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Arrow – 4×10 Blood Debts

Por: em 21 de janeiro de 2016

Arrow – 4×10 Blood Debts

Por: em

Um novo mundo será criado, depois que o atual desmoronar completamente. Baseado nas palavras finais de Damien Darkh, inicio essa review do retorno de Arrow, que não só fez um excelente episódio, como também conseguiu retomar algo que há muito sentíamos falta: o tom obscuro da série. Depois da estreia de The Flash, os produtores acharam que os personagens de Star City deveriam seguir pelo mesmo caminho, como uma maneira enlatada de fazer sucesso. Tivemos pontos positivos nessa “transformação”, mas algo da essência se perdeu no caminho. “Blood Debts” não trouxe só isso, mas também a agonia palpável de Oliver Queen, que dentre todos os seus inimigos trava a maior batalha contra seus próprios instintos.

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Muito se fala sobre a atuação de Stephen Amell desde que a série começou. Alguns acham ele fraco, outros forçado. Sou da opinião que ele vem evoluindo (e muito) com o passar da série – nos entregando episódios como esse, totalmente baseados na dor de seu personagem. Oliver esteve completamente perdido em todos os seus atos. A luta que travava para não se perder em si mesmo e voltar ao ser inescrupuloso do passado foi o que permeou os 40 minutos de tela. Se a série vinha tentando ser mais leve, mergulhamos de vez na escuridão, ao passo que chegamos mais perto de um embate entre Oliver e seu nemesis. Muitos foram os Fantasmas espancados para a simples conclusão de que tudo era bastante ineficaz quando se tratava de um dano irreversível na vida de Felicity – que esteve muito bem durante todas as suas cenas. Aos que esperavam um dramalhão exagerado da situação da personagem, tiveram uma surpresa. Em meio a negação de Oliver, vimos os demais personagens sustentarem a barra da atual condição de Felicity, incluindo uma Donna despida completamente dos seus gritos espalhafatosos – aqui só existia espaço para a mãe que não sabia mais o que fazer para ajudar a filha.

E, se foram poucos os momentos Olicity do episódio, quando existiram eles tiveram um propósito: lembrar aos dois de quem eram e quem são agora. Com todos os problemas, Oliver se perde facilmente nos seus sentimentos, precisando de alguém para trazê-lo de volta sempre que isso acontece. Já Felicity, que muitas vezes foi a fortaleza da equipe, encara uma condição que muda completamente a maneira como entendemos sua personagem: o dano na sua coluna vertebral é permanente, fazendo com que perca o movimento das pernas.

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Esse assunto já deu muito o que falar na internet durante o hiato da série, principalmente pela suspeita dos fãs de que esse seria o pontapé inicial para a transformação dela em Oráculo. Aos preocupados, respirem. Wendy Miracle, produtora da série, já confirmou que não a veremos com esse codinome (até porque a personagem deve dar as caras lá em Gotham). Era um plano inicial, mas morreu. Quanto a condição da personagem, permanece a dúvida. Enquanto o episódio diz ser permanente, produtores afirmaram tempo atrás que tudo poderia mudar, incluindo que fotos vazadas da personagem em um cadeira de rodas faziam parte de uma alucinação da mesma. Só nos resta esperar.

No jogo de gato e rato entre Oliver e Damien, uma figura interessante deu as caras mais uma vez: Anarquia. O personagem que fez sua primeira aparição lá no 4×02, sofrendo traumas severos do ataque de uma Thea descontrolada (naquela época, ela ainda lidava com os problemas do Poço de Lázaro), voltou como um elo de ligação entre os dois lados da batalha. Machin é interessante e trabalha bem o seu caos. Sua “conexão” com Thea trouxe aos seus momentos de tela um algo a mais, quase que uma tensão mal trabalhada dos dois (espero que seu próximo retorno traga mais dessa interação). E foi ele o grande responsável por uma das grandes cenas do episódio: o resgate da família de Damien.

