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Arrow – 4×06 Lost Souls

Por: em 13 de novembro de 2015

Arrow – 4×06 Lost Souls

Por: em

Opiniões controversas surgirão sobre Lost Souls, mas, de uma maneira ou de outra, não se deixe levar pelo propagado ódio Olicity – este episódio serviu como (re)construção de uma personagem importante, mostrando seu lado mais frágil e abordando situações corriqueiras na vida dessas pessoas tão frequentemente expostas ao anormal. E como eu gostei muito do que vi, convido vocês a analisarem esse episódio através de uma nova perspectiva.

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Façamos um exercício de lembrança. Lá no segundo ano de Arrow, Felicity foi promovida a personagem regular por clamor do público, que não suportava mais ver a nerd como uma mera figurante dentro da equipe do Arqueiro. Problemas de química entre Oliver e Laurel, levaram a loira a ser uma candidata a par do protagonista. Todo mundo comprou a ideia, fãs por todo lado shippando o casal. Veio a terceira temporada e, para agradar o público, Olicity aconteceu – de maneira desleixada e desproposita, com pouco trabalho em cima da construção de um amor tão épico como era vendido. Assim surgiram os odiadores da personagem, que foi sim descaracterizada pelo roteiro, mas que também não merecia tamanho ódio. E por que eu falei tudo isso? Para que a gente entenda junto o propósito desse episódio.

Felicity admitiu essa semana ter se perdido ao encontrar Oliver. Foi o tipo de amor que acabou fazendo com que ela deixasse coisas que acredita de lado, mais por escolha do que por imposição. A aparição de Ray Palmer depois de seis meses a lembrou tudo que ela (não) tinha feito e, por isso, tamanha crise. Crise no seus propósitos dentro da equipe, crise na conturbada relação com sua mãe e, também, na vida que leva com Oliver. Quem não gosta (mais) da personagem, claro que não gostou de todo o tempo de tela que ela teve. Porém, foi importante. Nesse ponto da temporada, podemos observar como o roteiro vem sendo cuidadoso em estabelecer chances para que os personagens trabalhem suas histórias individuais. Tivemos o enfoque no drama corruptivo de Lance, todo o embate ético de Laurel ao decidir trazer a irmã de volta, agora Felicity e sua crise de identidade. Semana que vem, teremos Diggle e a questão do seu irmão (SPOILER ALERT: se você ver o vídeo promocional da semana que vem, vai entender do que estou falando). Logo depois temos o encontro com Flash no episódio especial de crossover, seguido pela revelação do morto da premiere.

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E é aqui que mudo, mais uma vez, minha opinião. Talvez Felicity esteja com a corda no pescoço mais do que ninguém. Encaremos os fatos: o nono episódio marcará o pedido de casamento que Oliver fará, o que, por si só, já parece ser seguido de fatos trágicos. Depois temos a introdução de Curtis na trama, que pode preencher facilmente o papel da loira na equipe. O fato de Oliver estar tão perturbado diante do túmulo e ainda receber a visita de Barry também corroboram com a teoria. E, o principal, fan service. Por mais que muitos ainda amem a relação da personagem com Oliver, sua existência na série, seu tom de humor mais ressaltado, a grande maioria vem criticando esse amorzinho dos dois em meio a ação (o que eu tenho achado até engraçado). Se uma vez os produtores já juntaram por que todo mundo pediu, tirar ela agora é uma maneira clara de impactar a série como um todo e ainda fazer com que muitos voltem a acreditar em Arrow. Portanto, se vocês achavam que esse episódio tinha sido inútil, vejam como a chance de um ponto final.

O retorno de Ray Palmer foi tratado da maneira esperada: o personagem voltou com seu humor característico e uma pegada que anda faltando muito na série. Acho uma pena essa saída tão precipitada dele para uma nova atração, mas seu carisma será um diferencial e tanto no protagonismo de Legends of Tomorrow. Foi bacana também envolver sua ‘morte’ com Damien Darkh, que agora conhece com quem ele está envolvido (olha Felicity na linha de tiro mais uma vez). Ray, assim como Sara, cada um com seus motivos pessoais, se encaminham para Central City, onde parece que tudo vai deslanchar de vez e culminar nos problemas com Vandal Savage, grande vilão de Legends. Incluímos nas participações da semana a volta de Donna Smoak, uma personagem super querida por mim e que sempre faz aparições muito bacanas na série. Juntar ela com o solteirão Quentin foi uma jogada boa para tentar alavancar o personagem que quase não tem apelo nenhum – talvez agora um pouco como espião para a equipe do Arqueiro.

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E lá nos flashbacks, quem entendeu alguma coisa faça o favor de comentar nessa review porque o negócio tá puxado. A inserção da magia como elemento principal da temporada já foi prenunciada há algum tempo, mas agora os elementos aparecem com cada vez mais frequência e, pelo menos até agora, muito pouco foi explicado. Claro que Lian Yu é um território misterioso e acontece muito mais por lá, do que poderíamos sonhar, mas aguardamos uma explicação mais didática do que está acontecendo. Quem é a mulher protegida por Oliver? O que tá rolando naquele spin-of de Lost com as pessoas sobrevivendo na ilha? Quais as reais intenções da força militar que ali se encontra instalada? Queremos respostas, por favor.

Outro ponto da trama que precisa ser melhor trabalhado é a candidatura de Oliver, até então tratada como trama secundária – talvez ela só ganhe força mesmo na segunda metade da temporada. Alex, seu gerenciador de campanha, surge como um interesse para Thea e uma chance de normalidade na vida da garota – mas vale ficar com o pé atrás, visto que seu histórico não é dos melhores quando se trata de amor.

Algumas informações aleatórias:

  • Me diz se tem como não amar uma cena de ação envolvendo a equipe toda? Cara, que saudades do Roy nesses momentos;
  • Cena entre Oliver e Damien foi um dos grandes momentos do episódio, de longe;
  • A cara de Laurel, Thea e Sara ao ouvir a briga entre Felicity e Oliver foi genial;
  • Não entendi o tabuleiro Jumanji do Damien no final do episódio – aguardando explicações;
  • E, claro, Curtis marcando um dos melhores momentos do episódio:

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E, chega de falar um pouco, né não? Assiste o vídeo promocional (sério, assiste) e depois comenta comigo tudo que você achou do episódio dessa semana. E sim, eu deixo você xingar Olicity nos comentários se isso for limpar seu coração, tá bem? Então tá bem!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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