Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Arrow – 4×11 A.W.O.L.

Por: em 29 de janeiro de 2016

Arrow – 4×11 A.W.O.L.

Por: em

Um episódio inteiro dedicado aos haters de Felicity.

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Foi exatamente isso que Arrow fez essa semana, firmando uma escolha de roteiro que há muito vem sendo questionada. Aos que ainda não perceberam, vale o alerta de que a nerd da equipe é uma das protagonistas mais fortes que temos hoje e que dificilmente será tirada de cena. E esse era o momento de explorar a dor da personagem que passou por um trauma tão grande nos últimos tempos. Depois do diagnóstico de paralisia, vimos como Felicity lidou com sua nova condição – nada bem, como era de se esperar. Seguindo prescrições médicas, seus comprimidos acabaram causando um efeito colateral um pouco perturbador e trazendo de volta parte da personalidade que ela tinha feito questão de deixar no passado.

É claro que isso precisava acontecer, inclusive para demonstrar a dor que envolve uma notícia impactante como a paralisia. No momento em que viu seu mundo mudar completamente, a loira passou a questionar todas as decisões que tomou nos últimos tempos, colocando na balança se realmente estava mais perto de atingir aquilo que se propôs na última vez que se viu diante de um momento crucial em sua vida. Felicity é uma personagem muito rica. Ela traz para a série a leveza necessária em meio a escuridão, além de ser o contraponto da personalidade altruísta de Oliver. Depois de todo o drama que os dois sofreram para estar juntos, é bastante interessante ver como agora eles se equilibram quase que perfeitamente, lembrando um ao outro, a todo momento, qual é o real propósito de tudo aquilo que estão fazendo.

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Foi nesse episódio também que tivemos um desfecho para a novela sobre o codinome da personagem na equipe. Felicity foi batizada como Overwatch, que descreve muito bem sua função dentro do time do Arqueiro – em questão militares, uma unidade overwatch é aquela que fica ligada a outras, passando informações necessárias para o sucesso de uma operação. Divertido ver que o próprio roteiro brinca com a polêmica da Oráculo, que no fim caiu por terra (ainda bem, já que mesmo com todos os produtores negando, muitos dos fãs ainda insistiam na teoria). Ainda não sabemos se esse é um codinome que vai pegar de fato, já que Espartano vem sendo bem pouco usado, mas foi bacana termos esse momento acontecendo enquanto a personagem passava por uma transição/aceitação da sua (nova) personalidade. Mas será que veremos ela andando de novo? Assim como Oliver se mostra reticente em se “iludir” com a possibilidade, sabemos que tudo é possível em um mundo de metahumanos e nanotecnologia. Na última review, um leitor sugeriu que poderíamos ver as tecnologias Palmer sendo usadas a favor da Overwatch, o que é bem possível se considerarmos tudo que Ray já fez e até seus poderes recém-adquiridos, não?

Na outra linha narrativa de “A.W.O.L.”, nos aproximamos mais da família Diggle, tendo espaço inclusive para uma volta ao passado que começa a esclarecer, a passos de formiga, o porquê dos flashbacks da temporada. Nos tempos militares de John e Andy, vemos o caráter do Diggle mais novo sendo colocado a prova, aparentemente intacto a grossas vistas – mesmo que isso tenha sido inevitável para causar um embate direto com John. Só que o interessante mesmo foi a inserção da organização conhecida como Shadowspire e sua possível ligação com a exploração da ilha em que vimos Oliver passar parte da sua vida. Vimos Reiter, o comandante da operação, aparecendo para contatar Andy para um missão num lugar chamado Purgatório – o que nos leva diretamente a ilha. Ligando isso com o que foi dito por Amanda Waller, chefe da ARGUS, talvez Oliver esteja diretamente conectado com a missão que derrubou a Shadowspire e acabou causando a vingança que vimos no episódio.

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E olhem, Amanda Waller podia morrer. Ela nem é uma personagem que fará tanta falta assim – até porque ainda a veremos nos flashbacks -, mas precisava ser dessa maneira besta e desleixada? Os boatos que correm é que a DC pediu que a série tirasse a personagem do ar, já que logo a veremos nas telonas na versão de Viola Davis em Esquadrão Suicida. Aqui, fica a minha indignação com a DC: gente, as coisas não funcionam assim. As séries de TV foram o que abriram o caminho da editora para o público, ao contrário do que aconteceu com a Marvel. Agora com os planos de um universo cinematográfico, começa-se a podar a criatividade dos produtores e tirar personagem dos direitos de uso das séries? Assim fica bem complicado. Era melhor que fosse feito um único universo então (não vou nem comentar a questão dos Flash, que me irrita ainda mais). Continuando… Waller está morta e a ARGUS não foi exposta, graças a ajuda inesperada de Andy – personagem que tenta mesmo ganhar sua redenção com a família e faz um bom trabalho até aqui. Claro que ainda não confio nele e acho que isso será difícil de acontecer tão cedo, mas, por hora, me contento com as atitudes demonstradas no episódio.

A morte de Waller também levanta uma questão importante: quem irá tomar conta da ARGUS a partir de agora? Se eu tiver que apostar, acho que Lyla seria um ótimo palpite. Sabemos da ligação dela com a agência e que o nível de conhecimento dela sobre as operações é alto, o que pode fazer dela uma excelente e mais humana substituta – só não sei se Diggle vai lidar muito bem com esse upgrade na carreira da esposa. E, quando paramos para pensar, Oliver foi completamente coadjuvante nesse episódio, dando espaço para o desenvolvimento dos seus dois importantes apoios durante essa jornada nada convencional.

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Algumas observações: 

– Adoro demais a interação de Oliver e Laurel, principalmente porque ela é completamente desbocada e segura de si, falando tudo que ele precisa ouvir, no momento em que precisa ouvir.

– Uma semana longe das loucuras de Damien. Obrigado senhor.

– Alguém mais percebeu que Curtir sumiu completamente da série? Não fosse a Felicity citar o personagem durante o episódio, eu nem lembraria da existência dele – o que é uma pena, porque tinha muito potencial a ser desenvolvido ali.

– Big Belly Burger e Kord Industries sendo citadas mais uma vez, discretamente.

– Chorei de rir quando Felicity disse que seu codinome podia ser Hot Wheels.

– Uma teoria surgiu na internet sobre o tal momento em que Oliver cita que o codinome Oráculo já está sendo usado: que o universo do Batman estaria, de alguma maneira, existindo – o que poderia indicar aparições futuras. Será?

Momento teoria do Lele: depois da controversa cena da limusine no cemitério da semana passada, fiquei pensando no que poderia ter acontecido para deixar Felicity naquele estado. Não sei se todo mundo já sabe, mas muito se comenta sobre a chegada do pai da loira ainda nessa temporada, como um grande vilão. Ainda não sabemos as condições que se darão essa chegada, mas talvez o transtorno da personagem se justifique pelo assassinato da sua mãe pelas mãos do próprio pai, o que seria um baque e tanto. Pela proximidade com Felicity, isso justificaria a passagem de Barry por ali. Além disso, poderia ser a porta de entrada para o vilão da quinta temporada. O único ponto que não liga é Oliver querer “seguir o legado” da pessoa que morreu. E vocês, o que acham?

 


Dá uma espiada no vídeo promocional de Unchained, que contará com algumas participações bem bacanas:

E a gente se vê na semana que vem! Até mais!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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