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Arrow – 4×16 Broken Hearts

Por: em 25 de março de 2016

Arrow – 4×16 Broken Hearts

Por: em

O amor é a morte.

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Com cara e jeito de filler (aqueles episódios que só servem para preencher espaço na temporada, sem muito acrescentar na trama principal), “Broken Hearts” pode até tentar enganar os desatentos, mas traz consigo fortes significados para o enredo desse quarto ano e também algumas explicações para fatos futuros que tivemos a chance de ver. E vamos logo falar sobre o relacionamento mais contestado dos últimos tempos: Olicity. A questão é a seguinte, o que começou como um fan service pesado (não podemos negar que era isso que todo mundo queria lá na segunda temporada e, quando aconteceu, muita gente acabou se arrependendo), hoje é uma marca da ousadia que o roteiro tem em dizer que a série seguirá seus próprios passos, independente da chuva de críticas que cercam o casal.

Ao separá-los, não vemos a trama voltar para trás. Claro que estamos longe de um ponto final, mas é plausível a atitude de Felicity diante de tudo que aconteceu. Quando o episódio começa, a aparente calmaria nos confunde e faz pensar que “tudo vai ficar bem”, sendo que as marcas do desgaste vão sendo dadas pelas tentativas frustradas de Oliver retomar sua parceira ou as indiretas ácidas de Felicity. E ninguém pode dizer que eles não tentaram. Foi uma, duas, três tentativas quase que vãs, muito pelo que a Overwatch fala no final do episódio: por mais que tente mudar, uma parte de Oliver sempre será o cara que viveu sozinho em uma ilha para sobreviver, o cara que tem que tomar decisões difíceis e precisar deixar ela de fora disso. O afastamento da personagem da equipe principal é a cereja do bolo de uma relação completamente danificada. Agora, tudo que vem pela frente é dor no caminho dos dois personagens. O sentimento não acabou e, talvez, esteja longe de acabar – mas estar longe é não ver e, como diz a máxima, o que os olhos não vêem, o coração não sente.

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O término “definitivo” também marca a explicação do porquê vemos Felicity sem sua aliança na cena da limusine, alguns meses a frente. Tudo indica que seu noivado com Oliver não será retomado até lá, nos deixando com essa pequena deixa do que pode estar por vir. O episódio também marcou a volta de Cupido, uma das personagens menos emblemáticas apresentadas na série até hoje. Com um apelo quase que mínimo, a “vilã”, se é que podemos chamá-la assim, serve como deixa para alguns momentos Olicity e também para nos lembrar do fim que o Esquadrão Suicida teve. Todos os episódios que a Cupido aparece, são terrivelmente fracos, então não entendo muito porque a produção investe tanto na personagem. Talvez o único mérito para a participação tenha sido nos proporcionar uma Thea tão leve e beirando o fútil, algo que não víamos desde a primeira temporada mais (como não rir dela sabendo o nome dos ships?). Vale destaque também a cena em que Felicity convence a Cupido de que o amor vale a pena – uma facada no nosso coração quando ela revela que nada daquilo se aplica a ele e Oliver.

Na outra frente narrativa, vimos as implicações do julgamento de Damien – com artifícios ridículos da Defesa, que fazem a gente querer entrar pela tela e socar a cara de cada um dos envolvidos. O advogado de Darkh, ou seja lá o nome que ele responde agora, conseguiu desmerecer praticamente todas as testemunhas levadas por Laurel no caso (alguém mais ficou receoso do envolvimento dela nessa parada? Sei lá, ter Damien querendo você morto nunca é uma boa coisa), menos um deles: Quentin Lance. Sinceramente, não esperava que o personagem se prestaria a esse papel, mas, quando vemos seu senso ético ao longo da série, faz todo sentido. Ao se entregar, apoiado pelo álibi da coerção, Lance conseguiu convencer de que, mesmo que a Defesa quisesse desconstruir completamente os mal-feitos de Darkh, teria que ser um pouco mais sagaz do que tinha sido até então. Não me iludo com a prisão do vilão e tenho inclusive bastante medo de onde isso pode nos levar. Talvez aquele anel que tinha escondido, seja a marca da volta de seus poderes – o que não será muito bom para os carcereiros que cuidam das celas de Star City. Aqui ainda vale trabalhar o silêncio do personagem por todo o episódio. Ele não abre a boca um segundo e mesmo assim passa uma ironia que fica entre o irritante e o prepotente, cuja única certeza é nos fazer odiá-lo.

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Nos flashbacks, seguimos com quase nenhuma evolução ou explicação lógica do porquê estamos vendo aquilo tudo. Depois de entrar na tal caverna tão procurada por Reiter (?), a tal máscara foi encontrada e parece que ela é alimentada com a alma das pessoas que morrem por ali. Mesmo aliado com Taiana, Oliver terá muito trabalho para escapar das mãos do general dentro de um labirinto cuja a única saída está protegida por um exército. Aqui, talvez, tenhamos o grande problema da temporada, já que a trama não anda e pouca explicação é dada – até agora não entendemos o envolvimento da ARGUS nessa missão especial de Oliver Queen. Só espero de verdade que na quinta temporada (sim, HABEMUS QUINTA TEMPORADA), os flashbacks não sejam na ilha, pelo amor de Deus.

Eu sei que muita gente segue odiando a temporada, mas acho que são alguns problemas na sua construção que acabam causando tanta crítica. O vilão precisa ser melhor trabalhado e ter suas motivações mais claras, pelo menos no ponto que estamos (vale lembrar que só temos mais 8 episódios para encerrar a trama) e isso faz toda diferença. Nesse ponto da segunda temporada, já estávamos numa guerra particular entre Slade e Oliver, o que aqui permanece no campo da intriga e acusações. Sigo achando a quarta temporada melhor que a terceira e ainda acredito em um desfecho bastante razoável. Os próximos episódios devem entrar em um ascendente de emoções e desenvolvimento para a trama, então nos resta aguardar – e torcer para que fiquemos satisfeitos com o desenrolar da história.

Algumas outras flechadas:

– Thea, você me fez tão feliz nesse episódio. Sério, quero mais do seu lado Kardashian, pf!
– Desculpem se fui amargo falando da Cupido, mas eu odeio essa personagem. Acho ela bem sem propósito e tudo mais – a única coisa que funciona nela é a ironia das mortes: chega a ser cômico o casal posicionado em forma de coração depois de mortos?
– Sério que a série tinha que pegar pesado assim com a gente e fazer esse casamento Olicity falso?
– Em um dado momento, a sigla S-6 aparece perto de Damien. Muitos associaram isso ao Secret Six, um grupo da DC que pode ser explorado na série mais adiante.
– Começamos a contagem: 7 episódios até o season finale.

 


Confira o vídeo promocional de “Beacon of Hope“:

E agora usa o espaço para falar um pouco desse episódio, porque faz tempo que a gente não se falava e eu quero saber o que você tá achando!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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