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Quando pensamos no grande embate da temporada, é complicado dizer que forma ele tomará. Damien tem poderes desconhecidos e praticamente impossíveis de serem derrotados por Oliver, que possui ótimas habilidades de luta e manuais, porém nada sobrenatural. Por isso, sempre que estão juntos em cena, eu não sei o que esperar. O que vimos dessa vez foi piedade, surpreendentemente. Ao salvar a família do seu inimigo, o Arqueiro criou um crédito impensado, adiando um pouco a sua derrocada (segundo os planos de Damien). E se achávamos que Damien era o único problemático, sua família parece não ficar atrás – o que foram as ameaças da esposa dele dentro do carro no final do episódio? E que diachos é essa Genesis que já está prestes a ser colocada em prática?

Dentre os relacionamentos trabalhados, vimos que o clima entre Diggle e Andy podem finalmente melhorar, apesar de eu não acreditar nem um pouco na regeneração do personagem. Para mim tudo soou como um “venceu pelo cansaço”, atenuando o clima para depois dar o bote. Seja como for, Diggle entendeu que não ia ganhar nada na pancada e partiu para a conversa sincera, o que pareceu funcionar. Isso pode ter consequências para os dois, ainda mais com Darkh a solta e cheio de ódio no coração. E se muitos foram os elogios até aqui, uma pausa para a crítica: os flashbacks continuam sem propósito algum. Está extremamente complicado entender qual a relação de Tiana com Oliver e como tudo isso vai se ligar com a trama presente. Minha aposta segue nos poderes sobrenaturais da ilha serem a chave para a derrocada de Damien, mas é tudo um grande chute. Fica ainda mais difícil gostar dessas cenas quando adicionamos Conklin, vulgo cara que parece ter uma batata na boca pois tem uma diccção péssima, e sua vingança tosca. Sério, vamos melhorar isso aí.

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Só que não foi só de flashes do passado que o episódio se preencheu. Voltamos ao futuro (faz sentido falar assim?), na tão comentada cena do cemitério, agora há 4 meses dos dias atuais. Revimos a visita de Barry, o que pontua o momento como importante, já que não faz sentido o personagem estar ali por alguém que nem conhecia ou que fosse só uma morte na vida de Oliver. Mas o grande boom veio com a cena final, quando vemos que Felicity está dentro do carro, completamente transtornada com o extremo que a batalha entre o Arqueiro e Damien chegou (choro é livre para quem queria ela morta). Com essa revelação, tudo toma uma forma bem diferente e Diggle volta a ser uma grande possibilidade para a morte. Podemos especularmos quanto for, mas nem os produtores tomaram a decisão final já que a cena não foi filmada e só deve ir ao ar perto ou no próprio season finale. Tá difícil de dizer quem é, então vou esperar mais algumas dicas do roteiro.

 

Outras informações aleatórias:

– Gosto demais de ver os embates entre Laurel e Oliver. É muito bacana como ela incorporou a Canário e luta para que sua opinião seja ouvida, seja quem for o líder daquele grupo;

– O relacionamento de Thea e Alex (?) não poderia ser mais disfuncional. Espero só que esse menino não apareça morto, porque ela não tem muita sorte nos relacionamentos;

– Será que Felicity vai lidar bem com sua nova condição? Sei não;

– Vocês viram o vídeo promocional de retorno que a CW divulgou? Tem o retorno de Roy, Shado e Katana!

Dá um confere no vídeo promocional de “A.W.O.L.” que vai ao ar na semana que vem:


Ufa! Sempre que a série retorna, eu acabo me empolgando e fazendo uma review um pouco mais grandinha. Mas o importante é saber o que vocês acharam e comentarmos juntos o progresso da série. Então aproveita o espaço e conversa comigo!

Nossa semana da DC ainda não acabou. Hoje tem estreia de Legends of Tomorrow e você claro que poderá acompanhar o que a gente achou aqui no Apaixonados por Séries. Até mais!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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