarto ano. Damien sabe o que está acontecendo e prevê o ataque, antes mesmo de acontecer. A ideia de que alguém possa tomar o lugar de vilão na série é muito boa, porque sabemos que Ras não funcionou.

arrow 323 - ras morto

Não funcionou por motivos que são bastante complicados de explicar. Talvez o ponto principal tenha ficado nas suas ameaças um tanto vãs e sua excessiva humanização – pontos que não podemos deixar de culpar o roteiro. Um exemplo claro disso foi o excelente episódio “The Climb“, onde foi construída a derrota de Oliver. Aquele era o momento mais perverso do vilão e ele cumpriu seu papel com majestade – em um dos episódios que marcou a série, sem dúvidas. O problema está na rápida recuperação do arqueiro, logo após a batalha. Isso não podia ter acontecido. Claro que matar o protagonista estava fora de cogitação, mas que fosse usado o Poço de Lázaro como desculpa, entendem? Para mim, Ras perdeu seu poder ali. Por mais difícil que fosse, sabíamos que, no final, tudo acabaria bem para o nosso lado, afinal até a morte Oliver já tinha desafiado.

O embate final entre Oliver e Ras foi digno de um final de temporada. Mesmo que já soubéssemos o vencedor, foi uma luta extremamente bem coreografada e intensa, com alguns momentos que botavam em dúvida nossa certeza. E foi pela luta que conseguimos perceber que Oliver finalmente tinha se tornado outra pessoa, tinha virado outra coisa. Ali, ele não lutava mais pelo poder, mas sim para sobreviver, pelo amor aos seus – o que foi mais do que o suficiente para derrotar um cara que é capaz de matar a própria filha. Fiquei bastante feliz de ter essa trama dada como “encerrada” e ver que Ras estava morto, o impossibilitando de voltar. Que fiquem na nossa memória os momentos bons que a trama trouxe, as grandes reviravoltas e seja esquecida a promessa do maior vilão que a série já viu. Ainda sobre a luta, quão sensacional foi ver o Oliver fazendo aquele discurso final na língua estranha deles lá? E o que pensar da grande virada que veio com a entrega do poder ao próximo líder da Liga dos Assassinos?

arrow 323 - new league

Malcolm foi, sem dúvida, a peça fundamental das coisas que funcionaram na temporada. Ele estava envolvido em todas as grandes viradas e foi o grande catalisador para o embate entre Oliver e Ras – não me surpreenderia nada se o Arqueiro Negro planejasse sua ascensão ao poder desde a “morte” de Sara. Interessante a virada que sua tomada de poder trás, porque com um exército a sua ordem, tanto pode Malcolm se redimir dos grandes erros cometidos no passado, quanto acabar sujando sua imagem de uma vez por todas (o que é minha aposta daqui para frente). Gosto muito também da possibilidade de Nyssa batendo de frente com o novo comandante, em uma espécie de “vou conseguir de volta o que era meu por direito”, mas acho que o grande arco da nova temporada deve envolver Damien requisitando o poder da Liga, batendo de frente com Malcolm – como o resto dos personagens pode se envolver nisso, aí já não sei.

Voltando a cruzada emocional de Oliver, alguns pontos que me surpreenderam no episódio foi a reação exagerada de Diggle quanto as atitudes do melhor amigo e a tranquilidade com que o Arqueiro encarou a entrada de Thea na equipe. Sobre o primeiro ponto, o que mais me chamou atenção é que alguns episódios atrás, Diggle e Felicity tomaram a decisão de forjar a morte de Roy e não contarem para Oliver, por assim acharem melhor – preservando um segredo para que ele acontecesse conforme planejado. Daí, ao descobrir os planos de seu amigo, Diggle surta completamente por estar por fora? Claro que eu sei que muito disso veio do sequestro de Lyla, mas ainda assim me faltou um pouco de coerência nas atitudes do personagem. Sobre o segundo ponto, eu mesmo falei na última review que era capaz de Oliver demorar uma temporada para aceitar Speedy na equipe, mas na contramão da minha opinião, o irmão mais velho aceitou rapidamente, mostrando sua evolução como personagem e a mudança na sua percepção de como lidar com essa missão que tomou só para si.

arrow 323 - olicity

Can I say something strange? I’m happy – Oliver Queen

Depois de tudo que aconteceu, a calmaria tomou conta do personagem e ele finalmente encontrou a sua ‘paz’ – a qual torcemos para não ser tão duradoura assim porque gostamos mesmo é da confusão. Apesar do grande alarde de muitos fãs pela escolha do roteiro em um final piegas, eu achei bastante coerente com o momento e a ascensão do personagem. Era para isso que eles estava lutando, ele merecia isso no final do dia. Gosto muito de Olicity, acho que quem não gosta tá na hora de aceitar, mas também desejo que o roteiro tome cuidado com a dose de importância que isso tomará daqui para frente, porque o show ainda é sobre um cara que decidiu salvar a cidade do recorrente mal que a assola. Ainda sobre Oliver, vimos se encerrar sua saga em Hong Kong, que foi eleita com unanimidade como um dos piores momentos do passado do personagem. Ninguém aguentava mais ver aquilo e estava saturando já ter que ver toda aquela palhaçada por episódio. O destino de Oliver agora? Coast City.

