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Arrow – 4×22 Lost In The Flood

Por: em 20 de maio de 2016

Arrow – 4×22 Lost In The Flood

Por: em

As pessoas ainda precisam de salvação. As pessoas ainda precisam de esperança.

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Voltando exatamente a temática que deu pontapé a quarta temporada, Arrow faz um penúltimo episódio cheio de ação e reviravoltas interessantes para preparar o terreno do grande desfecho que esperamos. Quando a nova temporada começou, vimos um Oliver que preferia viver no ostracismo a encarar a realidade bruta da vida em Star City, o que não é nada diferente daquilo que vimos Tevat Noah. Cansados do mundo e da violência, essas famílias compraram um discurso engessado de Damien e a salvação do mundo que propõe, o que chega a ser surreal quando pensamos friamente, já que alguém tão inescrupuloso quanto ele jamais seria altruísta o suficiente para pensar em um mundo melhor para o futuro, sem enxergar alguma vantagem nisso. Ao menos para mim, fica claro que o propósito por trás do Gênesis, mesmo que não dito explicitamente, é criar uma população manipulável o suficiente para viver ditada pela COLMEIA.

Todo o desenvolvimento relacionado a Thea nesse episódio também é bastante marcante (Alex está realmente morto, como vocês me falaram leitores!). Primeiro por explorar, mais uma vez, uma mudança de lado da personagem, agora dopada pelas pílulas mágicas de Damien. Apesar da manipulação ter sido sanada de maneira rápida e bastante conveniente, ela serviu como ilustração para um fato que tanto contestamos diante de coisas que aconteceram no passado: o porquê Oliver Queen é incapaz de matar Malcolm. Mesmo sendo pai de Thea, o Arqueiro Negro já deu inúmeras provas de que não é nem um pouco confiável, sempre colocando a integridade da equipe de heróis em jogo. Só que Oliver tem dentro de si um sentimento de heroísmo muito grande, uma necessidade de fazer o bem e, agora, ser a esperança de uma população, que acabam o paralisando diante de uma situação como essa – bacana também que a série discute isso, na mesma semana que propõe uma pauta parecida em The Flash, quando Zoom contesta que Barry jamais irá derrotá-lo por ter essa mania de “salvar o mundo”.

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Anarquia voltou a dar seu ar da graça, agora com consequências um tanto mais trágicas. Num deja vú tremendo, vimos se repetir a situação do sequestro de Ruvé e da filha, agora seguido da morte da prefeita. Se alguém ficou com pena dela, esse alguém não fui eu. Ruvé é um ser tão desprezível, que eu estava torcendo mesmo para ele dar o fim na vida dela, assim a gente deixava todo nosso foco de ódio voltado para Damien na season finale. Não entendo também aquela compreensão de Oliver quanto ao resgate da filha do casal diabólico. Assim, não precisa deixar a criança morrer, até porque ela tem zero culpa de ter vindo numa família de loucos, mas ficar fazendo promessa foi um pouco demais para o meu sangue frio. Com a raiva que eu tava daquela mulher, tinha era jogado o meu peso em cima da pedra para esmagar ela um pouquinho mais. Essa morte acaba levando Damien a tomar medidas desesperadas e buscar fazer valer os dizeres da lei de Talião: “olho por olho, dente por dente”.  Sua caçada por Felicity não poderia ser mais óbvia, mas traz o clima de tensão que um final de temporada precisa, por isso nem vale o questionamento.

Já que falamos na hacker, tratemos do desenvolvimento do seu núcleo familiar, que foi parte importante da trama dessa semana. Descobrimos um pouco mais do passado conturbado entre Noah e Donna, sendo que os fatos que até aqui conhecíamos, não eram totalmente reais. Ao pedir que o ex se afastasse, Donna pensou em tudo que poderia ver sua filha sofrendo se estivesse ao lado de um criminoso – porque é exatamente isso que ele é. Em todos os momentos que compartilhou com o ex, podíamos sentir o incômodo da mãe de Felicity quase que transpassando a tela, num misto de preocupação e ciúmes completamente compreensíveis. Ela só estoura quando vê que a filha está abrindo a guarda de verdade, o que só poderia trazer dor. O afastamento de Noah é natural e chega a ser bem trabalhado, deixando portas abertas para retornos futuros (tomara que vejamos Amantes de novo).

Reclamei que Curtis não tinha mais dado as caras ou sido trabalhado pelo roteiro e o que acontece? Surra de Curtis em tela. Até aqui, sua participação serve como uma quebra no tom pesado que a série tem, o que é bastante estratégico. Sempre com uma pegada mais leve, muito parecida com o clima solar lá do Velocista Escalarte, a produção só precisa tomar cuidado para que o personagem não beire o paspalhão (teve um momento em especial que me incomodou muito: quando no meio das invasão do Rubicon, ele e Felicity se olham e falam um “ah não!” – me senti vendo os Trapalhões, então parem com esse exagero). No mais, não há mais tempo para desenvolvimento dele nesse ano. Então já sabemos que a quinta temporada trará, provavelmente, uma transformação ainda maior na vida de Curtis.

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No campo dos flashbacks, também tivemos alguns momentos importante – o que é realmente uma vitória. Primeiramente, foi dada a deixa para a introdução da Rússia como próximo cenário de Oliver no passado, algo que, particularmente, me agrada. Existem muitas possibilidades para serem exploradas e pode ser bom a gente deixar de ver aquela ilha um pouco – agora não me façam da Rússia a mesma cagada que foi Hong Kong. Depois, a ascensão de Taiana como uma igual a Reiter. Mesmo mostrando uma personalidade diferente, ela acabou sendo tomada pela força gerada do Totem e matando a sangue frio, o que foi um tanto surpreendente. Claro que Oliver tentará salvá-la do que seja isso que tomou seu corpo, mas é bacana ver o embate que isso cria, já que ela se tornou a criatura que tanto julgou.

A real é que, agora, temos que esperar por mais uma semana e ver como que tudo se encerrará. Stephen Amell, presente hoje nos Upfronts da CW, declarou que o final dessa temporada nos deixará com uma sensação de “o que acontecerá agora?” e que, dessa vez, terá mais cara de season finale e não series finale, como foi no último ano. Confesso que essa reta final me animou bastante e, pelo vídeo promocional, parece que uma batalha de proporções épicas nos aguarda. Dá uma espiada no vídeo promocional de “Schism“:

E obviamente estou esperando o seu comentário por aqui. Não me deixa sozinho nessa agonia!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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