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Arrow – 5×03 A Matter of Trust

Por: em 22 de outubro de 2016

Arrow – 5×03 A Matter of Trust

Por: em

Sua equipe, suas responsabilidades.

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Enquanto Oliver aprende a lidar com sua nova equipe, fomos presenteados com mais um episódio que embala na ótima sequência de abertura desse quinto ano. “A Matter of Trust” é redondo no que se propõe a fazer: mostrar o desenvolvimento da confiança de Oliver, em vários aspectos, enquanto traça um paralelo com suas experiências passadas na Bratva, flashbacks que ganham destaque a cada semana e mostram que o recurso, mesmo saturado pelos últimos dois anos, pode sim ser relevante para a série.

Centralizar os problemas: essa sempre foi uma grande questão para Oliver. Quando voltou para sua cidade, cinco anos atrás, ele tinha uma missão, que não era clara, muito menos definida, mas era uma meta a ser cumprida para honrar a memória de seu pai. Só que a proporção foi aumentando e pessoas se uniram a ele. Diggle, Felicity, Roy, Laurel, Thea, um a um, a duras penas conquistando seu espaço e respeito do líder. O problema é que quando observamos esse cenário, percebemos que nunca ninguém muito distante do próprio Oliver (lembrem que Roy já namorava Thea quando se transformou em Arsenal) conheceu seu outro lado e participou de sua missão ativamente. Por isso, eu consigo enxergar essa dificuldade tão grande de confiança. Com tudo que passou na vida, era o mínimo que poderíamos esperar. A questão é que, ao não confiar, Oliver coloca as pessoas no limite, fazendo com que tenham que se provar a todo momento, que é exatamente quando metem os pés pelas mãos.

Nesse aspecto, Cão Raivoso desponta como um dos mais interessantes da nova formação. Seu comportamento destemperado, sua necessidade de agir e sua dificuldade de ouvir aos outros. Características que um dia já puderam (as vezes, ainda podem) qualificar Oliver. Por isso, tanto conflito. René é uma imagem distorcida de tudo que o nosso Arqueiro foi no passado. O roteiro ganha formas muito interessantes quando estimula esses conflitos em prol do desenvolvimento dos dois. Foi o Cão que fez com que Oliver mostrasse sua verdadeira identidade para a equipe e agora é o responsável por lembrá-lo de que, dentro de um centro de treinamento somente, eles não podem ser úteis para a cidade, nem para o time.

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Os outros membros da equipe fazem sua parte e o que devemos ver daqui para frente é um mudança no destaque a cada episódio. Talvez, um dos poucos ajustes que ainda sinto necessidade é o excessivo tom de comédia atrelado a Curtis. Entendo que é preciso ter esse alívio em meio a cenas de ação mais pesadas – que a série vem investindo mesmo!!!! -, mas tem horas que chega a ser atrapalhado/paspalho/bobo demais. Pela primeira vez vimos Curtis em um “uniforme” e a citação ao que será seu codinome como vigilante. A citação a Terry Sloane não foi a toa: ele é o Mr. Terrific dos Anos de Ouro da DC – nos quadrinhos, o cara é um homem de negócios e professor universitário, mostrando o quanto o desenvolvimento desse herói sempre está atrelado com a ciência. Então, em muito breve, devemos ver o nome pegar e, talvez, conhecer mais do passado do personagem – que permanece como um mistério até aqui.

Agora confesso para vocês que minha simpatia por Evelyn Sharp está crescendo. Talvez eu tenha conseguido finalmente desassociar a imagem dela à da garota que se vestiu como Canário. Há muito o que ser explorado ali e, sendo a única mulher de uma equipe bem masculina e violenta, as possibilidades são infinitas, ainda mais quando não a retratam como alguém frágil, o que já é muito positivo. Mas, se origens precisam ser explicadas, a de Rory talvez seja a que mais atiça a curiosidade geral. Tudo bem que sua cidade foi atingida por um míssil, mas ainda permanecem milhões de dúvidas para mim – só que gosto muito da série abraçar e assumir essa lado: somos um mundo onde tudo pode acontecer, não se espante por qualquer coisa, o que acaba sendo refletido até na descrença da fala de alguns personagens. Já aproveito para aplaudir o roteiro, mais uma vez, que não prolongou e colocou a questão de Felicity e Rory a pratos limpos no final do episódio. Claro que o tema reverberará por algum tempo e podemos esperar alguns conflitos entre os dois, porque claramente nada foi “resolvido”, mas só de não manterem o mistério por 20 episódios, já achei ótimo.

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O terceiro episódio marcou a chegada de Adrian Chase, personagem que será bastante importante nesse quinto ano. Primeira coisa que pensei: esse cara é o Prometheus. Mas depois lembrei que já tinha lido a notícia de que Adrian responderia pela alcunha de Vigilante – sim, temos um vigilante que gosta de ser chamado de Vigilante – e seria mais uma das forças complementares do Arqueiro. De cara, já gosto muito dessa participação. O personagem tem firmeza e possui algo que nenhum dos outros tê: força para ajudar Oliver no seu trabalho como prefeito de Star City. Talvez não seja uma inserção tão fácil, mas caso Adrian realmente se junte a equipe, teremos uma das melhores formações dos últimos tempos. Interessante também notar como que os problemas de Oliver passam a ser espalhados na sua administração como prefeito e na sua liderança da equipe de vigilantes. Não confiou nos seus recrutas e não confiou no trabalho de sua irmã, que teve de lidar com aquela nojenta Susan. Pelo menos, as coisas ficam superficialmente reparadas no final do episódio e gosto de ver Oliver assumindo que nem sempre é o dono da razão.