Alguns ficaram meio de lado, mas merecem meu destaque aqui:

– Participação de Grant Gustin com Flash, que sempre arruma momentos memoráveis para participar. “Ras tem uma banheira de hidromassagem? Que sensacional”, como não rir desse menino?

– A aproximação discreta, mas constante, entre Nyssa e Laurel como companheiras, o que esperamos ter continuidade na próxima temporada.

– O cuidado do roteiro em manter com que a profecia fosse cumprida, mesmo quando é Malcolm quem assume o poder, afinal ele também já sobreviveu a espada do antigo Ras.

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– Ray Palmer e sua participação menor no episódio, porém não menos importante, gerando um grande gancho para conseguirmos entender o que aconteceu naquela explosão (resposta no final desse post).

– Qual o futuro de Oliver agora que sua identidade foi revelada para o mundo? Curioso.

– Diggle vai ganhar uma máscara no próximo ano para a batalha nas ruas – finalmente.

– Felicity no traje do ATOM: SENSACIONAL.

– Speedy: ULTRA SENSACIONAL.

E, diante de tudo isso, fica para mim o saldo positivo em uma temporada que mais acertou do que errou, sendo que seu principal pecado foi ter a trama comparada com um ano anterior praticamente impecável. Não acredito que as falhas desse terceiro ano sejam irreparáveis e acredito sim que a gente sempre pode esperar o melhor. Que venha Comic-Con, porque já to ansioso por novidades.

Mas pera, a review ainda não acabou!

arrow 323 - dig

Esse episódio foi um mar de referências, então dá uma checada se você pegou tudo ou precisa de uma ajudinha para entender o que os produtores deixaram escapar:

  • Em uma das sagas do Arqueiro Verde nas HQ’s, ele morre exatamente do jeito que fora planejado por Oliver nesse episódio: uma arma biológica dentro de um avião que ele estava infiltrado é motivo suficiente para ele derrubar o avião e acabar com sua vida (passageiramente);
  • Repararam que, pela primeira vez, vimos Oliver Queen falando “He failed his city…” nos flashbacks?
  • No diálogo entre Oliver e Felicity, a nerd usa trechos da nossa tão conhecida abertura para convencer o Arqueiro de que ele virou outra pessoa diferente do que era antes;
  • Não que alguém desconfiasse do contrário, mas o codinome de Thea não podia ser outro senão Speedy, certo? Para quem não sabe, a dica de que um dia a garota se transformaria nessa badass vem lá no piloto da série, quando Oliver a chama assim pela primeira vez;
  • Oliver embarca em um navio com os dizeres: “Triton’s Daughter” – Triton faz parte do Panteão Grego, o que o faz ter laços diretos com ninguém menos que Mulher Maravilha. Ele também é filho do Poseidon, o que o faz adversário direto do nosso Aquaman. Sério, surtei nessa referência. Trás todo mundo;
  • Red Arrow” é como Arsenal passa a ser chamado depois de um tempo e também o codinome escolhido por Connor Hawke, filho de Oliver, para assumir uma máscara – vale lembrar que nada foi falado até então sobre o filho que Oliver tem;
  • Se você já viu o trailer de Legends of Tomorrow, o novo spinoff de Arrow, você pegou dois spoilers grandes: o primeiro é que a explosão levou Palmer a conseguir um dos seus poderes mais esperados, se minimizar a tamanhos atômicos. O segundo é que Sara se banhou nas águas de Lázaro e assumiu a identidade de Canário Branco. Se você ainda não viu esse promo, sério, corre.

E assim me despeço de vocês nessa temporada que foi muito boa de cobrir. Fiquem sempre de olho no site para novidades e a gente se esbarra entre uma postagem e outra. Obrigado pela companhia, até mais leitores!

P.S.: Essa review só não saiu antes porque meu eterno crush da vida, Nina Dobrev, fez seu último episódio em The Vampire Diaries ontem e tirou completamente meu foco. Recomendo a todos assistirem porque foi muito bom.


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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