Em um episódio com três frentes narrativas bem definidas, Arrow pisou no freio e entregou 40 minutos de algumas explicações sobre o passado de Diggle e os mistérios do Poço de Lázaro. Além disso, tivemos também um pouco mais do confuso passado de Oliver em Lian Yu e as necessidades controversas de Damien Darkh em Star City. E, vejam bem, de maneira alguma o episódio foi ruim, mas era sensível a desaceleração da trama, o que é normal depois de dois episódios bastante agitados.

Talvez valha a gente parar e refletir uma coisa antes de comentarmos Restoration. Conversando com Alexandre, colaborador aqui do Apaixonados por Séries, ele me alertou de algo que realmente mudou na série: o retrato do realismo cru e ‘sem poderes’ do mundo heroico de Oliver Queen. Quando a série começou lá na primeira temporada, os produtores enchiam a boca para dizer que a série se manteria sem poderes, com pessoas de habilidades extraordinárias, porém humanas. Hoje a série bebe de uma fonte completamente diferente. Metahumanos, poço de Lázaro e, até mesmo, misticismo já fora introduzido. E não, isso não é ruim. Foi uma evolução bastante natural, até porque a série não conseguiria se manter só nos vilões com propósitos humanos, mas que é interessante notar como a série mudou, é.

Depois desse episódio, minhas apostas para Diggle estar naquele túmulo do primeiro episódio ficaram ainda mais fortes. Retomando um pouco do seu propósito, o assassinato de Andrew volta a tona, agora com a mandante do crime trabalhando diretamente com Damien. Mina Nayad teve um papel quase desprezível no episódio. Ela trouxe a informação de que os ‘associados’ da COLMÉIA não estavam satisfeitos com o trabalho de Damien, introduziu Jeremy Tell (JR Bourne, Teen Wolf), o metahumano com poderes de transformar suas tatuagens em armas, e depois morreu – sem nem abrir a boca para facilitar a vida do nosso segurança com capacete de Magneto. A retomada dessa trama também soa como evidência de mais um ponto final na vida de Diggle. Redimindo a morte do irmão, talvez seja o momento em que o personagem encontrará sua paz interior, o que, geralmente, acaba com a saída da série.

Tudo isso se junta com a informação de Ausiello nessa semana: um co-protagonista de uma série amada pelos fãs morrerá antes do mid-finale. Claro que ele não disse quem é ou a qual série pertence, mas se juntarmos os pontos, as coisas ficam bem feias para o nosso lado. Toda essa trama também serviu como pretexto para uma reaproximação definitiva entre Oliver e Dig, o que já estava demorando demais. Depois da DR proporcionada por Felicity (num momento mãe total), todas as ações acabaram propiciando a confiança mútua e um breve recomeço nessa amizade – vai dizer que não foi bacana ver os três trabalhando junto, como nos velhos tempos? Eu gostei muito dessa interação que o episódio propôs, apesar de gostar também dos novos contornos que a equipe tomou com a entrada de Laurel e Thea. Basicamente, tudo certo, nada resolvido.

Lá para os lados de Nanda Parbat, as coisas não ficaram muito melhores não. Determinada a trazer Sara de volta a vida, Laurel teve que apelar para os poderes do Poço de Lázaro, mesmo não sabendo o que esperar do ser que iria renascer no corpo de sua irmã. Todos nós já sabíamos que isso iria acontecer tem um certo tempo, então nada daqui fora muito surpreendente. Talvez o que soa mais estranho foi a imediata repulsa de Nyssa a decisão da Canário – não que seja fácil concordar com isso, mas quando você ama uma pessoa, os limites acabam ganhando outras camadas. No final, foi aquela gritaria e uma Sara completamente maluca que saiu depois do banho nas águas escuras do poço. O que podemos esperar dessa ‘nova’ personagem? Impossível prever.

Thea também teve seus momentos de destaque e foi através dela que entendemos um pouco das consequências do banho. Ao entrar ali, um pouco de todas as almas que já passaram, voltam com você. A sede de sangue cresce e a única maneira de passar é saciando. Malcolm, que fez sua primeira e tímida aparição na temporada, proporcionou a filha o que ela precisava, mas ainda o deixa longe de ser um bom pai. Agora a decisão controversa do episódio: a destruição do Poço. Gente, vejam bem: foi MUITO conveniente Nyssa fazer aquilo só depois de trazerem Sara de volta, mas, talvez, a justificativa esteja nela acreditar que Malcolm não seria capaz de tal ato – o que soa bem ridículo para qualquer um. De qualquer maneira, o fim do Poço é um recado claro para os espectadores: a morte na série tem significado real e quem morreu no flashfoward que vimos, morreu para sempre.

Lá no passado, as coisas não ficaram muito mais claras. Descobrirmos que estão cultivando algumas drogas, provavelmente para revenda internacional e com envolvimento com a COLMÉIA, mas isso é só especulação. Ainda não entendo muito bem qual será o papel daquela mulher na vida de Oliver, mas, cada vez mais, ela se configura como alguém importante dessa parte da história. Além disso, ele ganha forças dentro da instituição da qual faz parte, algo que é fundamental na missão dada a ele pela ARGUS. O que falta agora é a conexão com o resto, com o presente. Estou esperando por mais um pouco antes de dar qualquer palpite. Por hora, estou apenas confuso.

Outras observações importantes:

• A chegada de Curtis a equipe parece cada vez mais real e sua interação com Felicity traz um frescor bem interessante para as cenas – por sinal, a nossa nerd preferida está mais leve do que nunca e isso fazia muita falta nos episódios.
• Chamo atenção mais uma vez para o empenho de Amell em trazer uma nova faceta para Oliver, que ainda soa forçado, mas interessante de acompanhar.
• Aqueles problemas no celular de Felicity tem alguma relação com Ray Palmer, vocês não acham?
• Quando Malcolm fala sobre ressuscitar Sara, ele cita que isso não acontece faz muito tempo e mesmo quando aconteceu, só permaneceram as Lendas – uma referência a equipe que Sara fará parte no futuro?
• OTA – Original Team Arrow, bitches!!!!
• Não foi a primeira vez que ouvimos falar em Markóvia no programa. Foi de lá que veio o dispositivo que Malcolm usou no Undertaking. O lugar também já foi citado em outros episódios.
• Genesis parece ser a terceira fase do que Damien está planejando, mas não tivemos muitas pistas do que isso pode significar. Nos quadrinhos essa referências está ligada a inúmeras fases dos personagens DC, mas geralmente associados aos Novos Deuses. O que será que nos aguarda?
• Tem Arrowcave nova chegando!!!!!
• Estou em processo de decorar a nova introdução…

Dá uma espiada no vídeo do próximo episódio e depois me conta o que você achou de Restoration. Até semana que vem!

P.S.: Essa semana tivemos um problema com o nosso servidor e muitos posts sairão atrasados. Mas não deixe de checar para acompanhar sua série preferida com a gente!