A segunda frente narrativa da série que vem mostrando os dias de Diggle, começa, finalmente, a se misturar com a frente principal. Nesse episódio tivemos a chance de ver o segurança completamente quebrado, de uma maneira que nem conhecemos. Estar na cadeia é uma injustiça que ele acredita merecer pelo assassinato do irmão e, por isso, Deadshot torna-se tão emblemático. Esse foi o cara que ele passou a vida culpando, quando, na real, quem puxou o gatilho final foi ele. Não é a primeira vez que vemos Arrow apostando em alucinações para fazer com que a pessoa perceba a realidade ao seu redor e foi bem interessante poder revistar esse vilão tão emblemático para a série – que acabou sendo cortado porque uma certa produtora acha que as pessoas são burras demais para entender universos distintos na TV e no cinema. Foi a primeira vez também que a série do Arqueiro mencionou Diggle como pai de um menino, um dos efeitos de Flashpoint. Como comentei com vocês, isso é muito interessante e vai de encontro com o futuro abordado em Legends of Tomorrow, quando John Jr. assumiu o papel de Arqueiro depois da morte dos pais e de todos da equipe.

Enquanto The Flash e Supergirl utilizam o recurso de cena pós-crédito (na verdade, pós logo, mas ok), Arrow se apropria disso e modifica razoavelmente, deixando uma cena gancho para os segundos finais do episódio. Nessa semana, Lyla aparece pedindo a ajuda de Oliver para planejar uma fuga de Diggle da cadeia, o que vai absolutamente contra tudo que nosso herói pregou até aqui (tudo bem que o segurança é inocente pelo crime que foi preso, mas isso não muda o fato de que a equipe estará invadindo uma penitenciária para armar uma fuga, não é mesmo?). Vai ser bem interessante ver como que essa situação será trabalhada e a maneira que a equipe vai lidar com a volta de Diggle nesse novo cenário – e fica muito claro para mim que a série faz um teste geral para ver quem funciona melhor e deve seguir com eles depois da metade da temporada, deixando os outros em stand by – porque é gente demais e eles nunca conseguem manter o povo todo.

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Lá na Rússia conhecemos o lado da Bratva humano. Seus alvos não são escolhidos na aleatoriedade como pareceu. O fundamento de uma irmandade é a proteção e é isso que eles buscam entre os seus membros. Se há um problema, eles estão ali para solucionar. Eles matam por você, morrem por você. E mesmo parecendo que Oliver podia ser o assassinado a qualquer momento, tudo estava planejado desde o início. Aqui, a temática da confiança surge mais uma vez, mostrando como o protagonista ganhou um de suas cicatrizes mais notáveis com as afiadas facas dos seus “irmãos”. Olha, a corrente de oração para que esses flashbacks fossem bons, funcionou. Fazia muito tempo que eu não ficava empolgado com o recurso e agora ele funciona de fato. É um alívio para a trama central e ainda traça paralelos interessantes, com personagens que queremos saber mais. Tão de parabéns.

Algumas flechadas necessárias: 

  • Um dos momentos mais marcantes do episódio é o Arqueiro gritando “You have failed this city” – algo que a gente não via a muito tempo e que comprova essa abordagem nova que retoma a primeira temporada da série.
  • O caso da semana foi protagonizado por Cody Rhodes, estrela de WWE, esporte show (?) que Stephen Amell ama brincar de participar. Por sinal, Stardust, a droga que tomou as ruas de Star City, tem o mesmo nome do cara que Amell derrotou na sua luta que aconteceu esse ano.
  • A repórter Susan, além de chata, tem outra importância para a série: ela é cunhada de ninguém menos que Hal Jordan! Nos quadrinhos, depois de muito investigar os Jordan, ela acaba se envolvendo com o irmão de Hal – o que seria uma excelente oportunidade de fazê-lo aparecer na série.
  • Arqueiro mais rápido que o Flash? Pelo menos Adrian acha isso.
  • Galera, o que foram as cenas de ação com direito a câmera lenta e explosão na saída do Arqueiro – surtei sim ou sim?
  • Teve referência a Máquina Mortífera, perceberam?
  • Mas a referência mais legal fica com a aprovação de Oliver sobre a máscara de hóquei que o Cão Raivoso usa – claro que aprova, afinal Cassey Jones usa a mesma máscara e eu amo quando a série brinca desse jeito.
  • Alguém me ajuda que não tá fácil manter expectativas baixas com essa temporada!

 


Vale dar uma espiada no vídeo promocional da semana que vem, que promete demais!

Agora é o espaço de vocês. Se estou surtando demais, cortem minhas asinhas. Se você está surtando também, curta comigo. Estou esperando comentários. Valendo!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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