Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Arrow – 5×06 So It Begins

Por: em 12 de novembro de 2016

Arrow – 5×06 So It Begins

Por: em

E então começou.

arrow-506-oliver

Embora eu realmente não acredite, se Amell estava preocupado com a série encontrar seu caminho nessa temporada, ele já pode deitar a cabecinha dele no travesseiro bem tranquilo porque o quinto ano de Arrow conseguiu encontrar o melhor caminho para contar sua história, perdendo pouquíssimo tempo de tela com coisas que não são necessárias e valorizando grandes momentos de grandes personagens. Se nos primeiros episódios vimos o destaque dividido entre Rory e René, agora Evelyn ganha frente como grande questionadora dos princípios de Oliver Queen, algo que, mais cedo ou mais tarde, acabaria acontecendo.

Um ponto da trama que venho achando muito interessante é que não temos mais a sensação de série procedural. Se pegarmos o arco desenvolvido nos primeiros cinco episódios, não há como acompanhar um episódio aleatório e dizer que compreendeu perfeitamente tudo que estava rolando e eu acho isso particularmente bom quando pensamos na estratégia para segurar e engajar o público em uma jornada de descobertas. Depois da morte de Church, ficamos com a promessa de nos aproximarmos um pouco mais de Prometheus e de suas reais intenções, trama que ganhou contornos bem expressivos nessa semana. A descoberta de que suas vítimas eram anagramas para os primeiros assassinatos da lista do Arqueiro foi algo que me deu uma sensação de inquietação que chega a ser ridícula. Sabe quando você dá aquelas surtadas nerd, foi tipo eu nesse momento. Acho demais quando a série brinca com suas próprias referências, o que aconteceu nesse episódio em vários outros momentos (O que foi aquele feels de primeira temporada com Oliver atirando nas bolinhas de tênis? Quis chorar).

arrow-506-time

Mas é o desdobramento disso que realmente importa. Ao descobrir o passado de Oliver, até então só do conhecimento de Felicity e Diggle, toda a equipe começa a se questionar sobre o que estão fazendo com aquele cara e se realmente podem confiar em alguém que os trata como última opção. Olhando sob a perspectiva dos novatos, é bem complicado estabelecer uma relação dessa maneira e curti muito representarem a dúvida principalmente através de Evelyn, que partilhou de um passado traumático com Oliver. Todos os questionamentos que a personagem levanta são extremamente válidos e colocam o Arqueiro contra a parede, como uma súplica final por lealdade mútua. Do ponto de vista de Oliver, sabemos que o cara tem sérios problemas de confiança (bem justificáveis) e baseia nisso todo o seu comportamento. A volta de Diggle traz um elemento importante que é a consciência materializada do Arqueiro, que agora é capaz de criticar suas ações (o que não fazia anteriormente) e perceber que vem evoluindo com o tempo, até porque a mudança é um progresso lento e duro de alcançar – algo que somente o segurança é capaz de evidenciar para Oliver.

Aparentemente, o roteiro já resolve os problemas por aqui mesmo e isso retorna naquele ponto que venho batendo em todas as reviews até agora: a trama está muito bem definida e sabe para onde caminha, por isso não sente a necessidade de dar voltas e voltas ou parcelar seus arcos dramáticos. Tudo isso foi programado para durar um episódio e é isso que vai durar. Com essa agilidade, a trama consegue se renovar mais rápido e adicionar um elemento surpresa sempre que começa um novo episódio, já que são poucas as pendências que ficam de uma semana para a outra. O outro grande desdobramento de Prometheus é sua identidade. No final do episódio, ficamos sabendo que as lanças que joga são feitas dos metais das flechas que Oliver usava no primeiro ano (!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!) e isso afunila bastante a lista de suspeitos, já que ele teria que possuir alguma conexão com a polícia ou ser policial para conseguir pegar todo esse material nas evidências apreendidas.

Só que a gente precisa conversar sobre a cena final, que eu realmente não sei se entendi. Quando vemos Lance largado em meio as bebidas, um arco que, diga-se de passagem, vem sendo trabalhado muito bem junto de Thea, vemos também a tal lança que Prometheus está usando. Lance era um policial na primeira temporada. Se juntarmos os pontos, não fica difícil de captar a direta que o roteiro deu. Agora, é isso mesmo que eu estou pensando produção? Lance é Prometheus? Eu estou confuso. Primeiro porque Lance não tem habilidade com arco e flecha. Segundo porque ele conseguiu dissimular muito bem até então essa sua segunda identidade. Terceiro porque isso me faria pirar demais. Apesar de Church entregar o nome de Oliver, nunca soubemos se Prometheus realmente não conhecia a identidade de Queen, tanto que ele vinha mantendo o Arqueiro como seu alvo particular. Motivos também não faltam para o ex-policial que teve a vida das duas filhas perdidas – mesmo que Sara tenha voltado -, por causa da iniciativa de Oliver. Lance foi um real prejudicado. Ele estava lá na primeira temporada e pode ser que com a volta de Barry no tempo, alguns dos seus sentimentos tenham mudado e ele não lida bem com a existência do Arqueiro. Eu só sei que estou bem do surtado porque ficou tudo no ar e eu preciso de explicações.

arrow-506-lance

Estas que não devem demorar muito a chegar, já que revelar a identidade do seu vilão é algo que eu só apostava lá para o episódio nove, mas que já começa a ser feita três semanas antes. O desenvolvimento da trama dos flashbacks também ganha contornos bem interessantes, principalmente pela chegada de Konstantine Kovar. Essa brincadeira que o recurso tem feito para explorar o melhor de Oliver Queen no passado é sensacional. Usar todo o seu estilo frat boy para enganar Kovar foi legal para assistir, mas ingênuo da parte da Bratva, fraternidade que eu já coloco em questionamento, porque rola muito mais uma questão de conveniência do que de irmandade real. Apesar de não dar o Norte para onde a narrativa caminhará, me parece que devemos ver Oliver agindo como agende duplo, o que pode garantir sérios problemas nessa trajetória do seu passado que começa a se encerrar.

Sabem que eu gosto muito de Malone? Acho o personagem carismático e muito real. Tomara que o roteiro aproveite ele um pouco melhor, porque até agora ele vem sendo um subterfúgio para que exista acesso simplificado a polícia depois da saída de Lance. Eu me diverti com a maneira que ele aceita bem o “trabalho” de Felicity. Perguntar se o Arqueiro tinha cicatrizes na cara, por isso usava um capuz, foi demais. Uma boa adição desse ano que segue com um elenco impecável e só peca no excesso de Curtis em tela, que sempre acaba dando aquela entediada na gente. Por hora, acho que ficamos por aqui. Vale a pena conferir o vídeo promocional do próximo episódio, onde veremos, pela primeira vez, Adrian Chase como Vigilante. Olha só:

Ah, deixa seu comentário! Preciso saber o que vocês acharam da cena final porque não estou sabendo lidar com a informação (e a falta de entrevistas do elenco/produção sobre isso).


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

×